terça-feira, 24 de novembro de 2009

Líderes mundiais querem adiar acordo sobre o clima

O presidente americano Barack Obama se reuniu neste domingo com outros líderes mundiais durante o fórum da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec), em Cingapura, para discutir formas de tentar evitar o fracasso da Conferência do Clima das Nações Unidas, que ocorre em dezembro, em Copenhague. Os presentes ao encontro, porém, consideram improvável um acordo legalmente vinculante nas negociações do clima e já defendem o adiamento do anúncio de um acordo formal. O primeiro-ministro dinamarquês Lars Lokke Rasmussen, que será o anfitrião da Cúpula de dezembro, propôs adiar decisões legais e definitivas para uma reunião posterior.

Ele disse a jornalistas que acredita que não haverá acordo na conferência. "Em vista do fator tempo e da situação dos países individualmente, precisamos, nas próximas semanas, focar o que é possível e não deixar nossa atenção ser desviada para o que não é possível," disse Lokke Rasmussen.

Segundo a rede americana CNN, Mike Froman, o negociador sênior dos EUA, chegou a dizer que nenhum dos líderes presentes ao fórum da Apec acredita que "seja possível chegar a um acordo final em Copenhague, mas ainda sim enxergam a reunião como um passo importante". Froman disse que Obama apoiou a ideia de Rasmussen.

"Houve uma avaliação por parte dos líderes de que seria irrealista esperar que um pacto completo, legalmente compulsório, seja negociado entre hoje e o momento em que o encontro de Copenhague começar, em 22 dias," disse Froman, após o encontro, no qual estavam presentes os líderes dos EUA, China, Japão, Rússia, México, Austrália e Indonésia.

Metas - O plano apresentado por Rasmussen abriria caminho para um acordo político nas negociações, que ocorrem de 7 a 18 de dezembro, seguido por discussões minuciosas sobre compromissos legalmente compulsórios em relação a metas, finanças e transferências de tecnologia, que seriam levadas adiante com menos pressa, mas ainda com um prazo para serem concluídas.

"O acordo de Copenhague deve tornar obrigatória a continuação das negociações legais e fixar um prazo final para a conclusão delas," disse o premiê, que viajou a Cingapura durante a noite para apresentar sua proposta durante o café da manhã na cúpula da Apec.

Impasses - As negociações andam atoladas em impasses, já que os países em desenvolvimento acusam os ricos não fixarem para si metas suficientemente altas de redução das emissões de gases causadores do estufa até 2020.

Não ficou claro se a China, hoje o maior emissor de carbono do mundo, aderiu à proposta apresentada em Cingapura. Na reunião durante o café da manhã, o presidente chinês Hu Jintao falou sobre a necessidade de se criar um mecanismo de financiamento para os países ricos darem apoio financeiro aos países em desenvolvimento na luta contra as mudanças climáticas.

Suas declarações ganharam o respaldo do presidente mexicano Felipe Calderon, que disse que, se for possível chegar a um acordo em Copenhague sobre um mecanismo de financiamento global, será "muito mais fácil acordar medidas claras e pragmáticas".

As declarações de Hu Jintao e Calderon foram feitas um dia depois de os presidentes da França e do Brasil, em documento conjunto, terem lançado um pedido por ajuda financeira "substancial" de países mais ricos para ajudá-los a combater as emissões.

(Com agência Reuters)

(Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia-tecnologia/lideres-mundiais-querem-adiar-acordo-clima-512450.shtml - 15/11/2009)

Nenhum comentário: