Protocolo de Kyoto
O protocolo da cidade de Kyoto, assinado em 1997 no Japão, ganhou notoriedade porque foi a primeira vez que se realizou um acordo internacional no sentido de comprometer as nações industrializadas a reduzir suas emissões de gases estufa. Ele estabelece que entre 2008 e 2012 os países desenvolvidos reduzam as emissões em 5,2% em relação aos níveis de 1990.Vale ressaltar que os EUA e a Austrália se recusaram a ratificar o protocolo, alegando que a redução das emissões comprometeria suas economias.
Países em desenvolvimento, como Brasil, Índia e China, não têm metas obrigatórias, embora sejam reconhecidos atualmente como grandes emissores. O Brasil, por exemplo, é o quarto maior emissor de gases estufa do planeta devido às queimadas na floresta amazônica.Embora tenha sido uma importante iniciativa, o protocolo de Kyoto se mostra insuficiente hoje em dia frente ao tamanho do problema do Aquecimento Global. Passaram-se dez anos desde que o acordo foi firmado, mas o que vemos atualmente são ações ainda muito tímidas e uma grande resistência em se estabelecer metas mais ousadas.
A realidade atual é mais preocupante do que na década de 90, e isso porque as emissões de gases estão aumentando ao invés de diminuir. De acordo com a Agência de Avaliação Ambiental da Holanda, a China conseguiu superar os Estados Unidos como maior produtor de dióxido de carbono do mundo em 2006. Segundo a agência, os principais fatores que levaram a China a esta situação foram a queima de carvão para gerar energia e a produção de cimento.
A agência holandesa informa ainda que a emissão de gás carbônico gerada pela queima de combustíveis fósseis cresceu 9% na China em 2006, enquanto nos EUA caiu 1,4% e na Europa se manteve constante.Os países do G8 (os oito países mais ricos do planeta) contabilizam atualmente mais de 80% das emissões históricas dos gases estufa e emitem 40% de todo o CO2 lançado à atmosfera.
Como é possível perceber, o problema é grande e exige ações à altura para superá-lo. Mas não é isso o que está acontecendo atualmente.Basta lembrar a reação da China e dos EUA quando os relatórios do IPCC foram divulgados este ano para entender que ainda estamos engatinhando quando o assunto é responsabilidade. Os representantes destes países, sobretudo dos EUA, pressionaram fortemente no sentido de rever as metas de emissões e de não ser tão categórico ao responsabilizar o Homem como causador do Aquecimento Global no último século.
O ponto de vista defendido pelo governo estadunidense afirma que o Aquecimento Global já é um fato consumado e que não resta muito a fazer, cabe à humanidade se adaptar aos seus efeitos. É por conta desta visão que os EUA se recusaram a ratificar o protocolo de Kyoto e oferecem tanta resistência quando se fala em reduzir a emissão de gases estufa.
O acordo realizado em Kyoto em 1997, por estas e outras razões, se mostra ultrapassado e precisa ser revisto, aperfeiçoado. Existem iniciativas para isso acontecer? Quais são os compromissos para depois de 2012? Essas perguntas ainda não têm resposta e nem uma definição concreta. O que há, por enquanto, são apenas especulações e nada mais além disso.Os relatórios produzidos pelo IPCC oferecem informações indispensáveis para combater o Aquecimento Global. O que é necessário a partir de agora são ações concretas e vontade política para enfrentar este problema que certamente atingirá boa parte da população mundial.Para ler o protocolo de Kyoto na íntegra, consultar a página do Ministério da Ciência e Tecnologia: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/4006.html
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