segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Niterói quer ser modelo para uso da bicicleta e investe em novas rotas

NitTrans conclui mapa que será incluído no ‘Plano Lerner’. Para incentivar o meio de transporte, avenidas receberão ciclovias que ligarão os bairros ao Centro

A Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans) acaba de concluir o mapa com cerca de 40 quilômetros de rotas cicláveis que serão implantadas na cidade. O projeto será incluído no “Plano de Melhorias para o Sistema Viário, Trânsito e Transporte Público”, elaborado pela Prefeitura de Niterói, com a consultoria do escritório do urbanista Jaime Lerner. Pensando no incentivo ao uso das bicicletas como alternativa à mobilidade urbana, avenidas movimentadas receberão ciclovias que ligarão os bairros ao Centro.

De acordo com o presidente da NitTrans, Sérgio Marcolini, a intenção é transformar a cidade em referência para o uso da bicicleta no Brasil, assim como acontece em países de primeiro mundo como a Dinamarca e a França. Ele explica que os projetos das rotas cicláveis estão sendo implantados aos poucos, de acordo com o programa de obras previstas no município, como a Via Orla e outras mais complexas, como o alargamento das avenidas Marquês do Paraná e Jornalista Alberto Torres, na Praia de Icaraí. Ruas do Centro, Zona Sul, Zona Norte e Região Oceânica já vêm recebendo as ciclofaixas, espaços delimitados nas vias apenas para ciclistas, e ciclorrotas, compartilhadas com veículos.

“Tratar de bicicleta não se resume em fazer ciclovias. É necessário que haja todo um planejamento cicloviário. Estamos implantando nos nossos projetos o conceito de que as ruas devem ser completas para todos os meios de transporte e usuários. Os projetos de ciclovias serão implantados conforme formos realizando todas as intervenções previstas no Projeto Lerner. Ao mesmo tempo em que estamos projetando os corredores exclusivos para ônibus e BRTs, vamos incluir as ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas”, afirma Marcolini.

Morador do Fonseca, o analista de sistemas Diego Silva, de 27 anos, utiliza a bicicleta como meio de transporte diariamente. Ele reclama da dificuldade de seguir do bairro até o Centro ou Icaraí, devido ao grande movimento de carros nas ruas. A perspectiva de novos espaços para ciclistas o deixa animado.

“Seria um sonho poder transitar de um bairro ao outro na cidade em um espaço apropriado para bicicletas. É dura a vida do ciclista, porque ninguém nos respeita. Se andamos nas ruas os carros quase passam por cima. Aí, se ficamos receosos e subimos pelas calçadas, somos xingados pelos pedestres”, relata o ciclista.

Educação – Responsável pelo planejamento das rotas cicláveis, Glauston Pinheiro, assessor da NitTrans, acredita que os projetos de vias para bicicletas devem priorizar a educação e conscientização da população. Para o ano que vem, a Divisão de Transporte Não Motorizado da autarquia está preparando uma programação que inclui palestras, seminários, campanhas e exposições.

“Vamos distribuir mapas de bolso com todas as rotas para bicicleta da cidade e realizaremos uma série de eventos para promover a educação no trânsito e o respeito aos ciclistas. Entre as ações, vamos visitar empresas de ônibus para ministrar palestras aos motoristas”, explica o especialista no assunto.

Rotas – Entre as principais ciclovias que estão sendo planejadas, Glauston destaca a que será implantada de Charitas ao Gragoatá, na Via Orla, sendo interligada com a ciclovia que o Governo do Estado construirá do Gragoatá ao Terminal Intermodal, no Centro; outro elo de Icaraí ao Centro será a ciclovia que sairá da Rua Miguel de Frias, passando pela Marquês do Paraná até a Rua Doutor Celestino, que não terá mais ônibus, já que eles passarão em mão dupla na Avenida Amaral Peixoto; ligando a Zona Norte ao Centro, a ciclovia da Av. João Brasil até a São Lourenço é uma das apostas da NitTrans; já na Região Oceânica, a intenção é ligar a ciclofaixa do Engenho do Mato até Itacoatiara e Itaipu.


Fonte: O FLUMINENSE

domingo, 11 de dezembro de 2011

Medidas ambientais garantem R$ 4 milhões a Niterói para o ICMS Verde

Unidades de conservação da natureza e investimentos ambientais do município vão receber no próximo ano R$ 3.960.207 – R$ 1,347 milhão a mais do que recebeu em 2011

Apesar de ter caído um ponto no ranking do ICMS Verde que será repassado em 2012, ocupando agora o 14º lugar, Niterói vai receber R$ 3.960.207 – R$ 1,347 milhão a mais do que recebeu neste ano. O repasse anual feito pelo governo estadual é uma forma de ressarcir os municípios pela restrição ao uso de seu território, no caso de unidades de conservação da natureza e mananciais de abastecimento, e de recompensá-los pelos investimentos ambientais realizados. Silva Jardim, no Leste Fluminense, ocupa novamente a primeira colocação e receberá R$ 7.936.767.

De acordo com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, mesmo perdendo uma posição, Niterói receberá mais recursos porque pontuou mais no quesito captação e tratamento de esgoto – é a cidade que mais pontua neste quesito em todo o estado – e melhorou no quesito Unidades de Conservação Estadual, já que o entorno da Lagoa de Itaipu foi incorporado ao Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset). A expectativa de Minc é de que a cidade pule no ranking de 2013 para a nona posição.

“No ano que vem Niterói vai melhorar na destinação de resíduos sólidos, porque já está encaminhado o lixo para o aterro controlado de Itaboraí e vai encaminhar, também, para o aterro que está sendo implantado no bairro Anaia, em São Gonçalo. Estas medidas, somadas à incorporação do Parque Municipal Darcy Ribeiro ao Peset, que estamos propondo ao município, vão permitir que a cidade suba posições no ranking do ICMS Verde, podendo chegar ao nono lugar”, acredita o secretário.

O ICMS Verde é composto pelos seguintes critérios: 45% para unidades de conservação; 30% para qualidade da água; e 25% para gestão dos resíduos sólidos. Dados da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA) revelam que só por conta do quesito destinação e tratamento de esgoto, a cidade vai receber R$ 2.402.308.

Coleta – Segundo Carlos Minc, para melhorar os índices nos próximos anos, os municípios devem investir na coleta e tratamento de esgoto, na implantação de aterros controlados, na coleta seletiva de lixo e na criação e cuidados das Unidades de Conservação Municipais.

O economista da Superintendência de Planejamento e Gestão Ecossistêmica da SEA, Lucas Moura, ressalta que pequenas quedas no ranking, de 2 a 5 posições, como ocorreu com São Gonçalo, que ocupava a 60ª posição e agora vai ocupar a 62ª; Itaboraí, que estava na 67ª e estará na 68ª; e Maricá, que estava na 74ª e passou para 75ª, não são necessariamente por que o município piorou.

“Essa variação ocorre, geralmente, porque outros municípios melhoraram algum item e subiram no ranking. Sem falar que a estimativa dos repasses totais de ICMS Verde será maior em 2012. Enquanto em 2011 foram pagos R$ 111 milhões, no ano que vem o valor vai subir para R$ 172 milhões”, explica.

Para se habilitar a receber os recursos, os municípios devem dispor de Sistema Municipal de Meio Ambiente, composto por órgão executor de política ambiental, um conselho e um Fundo de Meio Ambiente, além de guarda ambiental. Os repasses são proporcionais às metas alcançadas nessas áreas: quanto melhores os indicadores, mais recursos as prefeituras recebem. A cada ano, os índices são recalculados, dando uma oportunidade para que os municípios que investiram em conservação ambiental aumentem sua participação no repasse de ICMS.



Fonte: O FLUMINENSE