quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Mortos chegam a 97 em Santa Catarina; Lula libera quase R$ 2 bi

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou nesta quarta-feira as regiões de Santa Catarina mais atingidas pelas chuvas, que deixaram 97 mortos até o momento, e destinou cerca de 2 bilhões de reais para ajudar as vítimas e a reconstrução do Estado e outras regiões do país.

Lula realizou um sobrevôo de helicóptero, que durou cerca de 30 minutos, sobre algumas áreas atingidas. Nove municípios já declararam estado de calamidade pública e sete cidades estão inacessíveis desde o fim de semana, com diversas estradas bloqueadas e casas inundadas.

Em entrevista após o sobrevôo, que foi encurtado devido à chuva, Lula prometeu que enviaria ao Ministério da Fazenda uma solicitação para que o FGTS dos moradores que perderam tudo com a enchente fosse liberado, além de um pedido pela prorrogação do recebimento de impostos para as cidades catarinenses mais atingidas,segundo a Defesa Civil do Estado.

A enxurrada já deixou ao menos 97 mortos, a maioria por soterramento, e 19 desaparecidos em Santa Catarina. A Defesa Civil do Estado havia divulgado anteriormente 99 mortes, mas corrigiu o número informando que dois óbitos haviam sido indevidamente repassados pela prefeitura de Luiz Alves.

Outros 78 mil estão desabrigados ou desalojados no Estado. Cidades estão submersas ou com as ruas tomadas pela lama, enquanto estabelecimentos comerciais foram saqueados pela população em meio à falta de água, luz e comida. O total de pessoas afetadas pelas chuvas no Estado passa de 1,5 milhão.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Petrobras anuncia descoberta de petróleo na Bacia do Jequitinhonha

RIO DE JANEIRO (Agência Brasil), 25 de novembro - A Petrobras informou nesta terça-feira À noite, em nota oficial, a comprovação da presença de hidrocarbonetos em um poço pioneiro (1-BAS-147), localizado ao sul da Bacia do Jequitinhonha, na costa do estado da Bahia, em reservatórios arenosos acima da camada de sal.

Segundo a empresa a descoberta indica “o bom potencial daquela bacia”. O poço é operado pela Petrobras ( que tem 60% de participação) e localiza-se na Bacia Marítima – Jequitinhonha – 3 (BM-J-3), onde a estatal brasileira tem como sócia a StatoilHydro, com os outros 40%.

O bloco está localizado a 74 quilômetros da costa do Estado da Bahia, em lâmina d'água profunda, 2.354 metros, com os reservatórios situados a aproximadamente 3.630 metros de profundidade.

A nota informa, ainda, que a extensão da jazida e sua economicidade serão avaliadas posteriormente em Plano de Avaliação a ser proposto à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), conforme determina o contrato de concessão.Adianta, porém, que as perfurações terão seguimento até profundidades maiores, conforme programação original.

Sítio arqueológico de Angra dos Reis será aberto a visitação

Um sítio arqueológico, descoberto no início dos anos 90, na praia de Piraquara, município de Angra dos Reis, se tornará museu e será inaugurado no início de 2009.

A praia onde se localiza o museu é pequena, porém riquíssima em áreas de interesse histórico, como explica a professora Nanci Vieira, do Laboratório de Antropologia Biológica da UERJ: "Naquela área você tem um sambaqui - um sítio pré-colonial - sítios oficinas pré-coloniais, edificações do século XVIII, e uma fortificação do início do século XIX, tudo isso numa praia de 300 metros". A fortificação instalada pelos portugueses fazia parte de uma rede responsável por vigiar toda a costa do Rio de Janeiro e enviar as informações à Corte por meio de sinalizações com bandeiras, como descobriu a professora em uma outra pesquisa na região.

Segundo Nanci, toda a área de Angra e Parati é rica em sítios arqueológicos ainda não descobertos, que precisam ser preservados. "Eu fui para a região de Angra, com o apoio de Furnas, em busca das aldeias canibais citadas pelo aventureiro Hans Staden em suas viagens pelo Brasil no século XVI. Lá eu encontrei um senhor que me falou de algumas 'pedras estranhas' na praia de Piraquara. Quando eu cheguei lá descobri que essas pedras eram, na verdade, polidores que os índios usavam para fazer suas ferramentas. Foi aí que eu encontrei e mapeei os sítios" - conta a professora.

O sítio-museu, que será aberto à visitação, está localizado na área de ocupação indígena pré-colonial, conhecida pelos arqueólogos como sambaqui, uma palavra de origem tupi usada para designar ocupações muito antigas de índios coletores de moluscos. Os interessados em fazer uma visita ao local devem entrar em contato com o centro de informações da Eletronuclear, responsável pela área de Piraquara, para agendar uma visita guiada aos sítios da região e aprender mais sobre essas fascinantes civilizações antigas.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Ibama publica licença ambiental de Jirau em site

O Ibama publicou nessa quarta-feira (19) em sua página na internet a licença parcial que permitirá a instalação dos canteiros de obra da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia. O consórcio Energia Sustentável do Brasil (Enersul), responsável pela obra, confirmou ter recebido o documento. Com isso, fica liberada a instalação do canteiro de obras, a abertura de uma pedreira, dos caminhos de acesso ao canteiro e das chamadas ensecadeiras - espécie de dique que seca parte do leito do rio para futura instalação de outras partes da obras.

A licença do Ibama foi publicada com quase uma semana de atraso. Na quinta-feira passada, o presidente do Ibama, Roberto Messias, anunciou que a licença estaria no site do Instituto na sexta-feira, o que acabou não ocorrendo. Fontes do Ibama disseram à Agência Estado que o atraso deveu-se à resistência de alguns técnicos em liberar a licença. (Fonte: Leonardo Goy/ Estadão Online)

Eletrobrás pretende construir cinco novas usinas no Rio Tapajós

O presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz, anunciou na quarta-feira (19), no 22º Congresso Brasileiro de Energia, que a holding estuda a construção de cinco novas usinas hidrelétricas no Rio Tapajós (que abrange os estados do Amazonas e Pará).

Os empreendimentos teriam capacidade de produção de 10,68 mil megawatts (MW) de energia e os projetos seriam licitados até meados de 2010.

De acordo com a Elebrás, a construção das unidades faz parte dos projetos no setor de energia com sustentabilidade, integrados às comunidades da Região Norte. A Eletrobrás estuda ainda a instalação de linhas de transmissão para integrar mais a Região Norte do país, por intermédio do chamado “Linhão”, ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Muniz antecipoua que a intenção da Eletrobrás é construir as novas unidades no chamado conceito de usina-plataforma – modelo proposto pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

O conceito prevê a instalação da hidrelétrica sem a infra-estrutura tradicional, como estradas e canteiros de obras com alojamentos, que atraem numerosa população para o entorno da obra.

O presidente da Eletrobrás adiantou que a holding já apresentou os estudos do inventário do Rio Tapajós à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Agora, a Eletrobrás vai negociar com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que os estudos e relatórios de impacto ambiental (EIA/Rima) possam ser concedidos ao mesmo tempo, nos moldes do que foi feito com as usinas do Complexo do Rio Madeira..

Na ocasião, José Antônio Muniz informou que a Usina de Belo Monte, também no Pará, com capacidade prevista para 11,18 mil MW, deve se aproximar ainda mais desse novo conceito de usina-plataforma.

O executivo também anunciou a intenção da Eletrobrás de propor à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a inclusão, no planejamento estratégico do setor elétrico, da construção de três novas linhas de transmissão na Região Norte.

Segundo ele, a primeira ligará Boa Vista (RR) - Manaus (AM), com 230 kV, para reforçar o atendimento ao estado de Roraima, hoje ligado por meio de conexão à Venezuela.

Já a segunda também interligará Porto Velho (RO) a Manaus, reforçando o atendimento ao estado, enquanto a terceira linha pretende trazer para o Brasil a energia do conjunto das seis usinas que podem vir a ser implantadas no Peru.

Muniz informou também que já foi iniciada a implantação de outra linha de transmissão - Tucuruí (PA) - Manaus (AM) - Macapá (AP).

Em sua avaliação é “uma obra monumental, que possibilitará a integração com o Sistema Interligado Nacional (SIN), de modo a que, até 2012, não existirá mais o Sistema Isolado", disse, referindo-se ao isolamento do ponto de vista do abastecimento de energia elétrica de parte da Região Norte ao restante do país. (Fonte: Nielmar de Oliveira/ Agência Brasil)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Com Obama, ONU espera EUA mais ativos contra o efeito estufa

O chefe do órgão das Nações Unidas para o combate à mudança climática disse esperar que os Estados Unidos assumam uma postura mais ativa na luta contra o efeito estufa, depois que Barack Obama assumir a Presidência, em janeiro.

"Com o presidente eleito Obama, minha esperança é de que os EUA possam assumir um papel de liderança" nas negociações do acordo que sucederá o Protocolo de Kyoto sobre mudança climática, disse o diretor-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança Climática, Yvo de Boer. Sob o governo de George W. Bush, os EUA recusaram-se a ratificar e cumprir o protocolo.

Obama declarou que pretende fazer os EUA um líder na questão da mudança climática e retomar a colaboração com a Convenção-Quadro, o tratado que deu origem ao protocolo. Ele disse ter planos de introduzir limites para emissão de CO2 nos EUA e reduzir essas emissões em 80% até 2050.

Mas, mesmo sob Obama, é improvável que os EUA venham a aderir ao Protocolo de Kyoto, disse de Boer no primeiro dia de uma conferência sobre tema na capital da China.

Ele disse que seria impossível aos Estados Unidos adaptarem-se, a esta altura, às metas estipuladas em Kyoto. As emissões americanas de gases do efeito estufa subiram 14% em relação aos níveis de 1990, disse ele, e o pacto requer um corte de 6% sobre a mesma base.

A administração atual dos EUA rejeitou o acordo de Kyoto, alegando que a exigência de corte de emissões prejudicaria a economia americana, ao mesmo tempo em que o protocolo autoriza os países em desenvolvimento a poluir livremente.

China, Índia, Brasil e outros países em desenvolvimento assinaram o acordo, que não os obriga a cortar emissões.

A reunião em Pequim discute transferências tecnológicas para combater o aquecimento global, em preparação para uma conferência da ONU prevista para dezembro, na Polônia, que dará continuidade às negociações para o acordo que sucederá o Protocolo de Kyoto, firmado em 1997. (Fonte: Estadão Online)

Cientistas descobrem rocha capaz de absorver CO2

Uma rocha encontrada principalmente em Omã pode ser usada para reter dióxido de carbono, o que conseqüentemente reduziria as emissões de gases do efeito estufa, segundo cientistas.

Quando o dióxido de carbono (CO2) entra em contato com a rocha peridotita, o gás se transforma em minerais sólidos, como a calcita.

O geólogo Peter Kelemen e o geoquímico Juerg Matter disseram que esse processo natural pode ser amplificado em 1 milhão de vezes para que minérios subterrâneos possam acumular permanentemente pelo menos 2 bilhões das 30 bilhões de toneladas de dióxido de carbono emitidas anualmente pela humanidade.

O estudo será publicado na edição do dia 11 deste mês da revista Proceedings, da Academia de Ciências Naturais dos EUA. Seus autores são ligados ao Observatório Geológico Lamont-Doherty, da Universidade Columbia, em Nova York.

A peridotita é a rocha mais comum do manto terrestre, a camada diretamente abaixo da crosta. Ela também aparece na superfície, particularmente em Omã (Península da Arábia), país convenientemente próximo de uma região que emite quantidades substanciais de dióxido de carbono na produção de combustíveis fósseis.

"Estar perto de toda aquela infra-estrutura do gás e petróleo não é uma coisa ruim", disse Matter em entrevista.

Os cientistas também calcularam o custo de extração da rocha e de seu transporte até usinas poluidoras. Concluíram que, ao menos por enquanto, o processo seria caro demais.

Na experiência-piloto, para a qual há uma patente preliminar, os pesquisadores injetaram água quente contendo CO2 pressurizado dentro da peridotita.

Segundo eles, de 4 a 5 bilhões de toneladas de CO2 poderiam ser armazenadas por ano na peridotita de Omã e arredores, caso seja usada paralelamente uma técnica desenvolvida por Klaus Lackner, da Universidade Columbia, que usa "árvores" sintéticas para extrair o carbono do ar.

Ambas as tecnologias ainda precisam ser mais desenvolvidas antes de chegarem a um estágio comercial.

A peridotita também ocorre nas ilhas de Papua-Nova Guiné e Nova Caledônia (Oceania), na costa do mar Adriático e, em quantidades menores, na Califórnia.

Grandes países emissores de CO2, como EUA, China e Índia, onde não existem superfícies abundantes dessa rocha, teriam de encontrar outras formas de capturar ou reduzir as emissões. (Fonte: Estadão Online)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Catalisador de cobre e cromo reduz emissões causadoras do efeito estufa

A compra, o armazenamento, o uso e a disposição final dos resíduos gerados pelo processo de manufatura podem gerar muitos problemas para as empresas. Estes incluem aspectos financeiros, assim como também emissões associadas à qualidade ambiental, à saúde e à segurança dos trabalhadores. A prevenção da poluição é obtida quando são tomadas medidas para reduzir os resíduos gerados pelo processo industrial.

A instalação de um catalisador de cobre e cromo em fábricas da Texas Instrument Incorporated (TI) reduziu as emissões de óxidos de nitrogênio e melhorou o desempenho dos componentes orgânicos voláteis (VOC). Esses componentes contêm vários carbonos, como os hidrocarburos (que têm átomos de carvão e oxigênio), incluindo o benzeno e o tolueno e os oxigenados, que contêm carvão, hidrogênio e oxigênio, e provêm dos tubos de escape dos automóveis e de reações químicas atmosféricas.

Por conta desta tecnologia inovadora, a Texas Instruments foi uma das 11 indicadas ao Prêmio Anual outorgado pela EPA, devido ao seu compromisso em desenvolver e melhorar a qualidade do ar e a redução dos gases que causam o efeito estufa. Os prêmios entregados em Washington abrangem quatro categorias: tecnologia de ar limpo, ação na comunidade, educação e inovações em políticas reguladoras.

A Texas Instruments e a Matros Technologies Inc., (MT) foram reconhecidas por sua inovadora tecnologia de purificação do ar desenvolvida em conjunto, que inicialmente colaborou para a redução de emissões de três das fábricas de semicondutores da Texas. Como resultado desta parceria para pesquisa e desenvolvimento, as companhias descobriram importantes benefícios para o meio ambiente.

A gasolina e o gás natural são feitos de químicos orgânicos e combustão, por isso são as maiores fontes de componentes orgânicos voláteis no mundo. Estes são emitidos em uma ampla gama de materiais de construção e móveis, equipamentos de oficina, além de materiais como a cola e os marcadores. Todos esses componentes desprendem VOC ao serem usadas e também quando são armazenadas.

O catalisador opera usando 50 a 60% menos de combustível e gera, aproximadamente, 40% menos de óxidos de nitrogênio. Além disso, dada a natureza dos catalisadores, a eficiência pode ser mantida por mais tempo, melhorando a recuperação da energia e reduzindo a necessidade de manutenção.

Os prêmios pela excelência em ar limpo reconhecem os inovadores esforços em conseguir em ar mais puro. Estes prêmios foram instaurados em 2000 por recomendação do Comitê Assessor em Ações para um Ar Limpo (Clean Air Act Advisory Committee -CAAAC), um grupo que recomenda políticas ambientais e assessora a EPA na implementação de iniciativas para conseguir um ar livre de poluição. Para ter acesso à lista completa dos ganhadores deste prêmio visite: www.epa.gov/air/caaac/recipients.html.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Brasil é o segundo maior credor ambiental

O Brasil é credor - pelo menos, na área ambiental. Segundo um relatório lançado ontem pela ONG WWF, o País é uma das nações (está em segundo lugar, logo atrás dos Estados Unidos) que melhor reúnem condições para produzir bens a serem consumidos internamente e, principalmente, externamente.

É o caso das exportações. Quando a União Européia compra carne da Amazônia, indiretamente ela também importa a água e todos os demais recursos naturais que viabilizaram o crescimento do gado na região - inclusive a floresta que foi cortada e substituída por pasto.

Acontece que o valor desse serviço ambiental não é computado no preço final do produto. "Esses custos deveriam ser embutidos", afirma Irineu Tamaio, coordenador do programa de Educação para Sociedades Sustentáveis do WWF-Brasil. Para ele, o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) deveria levar em consideração os recursos naturais necessário para a geração da riqueza.

Tamaio alerta que a atual confortável posição de credor ambiental não é garantida para sempre. Sem um sistema produtivo sustentável, que permita a renovação dos recursos naturais, o País pode se tornar um devedor na área. ?Não podemos é entrar em um déficit ecológico. Se não revermos os modelos econômicos, podemos entrar em colapso?, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Fonte: Yahoo!)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Estudo diz que estilo de vida do homem extrapola capacidade do planeta

A Terra perdeu, em pouco mais de um quarto de século, quase um terço de sua riqueza biológica e recursos, e no atual ritmo, a humanidade necessitará de dois planetas em 2030 para manter seu estilo de vida, advertiu hoje (ontem) o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, por sua sigla em inglês).

A demanda da população excede em cerca de 30% a capacidade regeneradora da Terra, segundo o Relatório Planeta Vivo 2008, divulgado por esta organização ambientalista a cada dois anos sobre a situação ambiental dos ecossistemas.

"O mundo está lutando atualmente com as conseqüências de ter supervalorizado seus ativos financeiros. Mas uma crise muito mais grave ainda virá: um desastre ecológico causado pela não valorização de nossos recursos ambientais, que são a base de toda a vida e da prosperidade", disse o diretor-geral da WWF, James Leape.

O estudo mostra que mais de 75% da população mundial vive atualmente em países que são "devedores ecológicos", onde o consumo nacional superou sua capacidade biológica de regeneração.

"A maioria de nós segue alimentando nosso estilo de vida e nosso crescimento econômico extraindo cada vez mais o capital ecológico de outras partes do mundo", afirmou Leape.

"Se as demandas em nosso planeta continuarem crescendo no mesmo ritmo, em meados dos anos 30 necessitaremos do equivalente a dois planetas para manter nosso estilo de vida", acrescentou.

O relatório, elaborado desde 1998, revela que o Índice Planeta Vivo (IPV) caiu quase 30% desde 1970. Isto significa que se reduziram nessa proporção aproximadamente 5 mil povoações naturais de cerca de 1.686 espécies, uma taxa superior a de 25% do relatório de 2006.

Estas perdas se devem a fatores como desmatamento, poluição, pesca proibida, impacto de diques e mudança climática.

"Estamos atuando ecologicamente (...) buscando a gratificação imediata sem olhar as conseqüências", lamentou Jonathan Loh, co-diretor da Sociedade Zoológica de Londres.

Segundo o estudo, que mediu a "pegada ecológica da humanidade", ou a deterioração que as atividades humanas produzem nos sistemas naturais, estas utilizaram uma média de 2,7 hectares globais por pessoa, enquanto a capacidade dos sistemas de absorver o impacto só chega a 2,1 hectares em média por pessoa.

Os Estados Unidos e a China contam com as maiores pegadas ecológicas nacionais. Cada um conta com 21% da capacidade global de absorver o impacto, no entanto os dois países "consomem" uma parte muito maior dos recursos.

Assim, cada cidadão dos EUA requer uma média de 9,4 hectares globais, enquanto que os chineses usam uma média de 2,1 hectares.

Além disso, oito nações - EUA, Brasil, Rússia, China, Índia, Canadá, Argentina e Austrália - contêm mais da metade dessa capacidade global.

No entanto, EUA, China e Índia, devido a suas povoações e hábitos de consumo, são "devedores ecológicos", com pegadas ecológicas superiores às suas capacidades, pois a excedem, respectivamente, 1,8 vezes, 2,3 vezes, e 2,2 vezes.

Estes dados contrastam com os do Congo, com uma capacidade de absorver o impacto de quase 14 hectares globais por pessoa e que só utiliza 0,5 por habitante, mas que enfrenta um futuro de degradação ambiental pelo desmatamento e pelas crescentes demandas de uma população em crescimento e por pressões para exportar seus produtos.
(Fonte: Yahoo!)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Perdas de energia no Brasil superam "uma hidrelétrica"

Provocadas por ineficiência das concessionárias ou furto, as perdas do setor elétrico somaram, no ano passado, quase três vezes a energia a ser gerada pela usina de Santo Antônio, a primeira hidrelétrica do complexo do rio Madeira (RO), que começa a ser construída na Amazônia.

Os números são de auditoria sobre o setor elétrico feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Repassadas aos usuários nas tarifas de luz, essas perdas representaram, no ano passado, uma conta bilionária: R$ 4,7 bilhões foram pagos pelos consumidores. "Um certo nível de perdas é inevitável, mas, certamente, é gerenciável e passível de regulação", diz o relatório a que a Folha teve acesso.

Chamou a atenção dos auditores a tendência de crescimento nas perdas, um sinal de ineficácia do sistema. Entre 2003 e 2007, segundo o tribunal, as perdas comerciais e técnicas aumentaram 15%, num ritmo mais acelerado do que o crescimento registrado na oferta de energia no período.

No ano passado, as perdas técnicas - vinculadas à manutenção e à qualidade dos equipamentos usados na transmissão e na distribuição- representaram o volume de energia suficiente para abastecer por um ano três Estados: Bahia, Pernambuco e Ceará juntos, com 11,6 milhões de consumidores. Já as perdas comerciais são equivalentes à energia que abastece os 6,2 milhões de consumidores de Minas Gerais.

Em 2008, as perdas serão ainda maiores, disse à Folha o presidente da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Jerson Kelman, que confirma os números da auditoria do TCU. "A perda é enorme."

Ele insiste, porém, em que não há soluções simples para o problema. O combate às perdas pressupõe investimentos por parte das concessionárias e, consequentemente, também significam custo para os usuários. "Teoricamente, poderia se reduzir as perdas a quase zero, mas isso custa, o assunto não é simples", alega.

A auditoria do TCU mostra que as perdas comerciais, embora com um peso menor na conta final, são as que mais cresceram. Supostamente, essas perdas estão associadas a questões sociais, como a pobreza e a violência.

Áreas de risco no Rio de Janeiro respondem, por exemplo, por 37% das perdas comerciais das duas concessionárias que atendem o Estado.

Mas o relatório registra, com base em relatório da concessionária Ampla, que o furto de energia no Estado envolve até igrejas católicas ou evangélicas, polícia, escolas, a residência de um juiz, a residência de um prefeito, restaurantes, hotéis, padarias e condomínios horizontais de classe alta.

A regulação defendida pela Aneel e apoiada pelo TCU prevê a fixação de metas que levam em conta o grau de desordem social da área de concessão, ingredientes como a desigualdade de renda, o número de domicílios em favelas e o grau de violência. Na combinação desses critérios, o Rio de Janeiro perde para dois outros Estados: Pará e Amazonas.

Por ora, TCU e Aneel apontam a instalação de medidores eletrônicos como a principal alternativa disponível para conter o furto de energia.

Parte das 64 concessionárias de energia ainda usa os chamados relógios, uma tecnologia de mais de cem anos, embora a tecnologia da medição centralizada esteja disponível no Brasil há mais de uma década.

Apesar do custo das perdas nas tarifas de energia, o TCU apurou que apenas 7,6% da parcela da receita anual das concessionárias destinada à pesquisa foi aplicada em projetos de combate às perdas. "Além disso, não há aferição da efetividade desses projetos", anota a auditoria.

Diferentemente do que sugeriram os técnicos do tribunal, o relator Benjamin Zimler não fixou prazo para que a Aneel apresente plano com metas para a redução das perdas.
(Fonte: O Imparcial (MA) / Amazonia.org)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Uso sustentável da floresta pode reduzir mudança climática

Governos, produtores e representantes de ONGs na Semana Florestal Européia, que acontece na sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, afirmaram nesta quarta-feira (22) que a exploração econômica das florestas do continente é compatível com a luta contra a mudança climática.

O diretor da Divisão de Indústria e Produtos Florestais da FAO, Wulf Killmann, explicou à Agência Efe que a maior parte dos 450 participantes do encontro concorda com a possibilidade de encontrar "um equilíbrio entre os aspectos sociais, econômicos e ambientais da floresta".

Killman afirmou que este é um dos temas centrais da reunião, promovida pela primeira vez de forma conjunta pela Comissão Européia (CE), a FAO, a Conferência Ministerial para Proteção de Florestas na Europa e a Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa.

"Nós (pela FAO) também o vemos como um dos meios para reduzir os efeitos da mudança climática. Todos os anos, perdemos 13 milhões de hectares da floresta no mundo, segundo o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC), o que contribui em 17,3% para a emissão de gases do efeito estufa", afirmou o analista.

Segundo ele, este percentual de dióxido de carbono é muito similar ao que representa o total do setor de transporte. Por isso, seria "muito importante reduzir essas emissões e esse desmatamento" na luta contra a mudança climática.

Para o representante da FAO, a luta contra o aquecimento global "passa pela utilização da terra para obter produtos agrícolas, uma tarefa na qual a floresta tem um grande potencial, assim como pelo conceito de manejo sustentável" dos recursos florestais.

Neste sentido, o diretor da FAO destaca a necessidade de potencializar a indústria florestal sustentável e de explorar a maior superfície possível, já que na Europa - onde a situação da floresta "está melhorando" -, apenas dois terços da área verde total são aproveitadas adequadamente.

Um dos motivos pelos quais não se chega a boa mobilização dos recursos florestais é que muitas pequenas extensões de área verde pertencem a pequenos proprietários que não podem ou não querem aproveitar toda sua potencialidade ambiental.

"As florestas contribuem para a situação ambiental dos países de diversas formas. Protegem a água, os solos e têm um papel na redução dos efeitos da mudança climática", explica Killmann, que também é membro do grupo interdepartamental de Mudança Climática da FAO.

"Quando crescem, as árvores absorvem carbono da atmosfera armazenada no tronco, nas folhas e nas raízes", acrescentou.

Killmann completa dizendo que até quando se transforma a matéria-prima das florestas em móveis ou portas, "o carbono fica nele". E se o processo de utilização é sustentável, "replanta-se parte da matéria explorada e se absorve novamente carvão". (Fonte: Estadão Online)

Minc defende maior protagonismo do Brasil na área ambiental

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu um maior protagonismo do Brasil na área ambiental. "Não podemos ficar na defensiva, como às vezes, ficamos. Nos fóruns internacionais nós temos muita coisa a apresentar, inclusive na área do etanol e do biodiesel. Não tem sentido nós ficarmos eternamente nessa defesa, a gente tem que ser muito mais propositivo", disse Minc na abertura da audiência pública sobre o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, realizada nessa terça-feira (21), na Universidade de Brasília.

No encontro, que teve quase três horas de debates, Minc afirmou que o plano, que ainda está em fase de consulta pública, deve ter metas realizáveis. Ele destacou aspectos importantes como a previsão de o País chegar a 2015 plantando mais árvores do que cortando, o aumento de 1% para 20% na co-geração de energia e o crescimento de 11% a participação do etanol na matriz energética brasileira com crescimento de 11% ao ano.

Segundo a secretária Nacional de Mudanças Climáticas, Suzana Kahn, além dos objetivos citados acima, essa versão inicial do plano estabelece dois macro objetivos. Um deles é a redução das emissões provenientes da alteração do uso da terra e florestas com foco na questão do desmatamento que representa 55% do nosso total de emissões.

Outro ponto é a promoção do desenvolvimento, do crescimento econômico, seguindo uma trajetória de menor consumo de energia fóssil. "O Brasil vai crescer, mas esse crescimento pode se dar de uma forma menos agressiva ao meio ambiente e isso é possível desde que se tenha tecnologia para isso", acredita Suzana.

Os participantes do encontro sugeriram que o plano contemple de forma mais precisa ações voltadas para educação ambiental, o uso de áreas degradadas, o estímulo a projetos de energia limpa e o incentivo financeiro a projetos de geração de conhecimentos na área ambiental.

"Nós queremos discutir esse plano não só pela internet, mas também de corpo presente e a universidade tem muito a contribuir e nós temos de ter abertura para incorporar essas sugestões no primeiro plano brasileiro de mudanças climáticas", disse o ministro.

No próximo dia 27 de outubro será realizada, no Rio de Janeiro, outra audiência pública para debater o Plano Nacional de Mudanças Climáticas. A fase de consulta pública encerra no dia 31 de outubro. (Fonte: Daniela Mendes/MMA)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Crise financeira já causa impacto na saúde mental de americanos, dizem especialistas

Esta semana, o caso de um gerente financeiro que matou cinco pessoas de sua família antes de se suicidar, em Los Angeles, levou às primeiras páginas dos jornais o custo psicológico da crise econômica que os Estados Unidos atravessam.

O corpo de Karthik Rajaram, um empresário de 45 anos, assim como o de sua mulher, dos três filhos e o de sua sogra foram descobertos na segunda-feira pela polícia, em sua casa, em um setor residencial nobre, ao norte de Los Angeles, no Vale San Fernando (Califórnia).

Em uma carta à polícia, Rajaram disse que havia chegado à decisão de acabar com sua família e com sua vida, devido às suas dificuldades econômicas. Desempregado há vários meses, ele chegou ao fundo do poço, quando viu que o pouco que ainda restava de seu dinheiro estava virando pó no colapso de Wall Street.

A tragédia de Rajaram virou símbolo da crise financeira nos EUA. O próprio oficial da polícia que descobriu os corpos na segunda-feira, Michael Moore, comentou comovido: "Uma perfeita família americana destruída por um homem preso em uma cova de desespero absoluto."

O drama de Los Angeles aconteceu menos de uma semana depois que uma senhora de 90 anos, de Ohio, matou-se com um tiro após receber uma ordem de despejo da casa onde viveu os últimos 38 anos.

Esses dois infelizes acontecimentos alertaram sobre o impacto, na saúde mental das pessoas, da mais dura crise financeira vivida pelo país desde a Grande Depressão na década de 1930, afirmaram os especialistas consultados pela agência France Presse.

A psicóloga Nancy Molitor, que tem um consultório em Chicago (Illinois), disse que é enorme o número de pessoas em busca de ajuda por crises de ansiedade relacionadas à situação financeira.

"Em meus 20 anos de profissão, nunca vi nada parecido. A ansiedade está no auge", comentou Nancy, que acredita ter tido um aumento de até 50% nas consultas.

Para ela, a sensação de atordoamento causada pelo turbilhão financeiro é comparável ao efeito do 11 de setembro de 2001, quando Nova York e Washington foram atacadas por terroristas, episódio que mergulhou o país em dias de angústia e luto.

"Isso é comparável, em termos de impacto, ao 11 de Setembro, definitivamente. E é significativo que não seja uma crise de Wall Street como eu vejo, é algo que está afetando todos os consumidores e quase todas as pessoas."

"Não está afetando apenas os adultos, está atingindo as crianças também. Tenho um menino de 14 anos que vem ao meu consultório e diz: 'estou preocupado com que meus pais se separem, porque estão brigando mais'. É algo que está se espalhando por quase todas as famílias que se tratam comigo. Nunca havia visto algo que afetasse um leque tão amplo de pessoas."

Os problemas, acrescentou Nancy, são bastante variados e vão desde pessoas que perderam milhões de dólares, ou casais com problemas porque não têm como pagar o colégio dos filhos, até o caso de uma mulher de 79 anos que "não pode se permitir morrer."

"Pensei que essa senhora estivesse brincando, mas ela me disse: 'tinha uma herança muito boa, que deixaria para meus filhos. Se eu morrer amanhã, vão receber metade do que iam receber'", contou a psicóloga.

A professora de Psiquiatria Clínica na Universidade da Califórnia (San Diego) Judith Bardwick, avaliou que a enxurrada de manchetes nos jornais descrevendo o declínio da economia americana exacerbou sentimentos de impotência em um período de instabilidade no mercado de trabalho.

"É um sentimento de medo, depressão e ansiedade, que nos diz que não importa o quão duro, ou bem, trabalhemos, não tenho controle sobre o meu futuro", explicou Judith, referindo-se a costumes arraigados no modo de vida dos americanos de investir, graças ao crédito, em grandes casas, automóveis, viajar de avião e comprar tanta comida como acessórios.

"Em um período de crise fiscal, no qual as maiores instituições estão quebrando muito visivelmente, ou são resgatadas do abismo, e o mercado vai a rebote, o número de pessoas que tem essa percepção desesperada da vida vai aumentar naturalmente."

O porta-voz do Departamento de Doenças Mentais do condado de Los Angeles Ken Kondo, que prevê que um a cada cinco americanos sofrerá psicologicamente com a crise econômica, disse que o governo habilitou, nessa cidade, um serviço 24 horas para quem quiser pedir ajuda.
(Fonte: Folha Online)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Associação de produtores de grãos não-transgênicos aposta nos mercados nacional e externo

Mônica Pinto / AmbienteBrasil

Há cerca de um mês, alguns dos maiores produtores e fornecedores de grãos convencionais – ou seja, não-transgênicos - decidiram somar forças para fomentar o plantio, o desenvolvimento e o aprimoramento dessa produção no Brasil e reforçar sua posição no mercado internacional.

Nascia, assim, a Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange), fundada pelos empresas André Maggi, Brejeiro, Caramuru Alimentos, Imcopa e Vanguarda.

Na visão da entidade, o espaço para os produtos não-geneticamente modificados brasileiros nos mercado interno e externo é enorme. Somente a capacidade de produção brasileira de soja não-transgênica de associados da Abrange já soma mais de seis milhões de toneladas. No cômputo geral, chega a 25 milhões de toneladas;ano.

Existe mercado para toda ela, mas, muitas vezes, parte dessa soja não é classificada como convencional – e perde o acesso a esse nicho - porque não houve a preocupação em dar garantias de que o produto não findou contaminado por transgênicos.

“O agricultor acaba não tendo um aproveitamento da produção dele, ou por falta de conhecimento, ou por falta de um trabalho maior de segregação”, disse a AmbienteBrasil Ricardo Tatesuzi, diretor Executivo da Abrange.

“Segregação”, uma palavra em geral associada a sentimentos pouco nobres, é, nesse caso, fundamental para evitar que a soja convencional seja contaminada pela transgênica. “A gente se protege desde a compra das sementes, passando pela colheita, transporte, armazenamento, tudo”, diz Tatesuzi.

Tais cuidados não se verificam apenas para manter o foco nesse mercado promissor, mas, também, em função de uma sandice perpetrada pela legislação brasileira. Se uma fazenda tem sua produção contaminada por transgênicos - através de um trator ou colheitadeira, por exemplo - o produtor é obrigado a pagar royalties à fornecedora de sementes geneticamente modificadas, ainda que não fosse nem de longe sua intenção adotar esse tipo de plantio.

Mesmo com os investimentos que a segregação requer, a Abrange vislumbra vantagens financeiras concretas. “Os transgênicos não estão barateando o custo de produção”, diz Tatesuzi, jogando por terra um argumento usualmente levantado pelos interessados no setor de organismos geneticamente modificados.

Com isso, a competitividade dos grãos convencionais está em boa fase, apesar do cenário não ser necessariamente duradouro, posto que subjugado por conjunturas internacionais.

Agora, a Abrange pretende fazer um trabalho de educação para os agricultores. “Um gerente técnico vai acompanhar e mapear a produção, para que todos aproveitem esse nicho”, antecipou Tatesuzi a AmbienteBrasil.

A produção não-transgênica passa pelo crivo de entidades certificadoras, quase todas reconhecidas internacionalmente, o que confere maior valor de mercado aqui e além-fronteiras. Os principais estados produtores de soja não transgênica são Mato Grosso, Goiás, Paraná, Tocantins e Bahia.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Horário de verão começa no próximo dia 19 em três regiões do país

O horário de verão deste ano começará no próximo dia 19 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. À 0h, os relógios terão que ser adiantados em uma hora.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, a medida ficará em vigor até a meia-noite do dia 15 de fevereiro de 2009.

A expectativa do governo é de que haja uma redução de 4% a 5% no horário de pico, o que equivale a uma economia de 2.000 MW, o suficiente para abastecer uma cidade com 6 milhões de habitantes.

Neste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fixou datas fixas para o início e para o término do horário de verão. Com isso, a medida entra em vigor à 0h do terceiro domingo de outubro e vai até o terceiro domingo de fevereiro seguinte.

O governo, no entanto, fez uma ressalva: caso o terceiro domingo de fevereiro seja o de Carnaval, o encerramento do horário de verão fica para o próximo domingo. A mudança de horário será feita sempre nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Horário de verão - O horário de verão é adotado sempre nesta época do ano por causa do aumento na demanda, resultado do calor e do crescimento da produção industrial às vésperas do Natal. Nesse período, os dias têm maior duração por causa da posição da terra em relação ao sol, e a luminosidade natural pode ser melhor aproveitada.

Na última edição, o país registrou uma economia de R$ 10 milhões com o horário de verão, menor do que nos anos anteriores, quando a redução dos gastos com energia elétrica foi em média de R$ 40 milhões. De acordo com o ONS (Operador Nacional do Setor Elétrico) isso ocorreu porque houve poucas chuvas no fim do ano e, com isso, o país teve que acionar usinas termelétricas, mais caras do que as hidrelétricas geralmente usadas.

O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, com duração de cinco meses. Até 1967 a mudança no horário ocorreu nove vezes. Desde 1985, no entanto, a medida vem sendo adotada sem interrupções, com diferenças apenas nos Estados atingidos e no período de duração. (Fonte: Folha Online)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Petróleo leva exportação fluminense a bater recorde em agosto

RIO DE JANEIRO (Agência Brasil), 24 de setembro - As exportações de produtos básicos, principalmente petróleo e gás natural, foram determinantes para que as exportações do estado do Rio de Janeiro batessem novo recorde, alcançando em agosto US$ 2,3 bilhões, um crescimento de 75% em relação ao mesmo mês do ano passado.

As exportações de petróleo e gás tiveram crescimento de 133% no período e alcançaram US$ 1,89 bilhões. Foi o que apontou o boletim Rio Exporta, divulgado nesta quarta-feira (24) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

“O petróleo vem puxando muito [as exportações fluminenses], até porque os outros setores estão muito sobrecarregados com a demanda interna, que está muito aquecida”, explicou o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Firjan, Patrick Carvalho.

Segmentos como metalúrgico, químico, mecânico e material de transporte estariam desviando a produção anteriormente destinada à exportação para atender a demanda do mercado doméstico. “Isso é também positivo porque demonstra como a economia brasileira está aquecida”, destacou Carvalho.

Ele disse que a tendência, no curto prazo, é que o petróleo continue liderando as exportações do Rio de Janeiro, aproveitando que o preço ainda se mantém bem acima da média do ano passado.

Nos últimos 12 meses findos em agosto, as exportações fluminenses somaram US$ 17,732 bilhões e acumulam US$ 11,9 bilhões neste ano.

O resultado contribuiu para que a participação do estado no total exportado pelo país também crescesse. “O que a gente percebe é que houve também um recorde da participação fluminense no total brasileiro de 9,4% em 12 meses e de 11,9% de janeiro a agosto deste ano, em relação ao ano passado”, disse Carvalho.

Segundo ele, isso reafirma a tendência do Rio de Janeiro de aumentar a sua participação no total das exportações brasileiras. Em 2000, o estado ocupava a nona posição entre os maiores estados exportadores. Em 2007, foi o quarto maior exportador. “E a tendência agora é já começar a disputar seriamente com o Rio Grande do Sul a 3ª posição”, observou. São Paulo e Minas Gerais são os estados com as duas maiores pautas de exportação.

O principal produto da pauta de exportação do Rio de Janeiro é o petróleo, que detém 80% do total. Para o economista da Firjan, ao contrário do que se prega, o petróleo não é uma commodity de baixo valor agregado.

“É equivocada a visão de que o petróleo, por ser uma commodity, é um produto de baixo valor agregado. Pelo contrário. Nós sabemos que o Brasil - e o Rio de Janeiro em particular - detém tecnologia altamente avançada na extração de petróleo”, defendeu.

As importações do Rio de Janeiro, em agosto, somaram US$ 1,5 bilhão, resultando em superávit de US$ 832,1 milhões.

Por Alana Gandra

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Área de recifes de corais em Abrolhos é duas vezes maior do que se pensava

Pesquisadores que estudam os recifes de corais do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, a mais antiga reserva natural dos mares brasileiros, acreditavam conhecer bem a área, até que em 2000 pescadores locais avisaram que havia recifes profundos fora dos mapas. Foram ver e encontraram novas terras submarinas: a área de recifes conhecida em Abrolhos dobrou e vem permitindo conhecer como aquele trecho do litoral se formou ao longo dos últimos milênios. “Essa descoberta casual gerou um projeto ambicioso”, conta o biólogo Rodrigo Moura, coordenador do programa Marine Management Area Science da Conservação Internacional (CI) do Brasil.

Formado por cinco ilhotas de origem vulcânica a 70 quilômetros da costa no sul da Bahia, o parque abriga mais do que as baleias-jubarte, que atraem turistas entre julho e novembro. Ali estão os chapeirões, estruturas em forma de cogumelo cujos topos às vezes se unem e formam colunatas por onde circulam barracudas, garoupas, moréias e pequenos peixes coloridos. Das 16 espécies de coral de Abrolhos, metade é exclusiva do Brasil, como o coral-cérebro (Mussismilia braziliensis), principal construtor de recifes na região. O banco dos Abrolhos, maior conjunto de recifes do Atlântico Sul, é maior que os 900 quilômetros quadrados preservados. No total são 40 mil quilômetros quadrados, área semelhante à do Espírito Santo, que só agora começa a ser investigada a fundo.

O grupo de Moura explorou o fundo do mar ao longo de 100 quilômetros da costa – entre a foz do rio Jequitinhonha, sul da Bahia, e a do rio Doce, norte do Espírito Santo –, em 19 linhas que partiam do litoral mar adentro, até a queda da plataforma continental, onde a profundidade aumenta subitamente. “Percorrer cada uma dessas linhas demorava dois dias”, lembra o geólogo Alex Bastos, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que participou de algumas expedições no barco equipado com um sonar que produzia imagens tridimensionais do fundo do oceano.

O geólogo da Ufes se surpreendeu por encontrar, a profundidades de até 50 metros, paleocanais formados há cerca de 15 mil anos, quando o que hoje é coberto por mar era terra. “Esses canais indicam por onde os rios passavam naquela época”, explica. Como estão preservados, sugerem que o nível do mar subiu rapidamente na região.

O grupo selecionou pontos de destaque nas imagens do sonar e retornou com um robô capaz de filmar locais a que um mergulhador teria dificuldade de descer. As imagens do robô mostraram corais-negros, típicos de águas profundas, pela primeira vez registrados na região, e algas calcáreas, com um esqueleto de carbonato de cálcio que lembra seixo. Em setembro os pesquisadores pretendem usar o robô para investigar outras áreas dos recifes e mergulhar a 90 metros, a fim de verificar se há corais por ali. Paulo Sumida, oceanógrafo da Universidade de São Paulo (USP) que coordena a análise dos dados biológicos, deve instalar nos recifes câmeras que automaticamente registram uma imagem por hora, a fim de estudar a dinâmica da vida marinha ali.

Embora o levantamento ecológico esteja no início, Rodrigo Moura e o biólogo Ronaldo Francini-Filho, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), já constataram que os recifes profundos abrigam uma biomassa de peixes com valor comercial 30 vezes maior do que os rasos. Em artigo a ser publicado na Aquatic Conservation: Marine and Freshwater Ecosystems, eles compararam a população de peixes de recifes profundos e rasos – alguns protegidos e outros com acesso livre para pescadores. Viram que áreas com restrição à pesca são mais ricas em peixes carnívoros de grande porte, como a garoupa, em geral os primeiros a desaparecer das áreas de pesca, que demoram até 40 anos para chegar à idade adulta. Com o escasseamento dos grandes carnívoros , os pescadores passam a capturar os herbívoros, como os budiões. O problema é que, sem budiões, as algas cobrem os recifes e os corais morrem.

Hoje menos de 1% da área de Abrolhos está protegida. E não há planos de preservação dos recifes profundos. Segundo Francini-Filho, seria preciso preservar 20% de cada zona para manter a biodiversidade. As reservas marinhas beneficiam todos. Como os limites só valem para as pessoas, a população de peixes aumenta rapidamente e muitos migram até 1.200 metros fora das reservas, de acordo com publicado on-line na Fisheries Research.

Mesmo em áreas protegidas, parte dos corais de Abrolhos se encontra ameaçada. Francini-Filho constatou que uma bactéria – provavelmente do gênero Vibrio, que chegou a Abrolhos em 2005 – está matando sobretudo o coral-cérebro. Os pesquisadores estimam que, se nada for feito, em cem anos só restarão 40% dos corais dessa espécie em Abrolhos. É uma estimativa otimista. Se a temperatura da água subir 1° Celsius por causa do aquecimento global, bastarão de 50 a 70 anos para extinguir os corais de Abrolhos. Com mais calor as bactérias proliferam mais depressa e surgem outros problemas como o branqueamento, decorrente da morte de microalgas que vivem no interior dos corais. Conter o aquecimento global requer ação de todos os países, mas é possível reduzir o nível de bactérias com a coleta e o tratamento do esgoto das cidades costeiras.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Petrobras aprova contratação de 10 plataformas para pré-sal

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (15) que a diretoria da empresa aprovou a contratação de novas 10 plataformas do tipo FPSO (Floating Production Storage and Offloading) para as áreas do pré-sal na Bacia de Santos. Segundo a estatal, as duas primeiras unidades serão alugadas de terceiros, com a exigência de terem alto índice de conteúdo nacional. A capacidade de produção diária dessas plataformas será de 100 mil barris de óleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás natural, e serão instaladas durante os anos de 2013 e 2014 em áreas ainda a definir.

As outras oito unidades de produção serão propriedade da Petrobras e terão capacidade de produção diária de 120 mil barris de óleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás natural. Elas serão instaladas durante os anos de 2015 e 2016, com fabricação em série. Os cascos serão produzidos no dique-seco do Estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, já alugado pela estatal pelo período de 10 anos. Os módulos de produção a serem instalados sobre os cascos serão definidos futuramente, após a implantação dos projetos pilotos e do teste de longa duração.

"Essas 10 FPSO irão operar em águas ultra-profundas, entre 2.400 e 3.000 metros de lâmina dágua, e serão destinadas ao início da implantação do sistema de produção definitivo na área do pré-sal da Bacia de Santos", segundo a companhia.

O gerente-executivo de Pré-Sal da Petrobras, José Formigli Filho, afirmou que a empresa vai lançar em outubro a licitação para a contratação dos dez navios-plataformas. Segundo o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, o fato das plataformas serem construídas em série reduz custos e agiliza a sua fabricação, o que é positivo para a estatal, que tem planos de crescimento de produção nos próximos anos.

Isenção de impostos - Almir Barbassa também revelou nesta segunda que o governo estuda reduzir ou isentar impostos para a fabricação de sondas petrolíferas no Brasil. Em maio, durante o lançamento da nova política industrial, o governo já havia reduzido impostos incidentes na construção de navios e plataformas destinados à exploração de petróleo. Barbassa lembra que em maio, quando o governo lançou o incentivo fiscal, não havia produção de sondas no Brasil.

"Agora existe uma demanda muito grande. Serão 28 sondas para serem construídas até 2017", afirmou Barbassa que participou do Brazilian Norwegian Estrategic Partnership, no Hotel Sofitel, em Copacabana. Segundo ele, todas as 28 sondas serão destinadas a águas profundas, especialmente para o desenvolvimento de reservas da camada do pré-sal (localizada abaixo do leito marinho). O estudo para isenção de impostos na fabricação de sondas vem sendo debatido pelo governo com a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) e com o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). (Fonte: Estadão Online)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Em lançamento de programa, ministro pede que pessoas usufruam dos parques nacionais

O governo federal lançou hoje (sábado), em cerimônia na cidade de Petrópolis (RJ), o programa Turismo nos Parques. Estiveram no evento o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc e o ministro interino do Turismo, Luiz Barreto.

O objetivo do programa é aumentar a visitação aos parques nacionais, unidades de conservação gerenciadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Atualmente, 3,5 milhões de pessoas visitam as unidades de conservação ambiental todos os anos. As mais visitadas são os Parques Nacionais do Iguaçu e da Tijuca, que ficam, respectivamente, no Paraná e no Rio de Janeiro.

O ministro do Meio Ambiente lamentou o fato da visitação estar restrita a apenas dois parques nacionais, quando há 64 unidades dessas no país. “Cerca de 192 milhões de pessoas visitam os parques americanos por ano. Os nossos parques, 3,5 milhões, sendo que 90% dessas pessoas concentradas em dois parques, Iguaçu e Tijuca.”

Minc pediu que todos busquem informações sobre os parques nacionais no país e tentem visitá-los. “Os nossos parques e reservas, em geral, são menos defendidos, menos usufruidos e dão prejuízo. Eles têm que ser mais usufruidos, por mais cientistas, mais turistas e mais montanhistas, e gerar recursos”, afirmou.

O presidente Lula destacou que, no passado, a cultura em relação aos parques nacionais era a da proibição, em que as pessoas não tinham autorização para participar da maioria das atividades desenvolvidas na unidade.

“É melhor dizer para as pessoas como fazer o melhor uso possível e dar utilidade às coisas. Só tem sentido a gente permitir que a sociedade brasileira possa adentrar esses locais. As pessoas não sabem nem que os parques existem”, lamentou.

Na primeira fase do programa, serão destinados R$ 28 milhões para seis unidades de conservação: Parque Nacional de Aparados da Serra (SC/RS), da Chapada dos Veadeiros (GO), dos Lençóis Maranhenses (MA), da Serra dos Órgãos (RJ), do Jaú (AM) e da Serra da Capivara (PI).

“É a oportunidade de a sociedade conhecer, entender melhor por que se conserva, entender melhor o trabalho de proteção das unidades de conservação e ter acesso às belezas maravilhosas que podem ser vistas nessas unidades”, disse o presidente do Instituto Chico Mendes, Rômulo Mello.

Segundo ele, o Ministério do Turismo vai investir na infra-estrutura do entorno dos parques para possibilitar hospedagem e melhorias nas condições de acessibilidade.

Mello explicou que o turismo nos parques é uma atividade organizada, que não prejudica a preservação que se busca nas unidades. “O turismo que é praticado dentro das unidades de conservação é um turismo orientado, em que as pessoas visitam a unidade, entendem o processo de conservação.”
(Fonte: Vítor Abdala / Agência Brasil)

PROGRAMA PETROBRAS AMBIENTAL ESTÁ COM INSCRIÇÕES ABERTAS PARA A SELEÇÃO PÚBLICA DE PROJETOS 2008

O Programa Petrobras Ambiental chega, em 2008, à terceira edição de seleção pública de projetos. O novo tema do Programa é: "Água e Clima: contribuições para o desenvolvimento sustentável".

No período de 2008 a 2012, serão investidos R$500 milhões em iniciativas que contribuam para a conservação e preservação dos recursos ambientais e à consolidação da consciência socioambiental brasileira.

As ações estratégicas previstas até 2012 incluem o investimento em patrocínios a projetos ambientais, que serão contemplados a partir de seleções públicas para períodos de dois anos. Além disso, a Petrobras está investindo no fortalecimento das organizações ambientais e suas redes. Por fim, a Companhia destina esforços à disseminação de informações para o desenvolvimento sustentável, promovendo ações de comunicação voltadas para a discussão do modelo de desenvolvimento sustentável.

As linhas de atuação do Programa são:

1- Gestão de corpos hídricos superficiais e subterrâneos:

· Reversão de processos de degradação dos recursos hídricos;

· Promoção e práticas de uso racional de recursos hídricos.

2- Recuperação ou conservação de espécies e ambientes costeiros, marinhos e de água doce.

3- Fixação de carbono e emissões evitadas com base na:

· Reconversão produtiva de áreas;

· Recuperação de áreas degradadas;

· Conservação de florestas e áreas naturais.

Para a Seleção Pública deste ano, serão destinados R$60 milhões a projetos novos ou já em andamento, sob a responsabilidade de pessoas jurídicas, sem fins lucrativos, com atuação no Terceiro Setor, tais como associações, fundações, organizações não-governamentais ou organizações sociais.

As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pela internet (www.petrobras.com.br), até o dia 24 de setembro de 2008. Cada instituição pode inscrever até três projetos, mas somente um poderá ser selecionado.

Independente da linha de atuação, todos os projetos devem contemplar como tema transversal a educação ambiental, com foco em eficiência energética, conservação dos recursos naturais e consumo consciente. Os projetos devem apresentar planejamento para alcançar sustentação econômica e organizacional e a sustentabilidade socioambiental, processo para registro das experiências e resultados, planejamento de comunicação, adoção de iniciativas ecoeficientes em suas práticas de gestão e de instrumentos de acompanhamento e avaliação das ações.

Participe!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Ibama concede licença prévia para Angra 3

O Ibama concedeu, no dia 23 de julho, licença prévia para implantação da usina nuclear Angra 3. A usina terá capacidade para gerar 1.350 MW, custará R$ 7,3 bilhões e tem previsão de término para 2014. O órgão, porém, colocou 60 condições para conceder a licença de construção da obra. As exigências foram consideradas pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, como "brutais".

A decisão sobre a retomada da construção de Angra 3 vinha sendo postergada há anos, através de sucessivos governos, causando graves prejuízos técnicos e econômicos ao país. A manutenção de equipamentos, que custaram US$ 750 milhões, vinham consumindo cerca de US$ 20 milhões por ano aos cofres públicos. Este é o empreendimento governamental mais debatido e estudado de que se tem notícia. O Clube de Engenharia sempre defendeu que não havia razão para postergar esta decisão.

A entidade tem participado ativamente da campanha pela retomada da usina, defendendo a medida através de seus órgãos de comunicação e da imprensa e sediando eventos do setor nuclear, como uma reunião pública sobre o empreendimento e seus impactos econômicos e sociais para o Rio de Janeiro, realizada em junho de 2007, em parceria com a Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben). O evento contou com palestra do presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva e do diretor Técnico da empresa, Luiz Soares. O evento reuniu mais de 400 pessoas no auditório do 25º andar do Edifício Edison Passos.
Segundo o assistente do presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, o Clube de Engenharia "tem representado papel de grande importância no processo de retomada de Angra 3".

– Além de promover debates, palestras temáticas, artigos técnicos e um número especial de sua revista sobre Angra 3, que muito tem contribuído para uma melhor entendimento da sociedade sobre a importância da energia nuclear para o desenvolvimento nacional, sediou também reunião pública específica sobre o licenciamento ambiental da Usina, que contou com grande audiência. A posição institucional do Clube favorável a energia nuclear no País constitui um apoio fundamental para todas as entidades nacionais que atuam no setor – destacou.

CONFIABILIDADE

O Clube também foi um dos fundadores do Fórum Pró-Angra 3, que promoveu campanha a favor da construção da usina nuclear.

Em almoço realizado no mês de abril, que contou com a presença do presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, com maciço comparecimento da imprensa, o presidente do Clube de Engenharia, Heloi Moreira, teve a oportunidade de defender em nome do Clube, mais uma vez, a retomada das obras de Angra 3.

Quando da aprovação da retomada das obras pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no dia 25 de junho passado, o presidente do Clube enviou telegrama ao presidente Lula cumprimentando-o pela decisão, "sempre defendida por nossa entidade".

– Acreditamos que a construção de Angra 3 aumentará a confiabilidade do sistema elétrico integrado e contribuirá para fortalecer o setor nuclear brasileiro, integrante de um seletíssimo grupo de países. Angra 3 é a uma opção econômica e ambientalmente correta para diversificar nossa matriz energética – escreveu Heloi.

Fonte: www.ClubedeEngenharia.org.br

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Exército tira transposição do Rio São Francisco do papel

A igrejinha branca e azul nos arredores de Cabrobó (PE), onde o bispo d. Luiz Flávio Cappio, em 2005, fez a primeira greve de fome contra a transposição do Rio São Francisco, está fechada. Na região, não há mais manifestações contrárias à obra, e os tratores de esteira e as escavadeiras do Exército rasgam o sertão em ritmo acelerado, começando a abrir os dois canais que vão levar água do "Velho Chico" para as bacias hidrográficas do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e do agreste de Pernambuco.

Depois de nove meses de trabalho, os dois batalhões de engenharia e construção que estão na área já concluíram cerca de um terço das obras a cargo do Exército. Nada menos do que 1,6 milhão de metros cúbicos de terra, rochas e outros sedimentos já foram escavados - o que equivale a 18 Maracanãs cheios.

Os protestos contra a transposição acabaram por vários motivos. Em primeiro lugar, o Supremo Tribunal Federal (STF) cassou todas as liminares concedidas por juízes de primeira instância que impediam o início das obras. Além disso, a presença dos militares ajudou a dar credibilidade ao projeto. "A estratégia de começar as obras com o Exército foi muito boa", admitiu o padre Ceslau Broszecki, da Diocese de Cabrobó. "Aqui tudo se acalmou, ninguém fala mais nada (contra a transposição)", disse o padre.

A presença do Exército representou também segurança para os moradores, pois a rodovia que passa por Cabrobó e Floresta é conhecida como "rota da maconha", utilizada por traficantes. Outra razão para o apaziguamento na região é o grande investimento que o governo federal está fazendo na revitalização do São Francisco. Um dos programas prevê o saneamento básico nas cidades ribeirinhas. Atualmente, os esgotos dessas cidades são despejados no rio. Nesse programa, o governo prevê aplicar R$ 1 bilhão.

Há 72 municípios com obras de saneamento em andamento. As de outros 44 estão em processo de licitação. Além desses, o governo pretende atender mais 78. Cabrobó, por exemplo, espera concluir suas obras no próximo mês e aumentar de 33% para 99% a parcela de residências atendidas por saneamento básico, segundo o secretário de Infra-Estrutura Urbana e Habitação da cidade, Paulo Teógens de Oliveira. "Sem a transposição, essas obras não aconteceriam", admitiu.

Há quem acredite que a morte do senador Antonio Carlos Magalhães (DEM), ex-governador da Bahia e ferrenho adversário da transposição, também tenha aplacado os protestos contra o projeto. Mas nota-se que permanece na região o temor do que poderá acontecer com o São Francisco. "Tem gente que acha que o rio vai secar", disse o secretário Oliveira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Fonte: Yahoo!)

domingo, 10 de agosto de 2008

AquaRio dará entrada para o licenciamento da obra de construção do Aquário

NOTA À IMPRENSA
Amanhã, terça-feira, dia 05 de agosto, o Aquário Marinho da Cidade do Rio de Janeiro - AquaRio dará entrada em seu projeto arquitetônico, no gabinete do Secretário Municipal de Urbanismo da Prefeitura do Rio de Janeiro, Sr. Augusto Ivan, para requerer os licenciamentos necessários para a realização da obra de construção do empreendimento no terreno da Ex-Cibrazen, na zona portuária, cuja previsão é de dois anos. Será o Maior Aquário Marinho da América Latina, com 25 mil metros quadrados de área construída, 5,4 milhões de litros de água e 12 mil animais de 400 espécies diferentes em exposição. Um novo ícone para o Rio de Janeiro. Um equipamento Moderno e Multi-funcional, com Aquário REAL, Aquário VIRTUAL, Museu de Ciências, Centro de Pesquisa Científica, Centro de Educação Ambiental e Centro de Recuperação da Fauna Marinha. Lazer, Entretenimento, Cultura, Educação, Preservação, Conservação, Pesquisa, Reurbanização e Turismo em um só local.

Com a parceria científica do AquaRio com o Departamento de Biologia Marinha da UFRJ, o Rio de Janeiro e o Brasil poderão finalmente contar com esse importante equipamento para realizar pesquisas biológicas que darão grande contribuição à conservação e ao uso sustentável da enorme biodiversidade aquática do litoral brasileiro. Além disso, como um verdadeiro campus avançado da Biomar da UFRJ, o AquaRio proporcionará centenas de vagas para que os biólogos e estagiários participem das pesquisas e trabalhos científicos.

Marcelo SzpilmanDiretor-Presidente

sábado, 9 de agosto de 2008

MMA quer conhecer potencial brasileiro de biomassa florestal

Não basta ser legal. A madeira explorada nas florestas brasileiras precisa também ser utilizada de forma racional, sem desperdícios e de modo a proporcionar melhorias na qualidade de vida da população. Para isso o País precisa de informação e tecnologia, focos de dois estudos que foram contratados pelo Ministério do Meio Ambiente para conclusão ainda este ano.

Um estudo vai mapear e quantificar os resíduos e os subprodutos da cadeia de produção da madeira  da floresta às madeireiras - e outro levantar as possibilidades tecnológicas de transformar esse material em biomassa para produção de energia.

A utilização integral das árvores abatidas em florestas cultivadas e florestas nativas manejadas, transformando galhos, cascas, serragem, aparas e outros resíduos em produtos de alta densidade energética, reduzirá, na expectativa da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, a pressão sobre as florestas, cada vez mais utilizadas como fonte de energia em diversos segmentos industriais.

Os briquetes de resíduos também poderão alimentar pequenas termoelétricas destinadas a atender comunidades isoladas da Amazônia. A carência de energia - nas localidades onde existe, vem de termoelétricas a diesel - é um dos principais fatores para implantação de projetos de desenvolvimento sustentável na região.

O levantamento da localização e volume de biomassa florestal disponível cobrirá os estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso, na Amazônia, e Minas Gerais e São Paulo, na região Sudeste. A pesquisa de alternativas tecnológicas será focada nas diferentes formas de produção e potencial energético da biomassa de resíduos florestais condensados. Também será estudado resultado econômico desse tipo de energia para os consumidores finais.

Os resultados dos dois estudos, concebidos para balizar estratégias de investimento e programas do MMA, serão disponibilizados para todos os órgãos e instâncias de governo, entidades civis e empresários interessados em utilizar o combustível. (Fonte: Lucia Leão/MMA)
site: ambientebrasil

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

ETANOL

O que é?

É o mais comum dos álcoois e caracteriza-se por ser um composto orgânico, obtido através da fermentação de substâncias amiláceas ou açucaradas, como a sacarose existente no caldo-de-cana, e também mediante a processos sintéticos. É um líquido incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com cheiro e sabor característicos. Segundo algumas pesquisas, pode ser produzido através de biomassa (resíduos agrícolas e florestais).

Origem

A cultura da cana-de-açúcar parece ter tido origem na Nova Guiné, onde através de migrações antigas, expandiu-se para as Ilhas Solomon, Novas Hébridas e Nova Caledônia, Indonésia, Filipinas e Norte da Índia. Mais tarde, Alexandre, o Grande, levou-a para a Europa e depois transportada para o continente Americano.Primeiramente o álcool etílico foi utilizado para a fabricação de bebidas alcoólicas.

O álcool etílico é utilizado como combustível desde o nascimento dos automóveis, na tentativa de adaptar os motores recém inventados para a utilização do etanol. Desde então e até nos dias de hoje, o uso do etanol em veículos automotores tem sido um considerável avanço.

Etanol e o Meio Ambiente

Existem diversas utilizações para o álcool etílico como: produção de bebidas alcoólicas, aplicações na indústria química e farmacêutica, combustível veicular e a produção de energia elétrica.

Como combustível para automóveis, o álcool tem a vantagem de ser uma fonte de energia renovável e menos poluidora que os derivados do petróleo, o que possibilitou o desenvolvimento de uma tecnologia 100% nacional, o PROÁLCOOL.

O Proálcool é um programa nacional de substituição de petróleo por energia renovável. O álcool é também menos inflamável, menos tóxico que a gasolina e o diesel.

Impactos e Problemas

Existem problemas que precisam ser resolvidos para que o álcool torne-se realmente uma alternativa sócio e ambientalmente sustentável. Problemas esses, gerados pela monocultura da cana-de-açúcar, pela condição social e trabalhista da mão de obra empregada, pelo primitivo processo de colheita que obriga a queima da cana, entre outros.

A queima da palha do canavial visa facilitar e baratear o corte manual, fazendo com que a produtividade do trabalho do cortador aumente de 2 para 5 toneladas por dia. Os custos do carregamento e transporte também são reduzidos e aumenta a eficiência das moendas que não precisam interromper seu funcionamento para limpeza da palha. Por outro lado, essa prática, empregada em aproximadamente 3,5 milhões de hectares, tem conseqüências desastrosas para o ambiente.

Vários estudos afirmam que a queima libera gás carbônico, ozônio, gases de nitrogênio e de enxofre (responsáveis pelas chuvas ácidas), liberam também a indesejada fuligem da palha queimada (que contém substâncias cancerígenas) e provocam perdas significativas de nutrientes para as plantas e facilitam o aparecimento de ervas daninhas e a erosão, devido à redução da proteção do solo. As internações por problemas respiratórios, intoxicações e asfixias aumentam consideravelmente durante a "safra" da fuligem.

Há problemas também nos efluentes do processo industrial da cana-de-açúcar, os quais devem ser tratados e se possível reaproveitados na forma de fertilizantes. Sem o devido tratamento os efluentes lançados nos rios comprometem a sobrevivência de diversos seres aquáticos e até mesmo os terrestres (através da mortandade de peixes, alimentação básica da classe mais baixa da população), quando usados como fertilizantes os efluentes não tratados contaminam os lençóis freáticos e afetam os seres terrestres.

Perspectivas Futuras

Com o incentivo da utilização do álcool combustível e outros, ocorre uma grande movimentação na agroindústria canavieria, que é um importante setor, gerador de milhares de empregos diretos e indiretos.

Nos EUA, a mistura etanol-gasolina corresponde a 8% do mercado de combustível, enquanto que no Brasil, 43% dos automóveis são movidos à

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Design rupestre da Serra da Capivara dribla a miséria e a depredação ambiental

Na zona de transição entre a Caatinga e o Cerrado, localizado no entorno do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, uma comunidade rural de Barreirinho encontrou um caminho para driblar o cenário de miséria, prostituição e depredação do meio ambiente. O programa Cerâmica Artesanal Serra da Capivara emprega a população local na produção de peças, como louças e vasos, decoradas com símbolos semelhantes às pinturas rupestres desse sítio arqueológico brasileiro.

"Esse trabalho existe há 13 anos. No início, eram apenas três pessoas da comunidade Barreirinho trabalhando junto com a equipe, mas agora já temos 27 artesãos na oficina, o que corresponde a 70% da comunidade", conta Girleide Oliveira, administradora do projeto de Cerâmica Artesanal da Serra da Capivara. "Nossa principal motivação foi possibilitar às pessoas que moravam no entorno do Parque uma fonte de renda, diminuindo assim a depredação da fauna e da flora características da caatinga e do patrimônio cultural do Parque, que são as pinturas rupestres e os vestígios arqueológicos."

As peças da Serra da Capivara são vendidas em oito Estados brasileiros e exportadas para a Itália. Há negociações para que cheguem também à Holanda e à Grécia. Com o apoio da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), entidade presidida pela arqueóloga Niéde Guidon, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) ajudou a capacitar os antigos caçadores e agricultores para a função de ceramista, buscando um resgate cultural em suas raízes e visitando museus para começar a dar um novo formato aos produtos confeccionados.

Na produção de suas peças, a Cerâmica Serra da Capivara tem a preocupação de retratar a cultura local em dois níveis: no design e nas técnicas de fabricação. No primeiro caso, desde a pré-história os povos que habitavam essa região trabalhavam com argila na fabricação de cerâmica com finalidades diversas, como urnas funerárias e peças utilitárias, como comprovam as pesquisas arqueológicas na região. Foi uma opção consciente retratar nas peças réplicas das pinturas rupestres encontras nos paredões que formam o grande patrimônio cultural, já tombado pela UNESCO, do maior complexo de sítios arqueológico das Américas. "O trabalho desenvolvido pelos artesãos tem beleza, funcionalidade e também o valor social agregado que contribui com o desenvolvimento da região e protege o patrimônio cultural e ecológico do Parque", conta Girleide.

Nesse processo de transição, os fornos passaram a ser aquecidos a gás levado por caminhões contratados, o que reduziu a pressão sobre a madeira da área de preservação. E o uso da argila para a produção das peças artesanais é menos comprometedor ao meio ambiente do que a instalação de uma pedreira ou saibreira.

"Em relação às questões ambientais e sociais, todas as peças estão sob rígidas normas de fabricação, que é feita de acordo com normas da Licença Ambiental, emitida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), órgão que fiscaliza periodicamente o funcionamento da cerâmica. Há também o manual de Boas Práticas de Fabricação e Controle, emitido pelos órgãos responsáveis pelo cuidado com a saúde humana", explica a administradora.

Prêmio pela sustentabilidade

Em 2005, a Cerâmica Serra da Capivara conquistou o primeiro lugar de melhor projeto de sustentabilidade do Brasil, premiação concedida pelo Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBDES). "Os R$ 10 mil que ganhamos foram utilizados em benefício do projeto. Recuperamos equipamentos, compramos novas máquinas e com o restante fizemos uma confraternização com todos os integrantes do projeto e sorteamos vários prêmios. Foi uma luta grande, mas enfim conseguimos este certificado. Isso deu mais valor às nossas peças. Além disso, conseguimos também nos firmar perante a Comunidade Européia de Artesanato", diz Girleide.

Atualmente, o projeto trabalha com capacitação para outras comunidades e grupos que tenham o mesmo potencial de atuação da Cerâmica Artesanal. "Todos os esforços somados no funcionamento da Cerâmica nos deram um grau de qualidade muito satisfatório, porque estamos valorizando as pinturas rupestres, a caatinga e contribuindo com a sustentabilidade dos moradores da região. Estamos consolidando a identidade do povo sertanejo e nordestino e vamos continuar nessa linha: politicamente corretos, ecologicamente perfeitos e socialmente justos", avalia ela.

A maior parte da produção das peças é vendida no Brasil, em grandes redes de lojas de decorações nos principais Estados. A rede Tok&Stock comercializa os produtos de Cerâmica da Serra do Capivara desde 2002. Os produtos fazem parte da Linha Rupestra e já foram vendidas mais de 80 mil peças de 13 itens diferentes. "Fomos apresentados ao projeto pela designer brasiliense Cristiane Dias, que escolheu a cerâmica rupestre como tema do seu mestrado na escola de design Central Saint Martins College of Art and Design, em Londres. Imediatamente aceitamos ser o canal de distribuição nacional", relembra Edson Coutinho, coordenador de tendências da Tok&Stock.

Segundo ele, a Linha Rupestra faz sucesso desde o seu lançamento. No início, a rede oferecia seis itens da linha jantar, mas a grande procura os levou a ampliar a linha e encomendar a criação de acessórios para banheiro, vasos e outras opções para a linha mesa. "Até uma linha de lençóis lançamos com a assinatura da Cristiane e os característicos desenhos rupestres. O trabalho desta designer foi fundamental para que tivéssemos esses produtos ao mesmo tempo adaptados à vida contemporânea e embebidos de valores históricos e culturais. A linha Rupestra se tornou uma referência do design nacional", diz Coutinho.

Para contribuir com a valorização das peças, a Tok&Stok, segundo Coutinho, investe na divulgação da Linha Rupestra no site e na revista da loja, além de outros meios de comunicação. "Hoje estamos desenvolvendo uma linha nova para a renovação destes produtos. Esta linha também será produzida na Serra da Capivara e a designer Cristiane Dias nos surpreenderá com outros aspectos culturais a serem valorizados da região. Desta forma, o projeto não morrerá e continuará a crescer e principalmente, a ser sustentável", acredita Edson Coutinho.

Além da distribuição em lojas e da exportação, a Cerâmica Artesanal Serra da Capivara também produz, sob encomenda, peças para brindes personalizados, utilitários e decorativos.

Para saber mais sobre a Cerâmica Artesanal Serra da Capivara, acesse: http://www.ceramicacapivara.com/

Florestas intocadas armazenam três vezes mais carbono

A proteção das florestas é cada vez mais vista como uma atitude essencial para combater as mudanças climáticas. O governo brasileiro assinou na última semana um decreto que cria um fundo para preservação da Amazônia. Outros países e instituições assumem posturas semelhantes, uma vez que o desmatamento é apontado como uma das principais fontes de emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. A importância dessas iniciativas é reforçada por um estudo australiano que comprova que a capacidade de florestas intactas em armazenar carbono é três vezes maior do que o previsto até então. Elas também são 60% mais eficientes nesse sentido do que as florestas plantadas.

Cientistas da Universidade Nacional da Austrália, que publicaram um relatório sobre o tema nesta terça-feira, dizem que o papel das florestas selvagens, assim como o da biomassa de carbono verde pertencente a elas, foi subestimado na luta contra o aquecimento global. “Na Austrália e, provavelmente em todo o mundo, a capacidade de armazenamento das florestas naturais foi subestimado e consequentemente deturpado em avaliações econômicas e opções políticas”, afirmam.

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e o Protocolo de Quioto não fazem distinção entre a capacidade de carbono de florestas plantadas e das intocadas. As florestas ainda intactas podem carregar três vezes mais carbono do que o calculado atualmente, caso o estoque de carbono da biomassa seja incluído nas medições. Atualmente, a habilidade de armazenamento de carbono é baseada em estimativas de florestas plantadas.

O relatório “Carbono Verde, o papel das florestas naturais para o estoque de carbono” informa que a falta de diferenciação na definição de floresta também subestima o acúmulo de carbono em florestas adultas. O IPCC define como floresta árvores acima de 2 metros de altura e com copas maiores de 10%; mas, na Austrália, florestas foram definidas por árvores com mais de 10 metros de altura e copa superior a 30%.

O estudo avalia que as florestas preservadas do sudeste da Austrália podem abrigar cerca de 640 toneladas de carbono por hectare – enquanto a estimativa do IPCC é de 217 toneladas. Os cientistas também calculam que cerca de 9,3 bilhões de toneladas de carbono podem ser estocadas nos 14,5 milhões de hectares de florestas de eucalipto no sudeste australiano, se não ocorrer intervenção humana. O IPCC estima apenas um terço desta capacidade e somente 27% do estoque de carbono de biomassa das florestas.

Mais flexível

Por permanecerem intocadas, as florestas naturais, além de armazenarem mais carbono, são capazes de o estocarem por mais tempo do que as plantadas, rotineiramente cortadas para uso comercial.

O co-autor do relatório, Brendan Mackey, entende que preservar as florestas selvagens serve a dois propósitos: manter uma grande absorção de carbono e interromper a liberação de carbono armazenado nas florestas.

A quantidade de carbono abrigado em biomassa e solo no mundo é aproximadamente três vezes maior do que na atmosfera, explica o documento. Cerca de 35% dos gases do efeito estufa presentes no ar é resultante de desmatamentos passados e 18% das emissões anuais vêm de desflorestamento continuado.

O relatório diz que o corte de árvores é responsável por mais de 40% da redução de carbono de longo prazo, em comparação com florestas preservadas. “A maioria do carbono de biomassa nas florestas naturais reside na biomassa da madeira de grandes árvores adultas. A exploração comercial modifica a estrutura etária das florestas e faz com que a média de idade das árvores seja muito jovem”, acrescenta o documento.

Mackey acredita que os sistemas de negociação de emissões não deveriam favorecer florestas plantadas para a compensação de carbono, já que elas não fazem um balanço entre a perda de florestas naturais e a liberação de carbono. “Nós precisamos ter certeza de que os esquemas de comércio de emissões não levam a resultados perversos”, adverte. A Austrália deverá introduzir o sistema próprio de negociação de emissões em 2010, mas a agricultura não estará incluída no projeto.

Os cientistas afirmam que prevenir desmatamentos futuros das florestas de eucaliptos no sudeste da Austrália será equivalente a evitar emissão de 460 milhões de toneladas de CO2 por ano no próximos 100 anos. E permitir que florestas cortadas cresçam novamente até atingir a capacidade natural de estocagem de carbono, evitará o equivalente a 136 milhões de toneladas de CO2 por ano nos próximos 100 anos – cerca de 25% do total de emissões australianas em 2005.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Pêlo de Pé Grande da Índia é enviado para análise de DNA

Cientistas britânicos que examinaram pêlos encontrados na Índia que pertenceriam ao lendário Yeti, também conhecido como Pé Grande ou abominável homem das neves, enviaram a amostra para exames de DNA em laboratórios diferentes.

Os cientistas afirmaram que a série inicial de exames, com microscópios sofisticados teve resultados inconclusivos.

O especialista em macacos e biólogo Ian Redmond afirmou que os pêlos têm uma "semelhança impressionante" a pêlos coletados pelo alpinista britânico que escalou o Everest, Edmund Hillary.

Redmond disse à BBC que os pêlos coletados na Índia são "potencialmente muito animadores".

"Temos muita sorte de os pêlos indianos apresentarem folículos que podem ser identificados, que contém células, então há chances de chegarmos mais perto da verdade", afirmou.

A BBC recebeu os pêlos de Dipu Marak, que acredita na existência do Yeti e coletou os pêlos em uma floresta densa depois de a criatura ter sido supostamente avistada por um guarda florestal durante três dias seguidos em 2003.

A criatura, que na Índia é chamada de "mande burung" (ou "homem da floresta"), teria sido avistada em volta das colinas de Garo, no estado de Meghalaya, nordeste da Índia.

Herbívoro

Dipu Marak afirmou que os pêlos podem fornecer provas da existência de um animal semelhante ao macaco, preto e cinza, cuja altura seria de cerca de três metros.

Marak estima que a criatura pese 300 quilos e acrescenta que o animal seria herbívoro.

Vários relatos de aparições do animal ocorreram durante vários anos, com testemunhas diferentes a oeste, sul e leste das colinas Garo.

E os exames preliminares dos cientistas britânicos não refutam a crença de Marak.

"Agora sabemos definitivamente que estes pêlos não pertencem ao urso negro asiático, não pertencem a um porco do mato e não se parecem com pêlos de várias espécies de símios. Estes pêlos continuam sendo um enigma", afirmou Redmond.

"Outra coisa que posso confirmar é que, se estes pêlos realmente pertencem a um Yeti, então eles - assim como seres humanos - sofrem de pontas duplas no cabelo", brincou o biólogo.

Primatas

Os exames nos pêlos foram feitos na Universidade Brookes de Oxford com microscópios sofisticados, que aumentaram os pêlos em 200 vezes.

Depois de serem ampliados, estes pêlos foram comparados com um banco de dados de outros pêlos coletados por Redmond.

Redmond e a estudiosa de primatas Anna Nekaris conseguiram, depois dos exames, descartar os candidatos mais óbvios a serem os donos dos pêlos.

De acordo com Redmond e Nekaris, existem chances de que estes pêlos pertençam a uma espécie desconhecida de primata.

"Há apenas dois anos uma nova espécie de símio foi descoberta no norte da Índia. É perfeitamente possível que existam regiões de selva onde um macaco desconhecido possa existir", afirmou.

Os dois cientistas lembraram que há pouco tempo uma grande espécie de macaco, já extinta, conhecida como gigantapithecus, percorria a região. Segundo Redmond era uma espécie desconhecida e sem registros de fósseis e a criatura teria uma altura estimada três metros de altura.

Os cientistas afirmam que, se o Yeti existir naquela região da Índia, não é impossível que ele seja algum tipo de descendente da criatura.
(Fonte: Folha de S. Paulo)

sábado, 2 de agosto de 2008

A ARCA DOS WOEHL

TEXTO DA VERSÃO DA INTERNET
Márcio Cruz

Em Jaraguá do Sul (SC), o hectare de terra mais caro do PAÍS, um casal luta para salvar as últimas áreas remanescentes de mata atlântica e garantir a biodiversidade e o futuro das próximas gerações.

Formada pelas copas dos manguezais, a paisagem vista do alto é de um verde deslumbrante. Sobrevoar as matas da região de Joinville (Santa Catarina) oferece um panorama semelhante a de um descobridor observando pela primeira vez a Mata Atlântica, onde, segundo a história oficial, desembarcou Pedro Álvares Cabral há 508 anos. O clichê se justifica. O nome do país foi batizado sob o nome de uma espécie de árvore então muito comum no bioma, o pau-brasil (revisionistas dizem que foi a árvore que foi batizada sob as características climáticas da terra). Hoje, o estado de Santa Catarina possui ainda 20% de seu território tomado pela Mata Atlântica. No Brasil, há apenas 7,26% remanescentes da floresta, sendo que apenas 1% é de mata virgem. O pau-brasil se encontra em extinção. A aeronave em que estamos pousa mais cedo do que o esperado na pequena pista localizada entre fragmentos dessa floresta, mas nossa anfitriã, Elza Nishimura Woehl, já espera no aeroporto para nos conduzir até a cidade de Jaraguá do Sul, onde irá nos apresentar seu trabalho.

Olhando do ponto de vista de um estranho, a rotina pesada desta paranaense radicada em Guaramirim (SC) não é muito diferente da de qualquer outra mulher bem-sucedida profissionalmente à beira dos 50 anos. De tênis esportivo, camiseta branca e calças jeans, ela “dorme com as galinhas e acorda com o galo”, brinca. Para manter a forma, ela se levanta cedo para praticar corrida (“Mas não é todo dia”). Quando é noite de lua cheia, acorda ainda mais cedo para aproveitar a claridade e aproveitar melhor o tempo. De hábitos simples, aparenta ter menos idade do que declara (ela tem 49), não traz sinal de maquiagem no rosto e suas unhas, curtas, não estão feitas. Como único sinal de vaidade, uma jóia no pescoço: um colar dourado com um pingente na forma de um sapo sorridente.

Mas é menos na aparência e sim no discurso e na biografia que a vida de Elza e seu marido, o pesquisador Germano Woehl Jr., 47 anos, toma uma direção oposta a da maioria dos casais tradicionais. Casados há 25 anos, desde 1998 eles passam a maior parte do tempo em cidades diferentes, distantes 670 km uma da outra – ela em Guaramirim, ele em São José dos Campos (SP). Filha de uma família de agricultores e neta de imigrantes japoneses, aos 21 anos ela conheceu Germano, estudante de física da Universidade Federal do Paraná. Descendente de austríacos e egresso da cidade de Itaiópolis, no Planalto de Santa Catarina, ele se encontrava a caminho de concretizar um sonho de adolescência: tornar-se cientista. Casaram-se três anos depois. O casal ainda viveu em São Carlos (SP), onde Germano defendeu seu mestrado, e em São José dos Campos, onde hoje ele ganha a vida como pesquisador do departamento de Fotônica do Instituto de Estudos Avançados do Centro Técnico Aeroespacial, debruçado na análise do comportamento do átomo de cálcio congelado em raio laser.

Assim como Germano, Elza cresceu observando o comportamento predatório dos agricultores. “Eu via meu pai cortando palmito, mas não sabia que era errado”, ela lembra. Durante a infância e adolescência de Germano, sua cidade natal ainda mantinha 70% a 80% da mata nativa preservada. “Hoje não chega a 20%”, lamenta ele, com voz suave, em conversa telefônica na tarde anterior à minha viagem para Jaraguá do Sul. A velocidade com que as áreas remanescentes de mata atlântica se transformavam em pastos, e mais tarde, em campos para a plantação de soja e pínus para a indústria de papel e celulose, gerou no casal o instinto de preservação, um alerta natural a qualquer espécie, mas que parece estar adormecida no ser humano.

Você lê esta matéria na íntegra na edição 21 da Rolling Stone Brasil, junho/2008

http://www.rollingstone.com.br/materia.aspx?idItem=2698&titulo=A+Arca+dos+Woehl&Session

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Minc anuncia R$ 50 milhões para estimular ecoturismo

Brasília, DF - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou nesta quinta-feira (31) que, até setembro, o governo lançará um pacote de R$ 50 milhões para estimular o ecoturismo em seis unidades de conservação federais, com previsão de investimentos em infra-estrutura e licitação para concessão de serviços de atendimento ao visitante.

Os recursos, segundo Minc, serão distribuídos entre os Parques Nacionais da Serra dos Órgãos (RJ), do Jaú (AM), da Chapada dos Veadeiros (GO), dos Aparados da Serra (RS), da Serra da Capivara (PI) e o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE). Os investimentos federais deverão custear a construção de centros de visitantes, trilhas guiadas, mirantes e a contratação de guias.

Os serviços de restaurantes e turismo de aventura deverão ser concedidos a empresa privadas, por meio de licitação pública, segundo Minc.

“O objetivo é defender melhor, curtir melhor e fazer com que as unidades de conservação gerem lucro”, disse Minc, após dar posse ao novo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Rômulo Mello.

De acordo com o ministro, as unidades de conservação federais recebem cerca de 3,5 milhões de visitantes por ano, mas 90% da visitação é concentrada nos Parques Nacionais do Iguaçu (PR) e da Tijuca (RJ).

Minc adiantou, ainda, que o governo deverá autorizar a construção de “estradas-parque”, linhas que poderão cruzar as unidades de conservação, desde que sigam exigências como baixa velocidade e uso de materiais não poluentes.

Sabesp lança projeto "De Olho na Mata Atlântica"

Do blog SOS Rios do Brasil:

Importante parceria entre Secretaria do Meio Ambiente/Fundação
Florestal, Polícia Militar Ambiental e a ABVL – Associação Brasileira
de Vôo Livre, com coordenação da SABESP, realizará o Projeto "DE OLHO
NA MATA ATLÂNTICA", O processo permitirá a monitoração da ocorrência
de atividades de degradação e prejuízos ao meio ambiente, a
atualização de dados para monitoramento detalhado das áreas de
mananciais, agilizando a atuação dos órgãos em caso de irregularidades

Sabesp lança projeto "De Olho na Mata Atlântica"

No último dia 12, às 8h30, a Sabesp lançou o
projeto "De Olho na Mata Atlântica", uma ação em parceria com a
Secretaria do Meio Ambiente/Fundação Florestal, Polícia Militar
Ambiental e a ABVL – Associação Brasileira de Vôo Livre que, durante
a 4ª Audiência de Sustentabilidade, realizada em fevereiro na sede da
Sabesp, apresentou proposta para monitoramento aéreo da Serra do Mar.

O trabalho será constituído de dois sobrevôos semanais das áreas de
mananciais de abastecimento do Litoral Sul, particularmente das
bacias dos rios Mambu e Branco, com uso de pára-pentes motorizados.

No percurso será monitorada a ocorrência de atividades de degradação
e prejuízos ao meio ambiente.
O projeto é pioneiro no país e auxiliará na preservação da Mata e,
principalmente, das fontes de abastecimento do Litoral Sul.
Munido de um GPS, máquina fotográfica e rádio-comunicador o piloto
poderá passar informações precisas aos órgãos de fiscalização de
situações irregulares.

O processo permite, ainda, a atualização de dados para monitoramento
detalhado das áreas de mananciais, agilizando a atuação dos órgãos em
caso de irregularidades. Os sobrevôos também servirão como importante
instrumento de apoio às ações preventivas de campo, colaborando com o
Plano Operacional de Controle – Operações Integradas entre a Fundação
Florestal e a Polícia Ambiental. Adicionalmente o projeto poderá
apoiar atividades de pesquisa da vegetação da região.

Cabe destaque que os pára-motores permitem vôo mais próximo à
encosta, consomem muito menos combustível que os helicópteros,
gerando menos poluição e poderão constituir uma opção interessante
para estes trabalhos de apoio.
Durante o evento, um grupo de parapentistas farão uma demonstração de
vôo livre ao público. Na ocasião, convidados e banhistas poderão
conferir a importância da atividade.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

O Ministério Público (MP) suspendeu a remoção das árvores da Alameda São Boaventura

Publicado em 16/07/2008

Fabiane Moreira

O Ministério Público (MP) suspendeu a remoção das árvores da Alameda São Boaventura, Fonseca, para a construção do Corredor Viário. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, antes do início das obras, foi autorizada a retirada de mais de 70 árvores na região. Porém, o MP afirmou que a intervenção irá descaracterizar a Alameda, indo contra a preservação da área. No último dia 11, O FLUMINENSE mostrou a revolta de moradores e pessoas que diariamente passam pelo local, apontando a preocupação com o ar e a paisagem.
Desde o início das obras, em dezembro, diversas árvores foram removidas e outras podadas para a criação de um corredor expresso para ônibus, com paradas intermediárias, de forma a melhorar o tráfego local. Mas, de acordo com o promotor de Meio Ambiente e Urbanismo de Niterói, Luciano Mattos, a iniciativa está causando forte impacto na região.
"A Alameda é um patrimônio histórico da cidade e deve ser preservada. A obra pode ser feita, desde que não interfira na paisagem local. Mais de 30 árvores já foram retiradas e isso irá descaracterizar a avenida. Alameda sem árvores não é Alameda", afirmou.
O promotor explicou que a Secretaria de Meio Ambiente fez um diagnóstico de todas as árvores e enviou um relatório ao MP, informando que das 165 plantas distribuídas na avenida, 143 seriam removidas. Segundo ele, o órgão não aprovou a decisão.
"Eles alegam que as árvores estão em mau estado de conservação. Mas fui ao local e pude conferir que, ao contrário do divulgado, muitas estão em ótimo estado. Além disso, embora tenha se cogitado a possibilidade de replantá-las, não é garantido que se tenha êxito com o método", disse.
Luciano ainda garantiu que a retirada das árvores ficará suspensa até que uma nova análise da vegetação seja feita. O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jefferson Martins, disse que irá acompanhar as pesquisas e que o MP precisa considerar os aspectos técnicos da construção.
"Muitas árvores já estão condenadas e outras devem sair devido às plataformas", declarou o secretário, lembrando que cerca de 8 mil árvores deverão ser distribuídas por toda a cidade para compensar a perda.
A Secretaria estadual de Transportes, responsável pela obra, informou que não recebeu nenhuma notificação.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Aquecedor ecológico construído no Paraná reaproveita 100 quilos de plástico

Curitiba, PR - Foi instalado esta semana no município de Palmas, no Paraná, o maior aquecedor ecológico já construído no Brasil. Foram utilizadas 3,3 mil embalagens para a montagem, sendo 1,8 mil garrafas PET e 1,5 mil embalagens longa-vida. As garrafas utilizadas na montagem representam o reaproveitamento de aproximadamente 100 quilos de plástico.

A coordenação do projeto é da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, aproveitando um sistema criado pelo catarinense José Alcino Alano. O aquecedor está ajudando a diminuir gastos com o fornecimento de energia elétrica para esquentar cerca de 8 mil litros de água consumidos diariamente no alojamento da 15ª Companhia de Engenharia de Combate do Exército Brasileiro, onde vivem 50 soldados.

O secretário do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, destacou os benefícios desse sistema alternativo de aquecimento. “É uma energia que não traz impactos ao meio ambiente, é limpa. Evita que resíduos que podem ser reciclados ou reaproveitados se acumulem nos aterros, diminuindo a vida útil destes depósitos. E, ainda, quem o utiliza economiza dinheiro, pois seu uso reduz em 35% o valor da conta de luz”.

José Alcino Alano conta que desde 2004, recebe apoio do Programa Desperdício Zero, da Secretaria do Meio Ambiente, para divulgar sua obra, registrada como projeto-livre. “É livre porque pode ser reproduzido sem finalidades comerciais, apenas para melhorar o meio ambiente e a qualidade de vida daqueles que precisam”, explicou.

O Paraná já possui cerca de 6 mil aquecedores, mas segundo o coordenador do Desperdício Zero, Laerty Dudas, esse número pode ser maior, pois são ministradas oficinas que formam muitos multiplicadores. “O projeto caminha sozinho”. Os aquecedores estão sendo muito usados também para aquecer água para lavar galões de leite, além de dar banho nos animais.

Segundo Alano, para construir um aquecedor com capacidade para esquentar a água para banho de quatro pessoas, são utilizadas 240 garrafas PET e 200 embalagens longa vida, além de canos e conexões de PVC. Esses números levam o secretário Rasca Rodrigues a contabilizar que nos seis mil sistemas já existentes no estado, evitou-se que pelo menos 1,2 milhão de garrafas PET e quase 1,5 milhão de embalagens longa-vida fossem direcionadas aos aterros.

Dados da coordenadoria de Resíduos Sólidos da Secretaria do Meio Ambiente mostram que de cada 100 garrafas PET comercializadas no Paraná, apenas 15 são recicladas . Já o consumo de embalagens longa-vida chega a 400 milhões de unidades por ano, das quais 240 milhões são lançadas no meio ambiente, causando forte impacto ambiental.

José Alcino Alano, responsável também por um projeto em Santa Catarina, feito com 1,7 mil garrafas, explica como são construídos os aquecedores, conhecimento que é repassado nas oficinas que formam os multiplicadores. “O sistema é o mesmo dos aquecedores solares produzidos industrialmente. A diferença é o material utilizado para montar o painel que aquece a água: garrafas PET, embalagens longa-vida e alguns metros de canos de PVC”.

Primeiro é preciso recortar as garrafas e caixas que irão formar o painel, depois pintar de preto os canos e embalagens longa-vida que irão absorver energia solar e transformá-la em calor. As garrafas envolvem os canos por onde passa a água e mantêm o calor através de efeito estufa. A água sai da caixa d’água em temperatura ambiente, passa pelo sistema, eleva a sua temperatura e volta para a caixa. Após seis horas, em média, nesse ciclo constante, a água pode chegar a uma temperatura de até 38 graus Celsius no inverno, e mais de 50 no verão.

Obs: É bom ressaltar a importância da diminuição do consumo ao invés da necessidade da reutilização e reciclagem, as embalagens retornáveis devem voltar á moda.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

MMA e SETOR AGROPECUÁRIO inimigos ou parceiros?

A questão da agropecuária no Brasil gira em torno da política voltada para exportação de matéria-prima típica de países com grande extensão territorial e com grandes riquezas naturais.
O setor agropecuário brasileiro é a mola-mestra da economia nacional no que diz respeito à geração de renda e estabilidade da economia, sustentando o equilíbrio econômico, inclusive, quando falham setores como indústria e comércio.

A complexidade da preservação da floresta e de sua biodiversidade e a necessidade de área para implementação de culturas, que acarretam desmatamento, gera desconforto entre o setor ambiental e o agropecuário, visto que, é primordial a preservação do território não agredido da floresta, tanto quanto é primordial a manutenção do crescimento e desenvolvimento do país.

O avanço no desenvolvimento de novas tecnologias, que reduzem o impacto ambiental, é visto como a saída para a questão de licenciamento e para implementação de culturas que sejam altamente rentáveis com menor impacto.
O setor ambiental tem dado atenção diferenciada para uma riqueza nacional que foi devastada com a idéia de geração de renda, porém, sem responsabilidade de preservação e sustentabilidade.

Sabe-se que se faz necessário o equilíbrio das políticas de meio ambiente e o fortalecimento do mercado interno e externo no que diz respeito à exportação e desenvolvimento interno. O setor agropecuário já não recebe "sim" de todos os projetos a serem implantados e o Ministério do Meio Ambiente implementa políticas ligadas ao desenvolvimento e preservação de mãos dadas com a agropecuária.


Arthur Lopes Ribeiro Filho