Ministra e diretor da ONU tiveram reunião
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, reuniram-se na última segunda-feira em um debate sobre governança ambiental no âmbito da Conferência das Nações Unidas (ONU) Rio+20, que ocorrerá entre os dias 13 e 22 de junho, no Rio de Janeiro.
Para a ministra, o principal objetivo do encontro foi discutir formas de fortalecer o Pnuma. “O governo brasileiro vem promovendo alguns diálogos sobre os grandes temas da Rio+20. Convidamos o senhor Steiner para falar sobre governança ambiental e desenvolvimento sustentável e temos a expectativa de que isso possa gerar insumos sobre debate a respeito do desafio da governança ambiental no Brasil”.
Para Achim Steiner, a Rio+20 deve fugir dos debates teóricos e buscar metas concretas se não quiser fracassar em seu objetivo. “Não precisamos de uma conferência para apenas reafirmar o que foi acordado na [Conferência das Nações Unidas] Rio 92. Isso representaria um fracasso para a geração de 1992 e para as gerações futuras. Continuamos a falar de desenvolvimento sustentável e das mudanças que devemos fazer como se fossem para o futuro e isso tem custado muito ao planeta. O futuro já chegou”, declarou o funcionário da ONU.
Entretanto, apesar de todo o ceticismo de especialistas a respeito da capacidade da Rio+20 de provocar mudanças, o evento é uma “oportunidade extraordinária para a história do multilateralismo e para o desenvolvimento sustentável”.
Steiner aposta na diplomacia e na influência mundial do Brasil para ajudar os demais países a adotar metas mais ambiciosas, que nem sempre são fáceis de ser acordadas em um momento de crise econômica. “Trata-se de um momento difícil para uma conferência sobre desenvolvimento sustentável. Mas acredito que o Brasil irá inspirar e motivar os demais [países] na construção de uma agenda que realmente traduza o futuro que queremos”.
Izabella Teixeira informou que outras reuniões prévias da Rio+20 vão ocorrer em maio.
‘Felicidade’ pode ser discutida na conferência
Entidades da sociedade civil internacionais e brasileiras estão se mobilizando para inserir o tema felicidade na agenda de debates da Rio+20. Essa inserção, entretanto, tem um propósito específico, segundo afirmou ontem o criador do movimento não governamental Mais Feliz, Mauro Motoryn. “Mais do que a medição de um índice, [queremos] é o estabelecimento de políticas públicas baseadas na felicidade do cidadão”, declarou.
O tema será abordado pelo Senado, no dia 26, em audiência pública a ser realizada pela Subcomissão Permanente de Acompanhamento da Rio+20 e do Regime Internacional sobre Mudanças Climáticas, que integra a Comissão de Relações Exteriores. Participarão do evento o Movimento Mais Feliz, a Fundação Getulio Vargas e representantes de entidades da sociedade civil envolvidas com a Rio+20.
A proposta de transformação da felicidade em política pública está tramitando no Congresso Nacional por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 19/2010, cujo relator é o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Mauro Motoryn acredita que a PEC irá a plenário até junho.
“A PEC tem plenas condições de ser aprovada. No começo, todo mundo questionava [o debate sobre] a felicidade, mas hoje é uma questão de editorial na mídia mundial, [que está] nas articulações dos grandes pensadores da economia comportamental e em instituições de Harvard e na Fundação Getulio Vargas”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário