terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pneu vira carvão para alto forno e mistura para concreto ecológico

A saída encontrada para reduzir passivos ambientais já está em prática em Campo Grande e brevemente será ampliada para municípios do interior. A solução para destinar 360 mil pneus usados a cada ano não será mais o enterro nos lixões ou fundo de quintal e muito menos cantos de borracharias. Com incentivos fiscais do município, empresa Ecopneus já investiu perto de R$ 2,5 milhões em instalações, aquisição de maquinário e pesquisas para transformação de toneladas de pneus em "lenha" para alto forno e - mais recentemente - complemento para ligas de concreto ecológico.

Estas duas soluções tem sido mecanismo eficaz utilizado na Capital e hoje absorvem 100% da demanda mensal de descartes de pneus, antes destinados para o aterro sanitário, borracharias e terrenos baldios. Além de eliminar focos da dengue e por fim a um passivo ambiental dos mais graves, o empreendimento está gerando empregos e renda para a população. Este modelo, porém, não surgiu de um dia para o outro e está em gestação desde 2006. Foi preciso buscar na Europa ferramentas corretas para baixar custos da reciclagem de pneus, considerada uma das mais complexas por força da mistura de borracha rígida e aço.

Localizada na saída para Sidrolândia, Bairro Tarumã, a Ecopneus é uma indústria recicladora ainda em estágio de implantação, mas já tem capacidade para absorver e transformar 200 toneladas/mês de pneus descartados em Campo Grande, mas quando estiver operando com capacidade máxima, a empresa vai triplicar produção com 700 toneladas/mês de chips (lascas pequenas - do tamanho de britas - e média, de pneus).

A utilização dos pneus de borracha trouxe junto à problemática do impacto ambiental, uma vez que a maior parte dos descartes estavam abandonadas em locais inadequados, causando grandes transtornos para a saúde e a qualidade de vida da população, como intoxicação por fumaça e a proliferação das larvas do mosquito causador da dengue, o Aedes Aegypt.

Para se ter uma idéia, segundo organizações internacionais, a produção de pneus novos está estimada em cerca de dois milhões por dia em todo o mundo. Já o descarte de pneus velhos chega a atingir, anualmente, a marca de quase 800 milhões de unidades. Só no Brasil são fabricados cerca de 40 milhões de pneus por ano. Neste mesmo período metade dessa produção é descartada.

O resultado da parceria da Prefeitura Municipal de Campo Grande com a Ecopneus praticamente eliminou o problema que hoje consome milhares de reais de outras grandes cidades brasileiras que não detém tecnologia para reaproveitamento de pneus descartados.

Na Capital, itinerários dos caminhões de coleta de pneus tem novo destino. Se antes a carga era destinada ao lixão, hoje é desviada do aterro sanitário para o depósito localizado no Jardim Tarumã. "De uma só tacada eliminamos dois sérios problemas ambientais que incomodavam o município, a população, o Ministério Público e as autoridades de saúde pública", comemora o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Marcos Cristaldo.

Lembra que até bem pouco tempo, caminhões do município precisavam fazer varredura pela cidade para recolher toneladas de descartes, num segundo processo, enterrar pneus em área específica do aterro sanitário. "Hoje a situação é outra e o resultado é de tal forma surpreendente que o novo empreendimento comercial vem agregando novas tecnologias que vão garantir sobrevida por muitas décadas", aposta Marcos Cristaldo.

Mas essa tecnologia em pleno desenvolvimento na Capital não foi implantada da noite para o dia. O engenheiro Luis Renato Virgili Pedroso da Ecopneus, precisou correr o mundo para descobrir na Alemanha equipamentos compatíveis para transformação do pneu em chips. Todo o processo de reciclagem obedece quatro estágios.

Por ter componentes rígidos de difícil destruição, os pneus exigem trabalho de máquinas com grande capacidade de força. O pneu tem estrutura interna de aço, fato que dificulta mais o processo de reciclagem, assim como exige máquinas mais sofisticadas para fazer a separação do aço, incorrendo num custo mais alto para a trituração. "Mas nada que possa subtrair o lucro da empresa".

Por enquanto, a Ecopneus trabalha em dois projetos diferentes; o primeiro já em operação é a produção de chips para queimar no alto forno de indústrias de cimento e fornecimento das cintas do aço retiradas antes da reciclagem para a Gerdau.

Para garantir matéria prima suficiente, a Ecopneus ainda conta com a coleta da Recicla Anip (Associação Nacional das Empresas Importadoras de Pneus) que percorre o interior e abastece a empresa em Campo Grande. "Nossa planta está montada para produção de até 700 toneladas/mês de recicláveis de pneus. Hoje, por força da estrutura de coleta e espaços físicos ainda estamos muito longe de atingir esse teto, pois chegamos a apenas 100 toneladas, mas é apenas uma questão de tempo", garante.

Concreto

Uma parceria com o Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) está possibilitando a Ecopneus criar um projeto inédito no País: o concreto ecológico. Com adição de 30% de Chips (pedaços de pneus) na massa, garante menor custo no preço final do produto.

Mesmo ainda em fase experimental o projeto já tem sustentabilidade e a produção, embora pequena, será adquirida pelo município para construção de calçadas em conjuntos habitacionais. Dois tipos de piso estão sendo formatados no projeto. "Estamos trabalhando nessa tecnologia e o resultado tem sido altamente satisfatório e surpreendente", explica Luis Renato Virgili Pedroso.

Medidas mitigadoras

"O objetivo principal da recicladora, sem dúvida, é proteger o meio ambiente. Portanto, o município está fazendo o dever de casa oferecendo incentivos, através de legislações competentes e linhas de créditos específicas, e mostrando para a sociedade em geral a importância do trabalho que desenvolvemos", declara Marcos Cristaldo. Além disso, atenta para influência significativa que a reciclagem exerce no âmbito social, já que uma empresa chega a empregar 30 funcionários, em média. Esse ramo está em pleno desenvolvimento no mundo e nós estamos juntos. "No entanto, falta ainda um maior esclarecimento por parte do setor para que o mercado reaproveite esse material, a exemplo do que já acontece com a reciclagem de papel e de alumínio", lembra o secretário.

Segundo Padilla, existem dois tipos de pneus: os radiais e os diagonais. Já o pneu do tipo diagonal, que tem uma estrutura interna à base de tecidos, é bem mais fácil de reciclar. Porém, a tendência é que tenhamos um crescimento na utilização de pneus do tipo radial, cujos investimentos para reciclagem são maiores.

Estimativas atuais demonstram que o resíduo gerado na produção da indústria da borracha no Brasil e que é jogado fora gera um prejuízo em torno de US$ 38 milhões. Para viabilizar o aumento dessa atividade seria interessante que houvesse incentivo econômico e uma legislação que estimulasse a aplicação desses resíduos reciclados nos compostos de outros produtos, exigindo, inclusive, que os fabricantes utilizassem uma porcentagem de borracha reciclada em seus produtos, como ocorre em Campo Grande com o projeto pioneiro da UFMS e Ecopneus.

O revendedor de pneus Marcos Domingos, trabalha no ramo a mais de 15 anos, considera a reciclagem e o reaproveitamento dos pneus usados uma medida que evita a poluição do meio ambiente. "Antes tínhamos um problema com os pneus velhos, pois, não sabíamos para onde encaminhar. Agora sabemos que a prefeitura tem um depósito de carcaças velhas. Isso ficou mais fácil para os borracheiros", comentou.

Diariamente, Roque Dias Moreira, faz de cinco a seis carretos de pneus velhos para o depósito da prefeitura. Algumas carcaças ele reutiliza para recapear e as outras encaminha para o depósito da prefeitura. Segundo ele o trabalho proporciona uma renda mensal que varia de R$ 2 a R$ 3 mil. "Este é meu emprego. Recolho os pneus para evitar a poluição do meio ambiente e também garanto o sustento de minha família", disse.

O borracheiro Jéferson Conceição comentou que o caminhão da prefeitura passa no local duas vezes por semana para recolher as carcaças. "Para nós é um trabalho muito bom. O pneu pode acumular água e proliferar o mosquito da dengue", frisou.

História

O Pneu de borracha fez com que fossem substituídas as rodas de madeira e ferro, usadas em carroças e carruagens desde os primórdios da História. Esse grande avanço foi possível quando o norte-americano Charles Goodyear inventou o pneu ao descobrir, o processo de vulcanização da borracha quando deixou o produto, misturado com enxofre, cair no fogão. Mal sabia ele que sua intenção revolucionaria o mundo.


Fonte: O Pantaneiro

http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00907/0090710pneu.htm

Líderes mundiais querem adiar acordo sobre o clima

O presidente americano Barack Obama se reuniu neste domingo com outros líderes mundiais durante o fórum da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec), em Cingapura, para discutir formas de tentar evitar o fracasso da Conferência do Clima das Nações Unidas, que ocorre em dezembro, em Copenhague. Os presentes ao encontro, porém, consideram improvável um acordo legalmente vinculante nas negociações do clima e já defendem o adiamento do anúncio de um acordo formal. O primeiro-ministro dinamarquês Lars Lokke Rasmussen, que será o anfitrião da Cúpula de dezembro, propôs adiar decisões legais e definitivas para uma reunião posterior.

Ele disse a jornalistas que acredita que não haverá acordo na conferência. "Em vista do fator tempo e da situação dos países individualmente, precisamos, nas próximas semanas, focar o que é possível e não deixar nossa atenção ser desviada para o que não é possível," disse Lokke Rasmussen.

Segundo a rede americana CNN, Mike Froman, o negociador sênior dos EUA, chegou a dizer que nenhum dos líderes presentes ao fórum da Apec acredita que "seja possível chegar a um acordo final em Copenhague, mas ainda sim enxergam a reunião como um passo importante". Froman disse que Obama apoiou a ideia de Rasmussen.

"Houve uma avaliação por parte dos líderes de que seria irrealista esperar que um pacto completo, legalmente compulsório, seja negociado entre hoje e o momento em que o encontro de Copenhague começar, em 22 dias," disse Froman, após o encontro, no qual estavam presentes os líderes dos EUA, China, Japão, Rússia, México, Austrália e Indonésia.

Metas - O plano apresentado por Rasmussen abriria caminho para um acordo político nas negociações, que ocorrem de 7 a 18 de dezembro, seguido por discussões minuciosas sobre compromissos legalmente compulsórios em relação a metas, finanças e transferências de tecnologia, que seriam levadas adiante com menos pressa, mas ainda com um prazo para serem concluídas.

"O acordo de Copenhague deve tornar obrigatória a continuação das negociações legais e fixar um prazo final para a conclusão delas," disse o premiê, que viajou a Cingapura durante a noite para apresentar sua proposta durante o café da manhã na cúpula da Apec.

Impasses - As negociações andam atoladas em impasses, já que os países em desenvolvimento acusam os ricos não fixarem para si metas suficientemente altas de redução das emissões de gases causadores do estufa até 2020.

Não ficou claro se a China, hoje o maior emissor de carbono do mundo, aderiu à proposta apresentada em Cingapura. Na reunião durante o café da manhã, o presidente chinês Hu Jintao falou sobre a necessidade de se criar um mecanismo de financiamento para os países ricos darem apoio financeiro aos países em desenvolvimento na luta contra as mudanças climáticas.

Suas declarações ganharam o respaldo do presidente mexicano Felipe Calderon, que disse que, se for possível chegar a um acordo em Copenhague sobre um mecanismo de financiamento global, será "muito mais fácil acordar medidas claras e pragmáticas".

As declarações de Hu Jintao e Calderon foram feitas um dia depois de os presidentes da França e do Brasil, em documento conjunto, terem lançado um pedido por ajuda financeira "substancial" de países mais ricos para ajudá-los a combater as emissões.

(Com agência Reuters)

(Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia-tecnologia/lideres-mundiais-querem-adiar-acordo-clima-512450.shtml - 15/11/2009)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Metrô Libera bikes também aos sábados

Metrô Rio libera transporte de bicicletas aos sábados. Passageiros do Metrô agora podem embarcar com suas bicicletas em todas as estações das linhas 1 e 2 também aos sábados, a partir das 14h. O embarque, que já é permitido nos domingos e feriados sem restrição de horário, deve ser feito sempre no último vagão dos trens. Com a novidade, os cariocas poderão usar o Metrô para pedalar nas ciclovias da orla da Zona Sul e de outras áreas de lazer, sem pagar nada a mais pelo serviço. Quem preferir guardar a bicicleta com toda a segurança e seguir de Metrô, mais duas estações, além da Pavuna e Cantagalo, ganharão bicicletários: Irajá e Colégio.



O Metrô Rio abre ao público desde sábado, 24 de outubro, bicicletários gratuitos dentro das estações Colégio e Irajá, da Linha 2. O serviço estará disponível no horário de funcionamento do metrô: das 5h à meia-noite, de segunda a sábado, e das 7h às 23h, aos domingos e feriados. Os passageiros poderão utilizar suas bicicletas como transporte até a estação, estacioná-las no bicicletário com total segurança e seguir viagem no metrô. Inicialmente, serão 10 vagas em Irajá e oito em Colégio. A empresa já tem dois outros bicicletários na Estação Pavuna, com 70 vagas, e em Cantagalo, com 25.


Nos fins de semana, o embarque das bicicletas é permitido a partir das 14h aos sábados e sem restrição de horário aos domingos e feriados e deve ser feito sempre no último carro de cada trem.



Fonte: http://www.metrorio.com.br