segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Exército tira transposição do Rio São Francisco do papel

A igrejinha branca e azul nos arredores de Cabrobó (PE), onde o bispo d. Luiz Flávio Cappio, em 2005, fez a primeira greve de fome contra a transposição do Rio São Francisco, está fechada. Na região, não há mais manifestações contrárias à obra, e os tratores de esteira e as escavadeiras do Exército rasgam o sertão em ritmo acelerado, começando a abrir os dois canais que vão levar água do "Velho Chico" para as bacias hidrográficas do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e do agreste de Pernambuco.

Depois de nove meses de trabalho, os dois batalhões de engenharia e construção que estão na área já concluíram cerca de um terço das obras a cargo do Exército. Nada menos do que 1,6 milhão de metros cúbicos de terra, rochas e outros sedimentos já foram escavados - o que equivale a 18 Maracanãs cheios.

Os protestos contra a transposição acabaram por vários motivos. Em primeiro lugar, o Supremo Tribunal Federal (STF) cassou todas as liminares concedidas por juízes de primeira instância que impediam o início das obras. Além disso, a presença dos militares ajudou a dar credibilidade ao projeto. "A estratégia de começar as obras com o Exército foi muito boa", admitiu o padre Ceslau Broszecki, da Diocese de Cabrobó. "Aqui tudo se acalmou, ninguém fala mais nada (contra a transposição)", disse o padre.

A presença do Exército representou também segurança para os moradores, pois a rodovia que passa por Cabrobó e Floresta é conhecida como "rota da maconha", utilizada por traficantes. Outra razão para o apaziguamento na região é o grande investimento que o governo federal está fazendo na revitalização do São Francisco. Um dos programas prevê o saneamento básico nas cidades ribeirinhas. Atualmente, os esgotos dessas cidades são despejados no rio. Nesse programa, o governo prevê aplicar R$ 1 bilhão.

Há 72 municípios com obras de saneamento em andamento. As de outros 44 estão em processo de licitação. Além desses, o governo pretende atender mais 78. Cabrobó, por exemplo, espera concluir suas obras no próximo mês e aumentar de 33% para 99% a parcela de residências atendidas por saneamento básico, segundo o secretário de Infra-Estrutura Urbana e Habitação da cidade, Paulo Teógens de Oliveira. "Sem a transposição, essas obras não aconteceriam", admitiu.

Há quem acredite que a morte do senador Antonio Carlos Magalhães (DEM), ex-governador da Bahia e ferrenho adversário da transposição, também tenha aplacado os protestos contra o projeto. Mas nota-se que permanece na região o temor do que poderá acontecer com o São Francisco. "Tem gente que acha que o rio vai secar", disse o secretário Oliveira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Fonte: Yahoo!)

domingo, 10 de agosto de 2008

AquaRio dará entrada para o licenciamento da obra de construção do Aquário

NOTA À IMPRENSA
Amanhã, terça-feira, dia 05 de agosto, o Aquário Marinho da Cidade do Rio de Janeiro - AquaRio dará entrada em seu projeto arquitetônico, no gabinete do Secretário Municipal de Urbanismo da Prefeitura do Rio de Janeiro, Sr. Augusto Ivan, para requerer os licenciamentos necessários para a realização da obra de construção do empreendimento no terreno da Ex-Cibrazen, na zona portuária, cuja previsão é de dois anos. Será o Maior Aquário Marinho da América Latina, com 25 mil metros quadrados de área construída, 5,4 milhões de litros de água e 12 mil animais de 400 espécies diferentes em exposição. Um novo ícone para o Rio de Janeiro. Um equipamento Moderno e Multi-funcional, com Aquário REAL, Aquário VIRTUAL, Museu de Ciências, Centro de Pesquisa Científica, Centro de Educação Ambiental e Centro de Recuperação da Fauna Marinha. Lazer, Entretenimento, Cultura, Educação, Preservação, Conservação, Pesquisa, Reurbanização e Turismo em um só local.

Com a parceria científica do AquaRio com o Departamento de Biologia Marinha da UFRJ, o Rio de Janeiro e o Brasil poderão finalmente contar com esse importante equipamento para realizar pesquisas biológicas que darão grande contribuição à conservação e ao uso sustentável da enorme biodiversidade aquática do litoral brasileiro. Além disso, como um verdadeiro campus avançado da Biomar da UFRJ, o AquaRio proporcionará centenas de vagas para que os biólogos e estagiários participem das pesquisas e trabalhos científicos.

Marcelo SzpilmanDiretor-Presidente

sábado, 9 de agosto de 2008

MMA quer conhecer potencial brasileiro de biomassa florestal

Não basta ser legal. A madeira explorada nas florestas brasileiras precisa também ser utilizada de forma racional, sem desperdícios e de modo a proporcionar melhorias na qualidade de vida da população. Para isso o País precisa de informação e tecnologia, focos de dois estudos que foram contratados pelo Ministério do Meio Ambiente para conclusão ainda este ano.

Um estudo vai mapear e quantificar os resíduos e os subprodutos da cadeia de produção da madeira  da floresta às madeireiras - e outro levantar as possibilidades tecnológicas de transformar esse material em biomassa para produção de energia.

A utilização integral das árvores abatidas em florestas cultivadas e florestas nativas manejadas, transformando galhos, cascas, serragem, aparas e outros resíduos em produtos de alta densidade energética, reduzirá, na expectativa da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, a pressão sobre as florestas, cada vez mais utilizadas como fonte de energia em diversos segmentos industriais.

Os briquetes de resíduos também poderão alimentar pequenas termoelétricas destinadas a atender comunidades isoladas da Amazônia. A carência de energia - nas localidades onde existe, vem de termoelétricas a diesel - é um dos principais fatores para implantação de projetos de desenvolvimento sustentável na região.

O levantamento da localização e volume de biomassa florestal disponível cobrirá os estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso, na Amazônia, e Minas Gerais e São Paulo, na região Sudeste. A pesquisa de alternativas tecnológicas será focada nas diferentes formas de produção e potencial energético da biomassa de resíduos florestais condensados. Também será estudado resultado econômico desse tipo de energia para os consumidores finais.

Os resultados dos dois estudos, concebidos para balizar estratégias de investimento e programas do MMA, serão disponibilizados para todos os órgãos e instâncias de governo, entidades civis e empresários interessados em utilizar o combustível. (Fonte: Lucia Leão/MMA)
site: ambientebrasil

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

ETANOL

O que é?

É o mais comum dos álcoois e caracteriza-se por ser um composto orgânico, obtido através da fermentação de substâncias amiláceas ou açucaradas, como a sacarose existente no caldo-de-cana, e também mediante a processos sintéticos. É um líquido incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com cheiro e sabor característicos. Segundo algumas pesquisas, pode ser produzido através de biomassa (resíduos agrícolas e florestais).

Origem

A cultura da cana-de-açúcar parece ter tido origem na Nova Guiné, onde através de migrações antigas, expandiu-se para as Ilhas Solomon, Novas Hébridas e Nova Caledônia, Indonésia, Filipinas e Norte da Índia. Mais tarde, Alexandre, o Grande, levou-a para a Europa e depois transportada para o continente Americano.Primeiramente o álcool etílico foi utilizado para a fabricação de bebidas alcoólicas.

O álcool etílico é utilizado como combustível desde o nascimento dos automóveis, na tentativa de adaptar os motores recém inventados para a utilização do etanol. Desde então e até nos dias de hoje, o uso do etanol em veículos automotores tem sido um considerável avanço.

Etanol e o Meio Ambiente

Existem diversas utilizações para o álcool etílico como: produção de bebidas alcoólicas, aplicações na indústria química e farmacêutica, combustível veicular e a produção de energia elétrica.

Como combustível para automóveis, o álcool tem a vantagem de ser uma fonte de energia renovável e menos poluidora que os derivados do petróleo, o que possibilitou o desenvolvimento de uma tecnologia 100% nacional, o PROÁLCOOL.

O Proálcool é um programa nacional de substituição de petróleo por energia renovável. O álcool é também menos inflamável, menos tóxico que a gasolina e o diesel.

Impactos e Problemas

Existem problemas que precisam ser resolvidos para que o álcool torne-se realmente uma alternativa sócio e ambientalmente sustentável. Problemas esses, gerados pela monocultura da cana-de-açúcar, pela condição social e trabalhista da mão de obra empregada, pelo primitivo processo de colheita que obriga a queima da cana, entre outros.

A queima da palha do canavial visa facilitar e baratear o corte manual, fazendo com que a produtividade do trabalho do cortador aumente de 2 para 5 toneladas por dia. Os custos do carregamento e transporte também são reduzidos e aumenta a eficiência das moendas que não precisam interromper seu funcionamento para limpeza da palha. Por outro lado, essa prática, empregada em aproximadamente 3,5 milhões de hectares, tem conseqüências desastrosas para o ambiente.

Vários estudos afirmam que a queima libera gás carbônico, ozônio, gases de nitrogênio e de enxofre (responsáveis pelas chuvas ácidas), liberam também a indesejada fuligem da palha queimada (que contém substâncias cancerígenas) e provocam perdas significativas de nutrientes para as plantas e facilitam o aparecimento de ervas daninhas e a erosão, devido à redução da proteção do solo. As internações por problemas respiratórios, intoxicações e asfixias aumentam consideravelmente durante a "safra" da fuligem.

Há problemas também nos efluentes do processo industrial da cana-de-açúcar, os quais devem ser tratados e se possível reaproveitados na forma de fertilizantes. Sem o devido tratamento os efluentes lançados nos rios comprometem a sobrevivência de diversos seres aquáticos e até mesmo os terrestres (através da mortandade de peixes, alimentação básica da classe mais baixa da população), quando usados como fertilizantes os efluentes não tratados contaminam os lençóis freáticos e afetam os seres terrestres.

Perspectivas Futuras

Com o incentivo da utilização do álcool combustível e outros, ocorre uma grande movimentação na agroindústria canavieria, que é um importante setor, gerador de milhares de empregos diretos e indiretos.

Nos EUA, a mistura etanol-gasolina corresponde a 8% do mercado de combustível, enquanto que no Brasil, 43% dos automóveis são movidos à

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Design rupestre da Serra da Capivara dribla a miséria e a depredação ambiental

Na zona de transição entre a Caatinga e o Cerrado, localizado no entorno do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, uma comunidade rural de Barreirinho encontrou um caminho para driblar o cenário de miséria, prostituição e depredação do meio ambiente. O programa Cerâmica Artesanal Serra da Capivara emprega a população local na produção de peças, como louças e vasos, decoradas com símbolos semelhantes às pinturas rupestres desse sítio arqueológico brasileiro.

"Esse trabalho existe há 13 anos. No início, eram apenas três pessoas da comunidade Barreirinho trabalhando junto com a equipe, mas agora já temos 27 artesãos na oficina, o que corresponde a 70% da comunidade", conta Girleide Oliveira, administradora do projeto de Cerâmica Artesanal da Serra da Capivara. "Nossa principal motivação foi possibilitar às pessoas que moravam no entorno do Parque uma fonte de renda, diminuindo assim a depredação da fauna e da flora características da caatinga e do patrimônio cultural do Parque, que são as pinturas rupestres e os vestígios arqueológicos."

As peças da Serra da Capivara são vendidas em oito Estados brasileiros e exportadas para a Itália. Há negociações para que cheguem também à Holanda e à Grécia. Com o apoio da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), entidade presidida pela arqueóloga Niéde Guidon, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) ajudou a capacitar os antigos caçadores e agricultores para a função de ceramista, buscando um resgate cultural em suas raízes e visitando museus para começar a dar um novo formato aos produtos confeccionados.

Na produção de suas peças, a Cerâmica Serra da Capivara tem a preocupação de retratar a cultura local em dois níveis: no design e nas técnicas de fabricação. No primeiro caso, desde a pré-história os povos que habitavam essa região trabalhavam com argila na fabricação de cerâmica com finalidades diversas, como urnas funerárias e peças utilitárias, como comprovam as pesquisas arqueológicas na região. Foi uma opção consciente retratar nas peças réplicas das pinturas rupestres encontras nos paredões que formam o grande patrimônio cultural, já tombado pela UNESCO, do maior complexo de sítios arqueológico das Américas. "O trabalho desenvolvido pelos artesãos tem beleza, funcionalidade e também o valor social agregado que contribui com o desenvolvimento da região e protege o patrimônio cultural e ecológico do Parque", conta Girleide.

Nesse processo de transição, os fornos passaram a ser aquecidos a gás levado por caminhões contratados, o que reduziu a pressão sobre a madeira da área de preservação. E o uso da argila para a produção das peças artesanais é menos comprometedor ao meio ambiente do que a instalação de uma pedreira ou saibreira.

"Em relação às questões ambientais e sociais, todas as peças estão sob rígidas normas de fabricação, que é feita de acordo com normas da Licença Ambiental, emitida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), órgão que fiscaliza periodicamente o funcionamento da cerâmica. Há também o manual de Boas Práticas de Fabricação e Controle, emitido pelos órgãos responsáveis pelo cuidado com a saúde humana", explica a administradora.

Prêmio pela sustentabilidade

Em 2005, a Cerâmica Serra da Capivara conquistou o primeiro lugar de melhor projeto de sustentabilidade do Brasil, premiação concedida pelo Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDES). "Os R$ 10 mil que ganhamos foram utilizados em benefício do projeto. Recuperamos equipamentos, compramos novas máquinas e com o restante fizemos uma confraternização com todos os integrantes do projeto e sorteamos vários prêmios. Foi uma luta grande, mas enfim conseguimos este certificado. Isso deu mais valor às nossas peças. Além disso, conseguimos também nos firmar perante a Comunidade Européia de Artesanato", diz Girleide.

Atualmente, o projeto trabalha com capacitação para outras comunidades e grupos que tenham o mesmo potencial de atuação da Cerâmica Artesanal. "Todos os esforços somados no funcionamento da Cerâmica nos deram um grau de qualidade muito satisfatório, porque estamos valorizando as pinturas rupestres, a caatinga e contribuindo com a sustentabilidade dos moradores da região. Estamos consolidando a identidade do povo sertanejo e nordestino e vamos continuar nessa linha: politicamente corretos, ecologicamente perfeitos e socialmente justos", avalia ela.

A maior parte da produção das peças é vendida no Brasil, em grandes redes de lojas de decorações nos principais Estados. A rede Tok&Stock comercializa os produtos de Cerâmica da Serra do Capivara desde 2002. Os produtos fazem parte da Linha Rupestra e já foram vendidas mais de 80 mil peças de 13 itens diferentes. "Fomos apresentados ao projeto pela designer brasiliense Cristiane Dias, que escolheu a cerâmica rupestre como tema do seu mestrado na escola de design Central Saint Martins College of Art and Design, em Londres. Imediatamente aceitamos ser o canal de distribuição nacional", relembra Edson Coutinho, coordenador de tendências da Tok&Stock.

Segundo ele, a Linha Rupestra faz sucesso desde o seu lançamento. No início, a rede oferecia seis itens da linha jantar, mas a grande procura os levou a ampliar a linha e encomendar a criação de acessórios para banheiro, vasos e outras opções para a linha mesa. "Até uma linha de lençóis lançamos com a assinatura da Cristiane e os característicos desenhos rupestres. O trabalho desta designer foi fundamental para que tivéssemos esses produtos ao mesmo tempo adaptados à vida contemporânea e embebidos de valores históricos e culturais. A linha Rupestra se tornou uma referência do design nacional", diz Coutinho.

Para contribuir com a valorização das peças, a Tok&Stok, segundo Coutinho, investe na divulgação da Linha Rupestra no site e na revista da loja, além de outros meios de comunicação. "Hoje estamos desenvolvendo uma linha nova para a renovação destes produtos. Esta linha também será produzida na Serra da Capivara e a designer Cristiane Dias nos surpreenderá com outros aspectos culturais a serem valorizados da região. Desta forma, o projeto não morrerá e continuará a crescer e principalmente, a ser sustentável", acredita Edson Coutinho.

Além da distribuição em lojas e da exportação, a Cerâmica Artesanal Serra da Capivara também produz, sob encomenda, peças para brindes personalizados, utilitários e decorativos.

Para saber mais sobre a Cerâmica Artesanal Serra da Capivara, acesse: http://www.ceramicacapivara.com/

Florestas intocadas armazenam três vezes mais carbono

A proteção das florestas é cada vez mais vista como uma atitude essencial para combater as mudanças climáticas. O governo brasileiro assinou na última semana um decreto que cria um fundo para preservação da Amazônia. Outros países e instituições assumem posturas semelhantes, uma vez que o desmatamento é apontado como uma das principais fontes de emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. A importância dessas iniciativas é reforçada por um estudo australiano que comprova que a capacidade de florestas intactas em armazenar carbono é três vezes maior do que o previsto até então. Elas também são 60% mais eficientes nesse sentido do que as florestas plantadas.

Cientistas da Universidade Nacional da Austrália, que publicaram um relatório sobre o tema nesta terça-feira, dizem que o papel das florestas selvagens, assim como o da biomassa de carbono verde pertencente a elas, foi subestimado na luta contra o aquecimento global. “Na Austrália e, provavelmente em todo o mundo, a capacidade de armazenamento das florestas naturais foi subestimado e consequentemente deturpado em avaliações econômicas e opções políticas”, afirmam.

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e o Protocolo de Quioto não fazem distinção entre a capacidade de carbono de florestas plantadas e das intocadas. As florestas ainda intactas podem carregar três vezes mais carbono do que o calculado atualmente, caso o estoque de carbono da biomassa seja incluído nas medições. Atualmente, a habilidade de armazenamento de carbono é baseada em estimativas de florestas plantadas.

O relatório “Carbono Verde, o papel das florestas naturais para o estoque de carbono” informa que a falta de diferenciação na definição de floresta também subestima o acúmulo de carbono em florestas adultas. O IPCC define como floresta árvores acima de 2 metros de altura e com copas maiores de 10%; mas, na Austrália, florestas foram definidas por árvores com mais de 10 metros de altura e copa superior a 30%.

O estudo avalia que as florestas preservadas do sudeste da Austrália podem abrigar cerca de 640 toneladas de carbono por hectare – enquanto a estimativa do IPCC é de 217 toneladas. Os cientistas também calculam que cerca de 9,3 bilhões de toneladas de carbono podem ser estocadas nos 14,5 milhões de hectares de florestas de eucalipto no sudeste australiano, se não ocorrer intervenção humana. O IPCC estima apenas um terço desta capacidade e somente 27% do estoque de carbono de biomassa das florestas.

Mais flexível

Por permanecerem intocadas, as florestas naturais, além de armazenarem mais carbono, são capazes de o estocarem por mais tempo do que as plantadas, rotineiramente cortadas para uso comercial.

O co-autor do relatório, Brendan Mackey, entende que preservar as florestas selvagens serve a dois propósitos: manter uma grande absorção de carbono e interromper a liberação de carbono armazenado nas florestas.

A quantidade de carbono abrigado em biomassa e solo no mundo é aproximadamente três vezes maior do que na atmosfera, explica o documento. Cerca de 35% dos gases do efeito estufa presentes no ar é resultante de desmatamentos passados e 18% das emissões anuais vêm de desflorestamento continuado.

O relatório diz que o corte de árvores é responsável por mais de 40% da redução de carbono de longo prazo, em comparação com florestas preservadas. “A maioria do carbono de biomassa nas florestas naturais reside na biomassa da madeira de grandes árvores adultas. A exploração comercial modifica a estrutura etária das florestas e faz com que a média de idade das árvores seja muito jovem”, acrescenta o documento.

Mackey acredita que os sistemas de negociação de emissões não deveriam favorecer florestas plantadas para a compensação de carbono, já que elas não fazem um balanço entre a perda de florestas naturais e a liberação de carbono. “Nós precisamos ter certeza de que os esquemas de comércio de emissões não levam a resultados perversos”, adverte. A Austrália deverá introduzir o sistema próprio de negociação de emissões em 2010, mas a agricultura não estará incluída no projeto.

Os cientistas afirmam que prevenir desmatamentos futuros das florestas de eucaliptos no sudeste da Austrália será equivalente a evitar emissão de 460 milhões de toneladas de CO2 por ano no próximos 100 anos. E permitir que florestas cortadas cresçam novamente até atingir a capacidade natural de estocagem de carbono, evitará o equivalente a 136 milhões de toneladas de CO2 por ano nos próximos 100 anos – cerca de 25% do total de emissões australianas em 2005.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Pêlo de Pé Grande da Índia é enviado para análise de DNA

Cientistas britânicos que examinaram pêlos encontrados na Índia que pertenceriam ao lendário Yeti, também conhecido como Pé Grande ou abominável homem das neves, enviaram a amostra para exames de DNA em laboratórios diferentes.

Os cientistas afirmaram que a série inicial de exames, com microscópios sofisticados teve resultados inconclusivos.

O especialista em macacos e biólogo Ian Redmond afirmou que os pêlos têm uma "semelhança impressionante" a pêlos coletados pelo alpinista britânico que escalou o Everest, Edmund Hillary.

Redmond disse à BBC que os pêlos coletados na Índia são "potencialmente muito animadores".

"Temos muita sorte de os pêlos indianos apresentarem folículos que podem ser identificados, que contém células, então há chances de chegarmos mais perto da verdade", afirmou.

A BBC recebeu os pêlos de Dipu Marak, que acredita na existência do Yeti e coletou os pêlos em uma floresta densa depois de a criatura ter sido supostamente avistada por um guarda florestal durante três dias seguidos em 2003.

A criatura, que na Índia é chamada de "mande burung" (ou "homem da floresta"), teria sido avistada em volta das colinas de Garo, no estado de Meghalaya, nordeste da Índia.

Herbívoro

Dipu Marak afirmou que os pêlos podem fornecer provas da existência de um animal semelhante ao macaco, preto e cinza, cuja altura seria de cerca de três metros.

Marak estima que a criatura pese 300 quilos e acrescenta que o animal seria herbívoro.

Vários relatos de aparições do animal ocorreram durante vários anos, com testemunhas diferentes a oeste, sul e leste das colinas Garo.

E os exames preliminares dos cientistas britânicos não refutam a crença de Marak.

"Agora sabemos definitivamente que estes pêlos não pertencem ao urso negro asiático, não pertencem a um porco do mato e não se parecem com pêlos de várias espécies de símios. Estes pêlos continuam sendo um enigma", afirmou Redmond.

"Outra coisa que posso confirmar é que, se estes pêlos realmente pertencem a um Yeti, então eles - assim como seres humanos - sofrem de pontas duplas no cabelo", brincou o biólogo.

Primatas

Os exames nos pêlos foram feitos na Universidade Brookes de Oxford com microscópios sofisticados, que aumentaram os pêlos em 200 vezes.

Depois de serem ampliados, estes pêlos foram comparados com um banco de dados de outros pêlos coletados por Redmond.

Redmond e a estudiosa de primatas Anna Nekaris conseguiram, depois dos exames, descartar os candidatos mais óbvios a serem os donos dos pêlos.

De acordo com Redmond e Nekaris, existem chances de que estes pêlos pertençam a uma espécie desconhecida de primata.

"Há apenas dois anos uma nova espécie de símio foi descoberta no norte da Índia. É perfeitamente possível que existam regiões de selva onde um macaco desconhecido possa existir", afirmou.

Os dois cientistas lembraram que há pouco tempo uma grande espécie de macaco, já extinta, conhecida como gigantapithecus, percorria a região. Segundo Redmond era uma espécie desconhecida e sem registros de fósseis e a criatura teria uma altura estimada três metros de altura.

Os cientistas afirmam que, se o Yeti existir naquela região da Índia, não é impossível que ele seja algum tipo de descendente da criatura.
(Fonte: Folha de S. Paulo)

sábado, 2 de agosto de 2008

A ARCA DOS WOEHL

TEXTO DA VERSÃO DA INTERNET
Márcio Cruz

Em Jaraguá do Sul (SC), o hectare de terra mais caro do PAÍS, um casal luta para salvar as últimas áreas remanescentes de mata atlântica e garantir a biodiversidade e o futuro das próximas gerações.

Formada pelas copas dos manguezais, a paisagem vista do alto é de um verde deslumbrante. Sobrevoar as matas da região de Joinville (Santa Catarina) oferece um panorama semelhante a de um descobridor observando pela primeira vez a Mata Atlântica, onde, segundo a história oficial, desembarcou Pedro Álvares Cabral há 508 anos. O clichê se justifica. O nome do país foi batizado sob o nome de uma espécie de árvore então muito comum no bioma, o pau-brasil (revisionistas dizem que foi a árvore que foi batizada sob as características climáticas da terra). Hoje, o estado de Santa Catarina possui ainda 20% de seu território tomado pela Mata Atlântica. No Brasil, há apenas 7,26% remanescentes da floresta, sendo que apenas 1% é de mata virgem. O pau-brasil se encontra em extinção. A aeronave em que estamos pousa mais cedo do que o esperado na pequena pista localizada entre fragmentos dessa floresta, mas nossa anfitriã, Elza Nishimura Woehl, já espera no aeroporto para nos conduzir até a cidade de Jaraguá do Sul, onde irá nos apresentar seu trabalho.

Olhando do ponto de vista de um estranho, a rotina pesada desta paranaense radicada em Guaramirim (SC) não é muito diferente da de qualquer outra mulher bem-sucedida profissionalmente à beira dos 50 anos. De tênis esportivo, camiseta branca e calças jeans, ela “dorme com as galinhas e acorda com o galo”, brinca. Para manter a forma, ela se levanta cedo para praticar corrida (“Mas não é todo dia”). Quando é noite de lua cheia, acorda ainda mais cedo para aproveitar a claridade e aproveitar melhor o tempo. De hábitos simples, aparenta ter menos idade do que declara (ela tem 49), não traz sinal de maquiagem no rosto e suas unhas, curtas, não estão feitas. Como único sinal de vaidade, uma jóia no pescoço: um colar dourado com um pingente na forma de um sapo sorridente.

Mas é menos na aparência e sim no discurso e na biografia que a vida de Elza e seu marido, o pesquisador Germano Woehl Jr., 47 anos, toma uma direção oposta a da maioria dos casais tradicionais. Casados há 25 anos, desde 1998 eles passam a maior parte do tempo em cidades diferentes, distantes 670 km uma da outra – ela em Guaramirim, ele em São José dos Campos (SP). Filha de uma família de agricultores e neta de imigrantes japoneses, aos 21 anos ela conheceu Germano, estudante de física da Universidade Federal do Paraná. Descendente de austríacos e egresso da cidade de Itaiópolis, no Planalto de Santa Catarina, ele se encontrava a caminho de concretizar um sonho de adolescência: tornar-se cientista. Casaram-se três anos depois. O casal ainda viveu em São Carlos (SP), onde Germano defendeu seu mestrado, e em São José dos Campos, onde hoje ele ganha a vida como pesquisador do departamento de Fotônica do Instituto de Estudos Avançados do Centro Técnico Aeroespacial, debruçado na análise do comportamento do átomo de cálcio congelado em raio laser.

Assim como Germano, Elza cresceu observando o comportamento predatório dos agricultores. “Eu via meu pai cortando palmito, mas não sabia que era errado”, ela lembra. Durante a infância e adolescência de Germano, sua cidade natal ainda mantinha 70% a 80% da mata nativa preservada. “Hoje não chega a 20%”, lamenta ele, com voz suave, em conversa telefônica na tarde anterior à minha viagem para Jaraguá do Sul. A velocidade com que as áreas remanescentes de mata atlântica se transformavam em pastos, e mais tarde, em campos para a plantação de soja e pínus para a indústria de papel e celulose, gerou no casal o instinto de preservação, um alerta natural a qualquer espécie, mas que parece estar adormecida no ser humano.

Você lê esta matéria na íntegra na edição 21 da Rolling Stone Brasil, junho/2008

http://www.rollingstone.com.br/materia.aspx?idItem=2698&titulo=A+Arca+dos+Woehl&Session

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Minc anuncia R$ 50 milhões para estimular ecoturismo

Brasília, DF - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou nesta quinta-feira (31) que, até setembro, o governo lançará um pacote de R$ 50 milhões para estimular o ecoturismo em seis unidades de conservação federais, com previsão de investimentos em infra-estrutura e licitação para concessão de serviços de atendimento ao visitante.

Os recursos, segundo Minc, serão distribuídos entre os Parques Nacionais da Serra dos Órgãos (RJ), do Jaú (AM), da Chapada dos Veadeiros (GO), dos Aparados da Serra (RS), da Serra da Capivara (PI) e o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE). Os investimentos federais deverão custear a construção de centros de visitantes, trilhas guiadas, mirantes e a contratação de guias.

Os serviços de restaurantes e turismo de aventura deverão ser concedidos a empresa privadas, por meio de licitação pública, segundo Minc.

“O objetivo é defender melhor, curtir melhor e fazer com que as unidades de conservação gerem lucro”, disse Minc, após dar posse ao novo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Rômulo Mello.

De acordo com o ministro, as unidades de conservação federais recebem cerca de 3,5 milhões de visitantes por ano, mas 90% da visitação é concentrada nos Parques Nacionais do Iguaçu (PR) e da Tijuca (RJ).

Minc adiantou, ainda, que o governo deverá autorizar a construção de “estradas-parque”, linhas que poderão cruzar as unidades de conservação, desde que sigam exigências como baixa velocidade e uso de materiais não poluentes.

Sabesp lança projeto "De Olho na Mata Atlântica"

Do blog SOS Rios do Brasil:

Importante parceria entre Secretaria do Meio Ambiente/Fundação
Florestal, Polícia Militar Ambiental e a ABVL – Associação Brasileira
de Vôo Livre, com coordenação da SABESP, realizará o Projeto "DE OLHO
NA MATA ATLÂNTICA", O processo permitirá a monitoração da ocorrência
de atividades de degradação e prejuízos ao meio ambiente, a
atualização de dados para monitoramento detalhado das áreas de
mananciais, agilizando a atuação dos órgãos em caso de irregularidades

Sabesp lança projeto "De Olho na Mata Atlântica"

No último dia 12, às 8h30, a Sabesp lançou o
projeto "De Olho na Mata Atlântica", uma ação em parceria com a
Secretaria do Meio Ambiente/Fundação Florestal, Polícia Militar
Ambiental e a ABVL – Associação Brasileira de Vôo Livre que, durante
a 4ª Audiência de Sustentabilidade, realizada em fevereiro na sede da
Sabesp, apresentou proposta para monitoramento aéreo da Serra do Mar.

O trabalho será constituído de dois sobrevôos semanais das áreas de
mananciais de abastecimento do Litoral Sul, particularmente das
bacias dos rios Mambu e Branco, com uso de pára-pentes motorizados.

No percurso será monitorada a ocorrência de atividades de degradação
e prejuízos ao meio ambiente.
O projeto é pioneiro no país e auxiliará na preservação da Mata e,
principalmente, das fontes de abastecimento do Litoral Sul.
Munido de um GPS, máquina fotográfica e rádio-comunicador o piloto
poderá passar informações precisas aos órgãos de fiscalização de
situações irregulares.

O processo permite, ainda, a atualização de dados para monitoramento
detalhado das áreas de mananciais, agilizando a atuação dos órgãos em
caso de irregularidades. Os sobrevôos também servirão como importante
instrumento de apoio às ações preventivas de campo, colaborando com o
Plano Operacional de Controle – Operações Integradas entre a Fundação
Florestal e a Polícia Ambiental. Adicionalmente o projeto poderá
apoiar atividades de pesquisa da vegetação da região.

Cabe destaque que os pára-motores permitem vôo mais próximo à
encosta, consomem muito menos combustível que os helicópteros,
gerando menos poluição e poderão constituir uma opção interessante
para estes trabalhos de apoio.
Durante o evento, um grupo de parapentistas farão uma demonstração de
vôo livre ao público. Na ocasião, convidados e banhistas poderão
conferir a importância da atividade.