BRUXELAS - Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira sanções ao banco Tejarat, o terceiro maior do Irã, aumentando a restrição de acesso do país ao sistema financeiro mundial. Mais cedo, a União Europeia aprovou um embargo total às importações de petróleo iraniano, aumentando ainda mais a tensão sobre um possível fechamento do Estreito de Ormuz.
O banco Tejarat e seu afiliado Trade Capital Bank entraram na lista de sanções americanas por prestar serviços a outras entidades já bloqueadas pelo governo de Barack Obama.
Mais cedo, um comunicado assinado pela secretária de Estado Hillary Clinton e pelo secretário do Tesouro Timothy Geithner, elogiou as sanções anunciadas nesta segunda-feira pela União Europeia.
“Usada em combinação com várias outras sanções ao Irã que continuarão a ser implementadas pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional, essa nova pressão vai aguçar a escolha dos líderes iranianos e aumentar o custo de sua provocação a obrigações básicas internacionais”, afirmou o documento.
UE anuncia sanções contra importação de petróleo do Irã
Diante da imposição da União Europeia (UE) de um embargo total contra as importações de petróleo de Teerã, o deputado iraniano Heshmatollah Falahapisheh respondeu à medida, de acordo com a agência de notícias semioficial Mehr, dizendo que seu país tem o direito de fechar o Estreito de Ormuz como retaliação.
Com a nova imposição, o bloqueio de Ormuz se tornou uma possibilidade ainda maior, teria dito o parlamentar. A reação não é uma novidade. Há tempos, o Irã vem afirmando que irá fechar o estreito se as sanções ocidentais prejudicarem sua venda de petróleo.
Nesta segunda-feira, diplomatas da UE concordaram em impor um embargo total às importações de petróleo do Irã. A medida deve entrar em vigor pleno no próximo dia 1º de julho. O objetivo é pressionar ainda mais o governo de Teerã a voltar para mesa de negociações e discutir seu programa nuclear.
Por enquanto, os membros do bloco europeu estão proibidos de assinar novos acordos com Teerã, e aqueles que já tem parcerias com o Irã - como é o caso de Espanha, Itália e Grécia - têm até julho para cumprir os contratos pendentes.
- Queremos convencer o Irã a sentar à mesa de negociações de onde a deixamos no ano passado, em Istambul - disse Catherine Ashton, chefe da diplomacia europeia.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, classificou as sanções europeias ao petróleo iraniano como “guerra psicológica” e afirmou que as medidas não impedirão o país de obter seus direitos, em referência ao seu programa nuclear.
Alguns países do bloco apresentavam restrições à medida, enquanto Alemanha, França e Reino Unido reclamavam por ações mais duras contra Teerã. Em entrevista ao “El País”, o chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo, disse que seu país “vai se sacrificar em nome da segurança da zona”. O Irã é responsável por 20% do fornecimento de petróleo da Espanha. O país vende 6% do seu petróleo para a UE, que deve substituir as importações iranianas por outros países do Golfo, como a Arábia Saudita.
O acordo foi o passo final antes da reunião dos ministros de Relações Exteriores da UE que formalizará a aprovação ao embargo. Os 27 chanceleres do bloco se reunirão em Bruxelas ainda nesta segunda-feira. Além do embargo contra o petróleo, os europeus devem adotar novas sanções contra Teerã. A expectativa é que a UE bloqueie parcialmente as operações com o banco central iraniano, deixando de lado apenas as negociações alheias ao setor energético. Mais de 500 pessoas físicas e jurídicas iranianas sofrem hoje com o embargo da UE.
Em comunicado, a Rússia expressou “alarde e arrependimento” sobre a nova sanção europeia contra Teerã. França, Reino Unido e Alemanha, entretanto, garantiram que vão continuar a favor de medidas duras até que o Irã decida voltar a discutir seu programa nuclear. Os três países pediram que os iranianos se atenham a suas obrigações internacionais.
Fonte : globo.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário