RIO DE JANEIRO , 10 de abril
Segundo o site Click 21, pescadores da baía de Sepetiba (RJ) vão abrir um segundo processo pedindo uma milionária indenização por causa de um projeto siderúrgico internacional, disse na segunda-feira um representante dos pescadores.
"A associação dos pescadores do Canto do Rio vai abrir nesta semana um processo pedindo 300 milhões de reais em indenizações da ThyssenKrupp CSA Companhia Siderúrgica do Atlântico", disse Sérgio Ricardo, coordenador da ONG Fórum Ambiental da Baía de Sepetiba.
Isso equivaleria a uma indenização de 100 mil reais para cada um dos 300 pescadores que trabalham nos arredores da futura instalação.
"Porém, um total de 5.000 pescadores em toda a baía de Sepetiba está sendo afetado pelo projeto de dragagem da CSA, e outros grupos também estão preparando ações judiciais", disse Ricardo.
A CSA é uma joint venture que tem 90% das ações sob controle da siderúrgica alemã ThyssenKrupp Steel e 10% nas mãos da Companhia Vale do Rio Doce.
O primeiro processo contra a CSA foi movido em março de 2006 pela associação de pescadores da ilha da Madeira, que pedia o cancelamento da licença ambiental dada à empresa e questionava a tecnologia de dragagem usada por ela.
A CSA recentemente obteve uma licença preliminar da agência ambiental fluminense para iniciar as obras de uma siderúrgica com capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de aço por ano em Santa Cruz (zona oeste do Rio) a partir de 2009.
O pedido de financiamento feito pela CSA ao BNDES ainda depende da concessão de todas as três licenças ambientais necessárias, segundo uma porta-voz do banco estatal de fomento.
No final de 2006, a CSA iniciou uma polêmica operação de dragagem na baía de Sepetiba, para permitir a instalação de um terminal de exportação de aço.
Segundo Ricardo, a dragagem agitou resíduos de zinco e cádmio que estavam no fundo da baía desde um acidente industrial há cerca de dez anos.A CSA não quis comentar o assunto na segunda-feira, mas divulgou nota dizendo que o trabalho de dragagem foi precedido por um amplo debate e um seminário queenvolveu a comunidade científica do Rio, a Feema (agência ambiental estadual) e o Ibama.
"A tecnologia escolhida foi identificada como a mais apropriada para a deposição dos sedimentos na baía de Sepetiba, que foi contaminada no passado", disse a nota da empresa.
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