domingo, 28 de junho de 2009

Estado do Rio de Janeiro tem dois projetos de energia eólica em andamento

RIO DE JANEIRO (Agência Brasil), 28 de junho - O estado do Rio de Janeiro desenvolve atualmente dois projetos para a produção de energia a partir dos ventos, a energia eólica.

"A energia eólica é complementar à hidroeletricidade, visto que os ventos são mais fortes nos períodos em que os rios estão com pouca vazão, sobretudo no Nordeste", diz o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Serviços do Rio de Janeiro, Julio Bueno.

Os dois projetos em andamento são, o pioneiro, em São Francisco de Itabapoana, no Norte do estado, e em Arraial do Cabo, na Baixada Litorânea, ambos com previsão de operar em 2010.

A Gargaú Energética S.A., o primeiro parque eólico do estado, está sendo construído numa área de 500 hectares, com capacidade instalada de 28 MW, energia suficiente para abastecer uma cidade de 80 mil habitantes. A planta é um empreendimento da empresa brasileira Ecopart Ltda., que está investindo cerca de R$ 130 milhões. As obras estão em andamento.

O empreendimento em Arraial do Cabo é um parque muito importante e deve gerar 14 MW, mediante investimento de RS$ 300 milhões. Segundo Julio Bueno, a licença ambiental deve ser liberada nos próximos dias.

Por Riomar Trindade

segunda-feira, 15 de junho de 2009

REDES VAREJISTAS REJEITAM CARNE DE ÁREA DESMATADA

As redes varejistas Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar suspenderam a compra de carnes de 11 frigoríficos, apontados pelo Ministério Público Federal (MPF) do Pará como comercializadores de gado criado em área de devastação da Amazônia. Entre eles estão alguns dos maiores frigoríficos do País, como Bertin e Minerva.

As redes resolveram tomar a atitude em conjunto, após a denúncia do MPF e da ONG Greenpeace. Segundo as redes varejistas, a iniciativa inclui a notificação dos frigoríficos, a suspensão de compras das fazendas denunciadas e exigências de guias de trânsito animal anexadas às notas fiscais dos frigoríficos. "Como medida adicional, as três redes solicitarão, ainda, um plano de auditoria independente e de reconhecimento internacional que assegure que os produtos que comercializam não são procedentes de áreas de devastação da Amazônia", afirmaram em comunicado, assinado em conjunto com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

No início do mês, o MPF ajuizou 21 ações civis públicas pedindo indenização de R$ 2,1 bilhões de pecuaristas e frigoríficos que comercializaram animais criados em fazendas desmatadas ilegalmente. Após isso, foram enviadas notificações a 69 empresas que compram insumos em área de desmatamento ilegal na Amazônia.

Além das redes varejistas, estão na lista das notificações do MPF processadores de alimentos, como Sadia e Perdigão, e fabricantes de calçados, como a Vulcabras. A partir da notificação, as empresas devem parar de comprar os produtos ou serão corresponsabilizadas por crime de dano ambiental.

De acordo com o MPF, a área desmatada beira os 160 mil hectares. A identificação do gado proveniente das regiões de desmatamento só é possível graças à rastreabilidade. A Bertin informou, por e-mail, que recebeu a comunicação de suspensão de compra por parte do Pão de Açúcar, referente a produtos bovinos provenientes do Pará. Disse ter atendido à solicitação da rede, mas que "deve continuar a fornecer itens vindos de outras plantas da companhia". Segundo o frigorífico, grandes fabricantes de calçados, como Adidas e Timberland, procuraram-no para pedir informações sobre seus procedimentos de compra. A Bertin diz ter informado que todos seus fornecedores são legais e não constam da listas do Ministério do Trabalho e do Ibama. Essas listas condenam práticas semelhantes à escravidão e elencam as áreas embargadas por desmatamento. A Bertin informou ter excluído 165 fornecedores que estavam nas listas.

Perguntada sobre se não tem responsabilidade sobre as empresas das quais compra, a Bertin respondeu, em e-mail encaminhado pela assessoria de imprensa, que "a responsabilidade de fiscalização de desmatamento é dos órgãos públicos e a Bertin utiliza das informações disponibilizadas pelos mesmos para bloquear seus fornecedores".

A Minerva não se manifestou sobre o assunto nesta quinta-feira. A Sadia informou que não havia recebido a notificação, mas que acatará a recomendação do MPF. Procuradas, Perdigão e Vulcabras não responderam à reportagem.

Mudanças Climáticas e Desertificação na Bahia é tema de seminário

Representantes de órgãos governamentais, pesquisadores e membros da sociedade se reúnem em Salvador na próxima terça-feira (16) para debaterem sobre os cenários, tendências e adaptações às mudanças climáticas e sua relação com o fenômeno da desertificação na Bahia e o seu impacto nos recursos hídricos.

O I Seminário sobre “Mudanças Climáticas e Desertificação na Bahia”, será realizado no Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca, pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ), autarquia da Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema), no Auditório Paulo Jackson, na sede do órgão, no Itaigara, de 8h30 às 18h.

O seminário visa provocar uma discussão entre o poder público, a sociedade civil e os estudiosos sobre as mudanças climáticas e o processo de desertificação na Bahia; discutir a construção das políticas públicas para o tema em conjunto com as comunidades vulneráveis que vivem no semi-árido baiano e promover uma troca de experiências com diversos segmentos da sociedade civil.

O Governo da Bahia, através do INGÁ, já vem atuando no combate aos efeitos da desertificação através de diversas ações no semi árido baiano para compreender e frear os reflexos deste processo que culmina com a degradação das terras, dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação e da biodiversidade nas zonas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas.

O órgão gestor das águas no Estado é o responsável pela Política de Adaptação às Mudanças Climáticas e o executor do Programa Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, lançado pelo Governador Jaques Wagner no Dia Mundial do Meio Ambiente.

O Plano Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca traçará um diagnóstico socioambiental e territorial do fenômeno para subsidiar políticas públicas de prevenção convivência com o problema.

De acordo com a coordenadora socioambiental do INGÁ, Anapaula Dias, “as mudanças climáticas afetam diretamente as regiões do Estado, acelerando o processo de desertificação. Por isso, queremos discutir os dois temas juntos”, explica. Além de promover um diálogo com a sociedade, o INGÁ apresentará as ações desenvolvidas pelo órgão no Estado.

O seminário terá a presença dos mais importantes especialistas do Estado e de outras regiões do país, que apresentarão painéis e palestras sobre Mudanças Climáticas e a Desertificação: cenários, tendências e adaptações; Atividades desenvolvidas pelo CEMBA/INGÁ; Atividades da Comissão Pastoral da Terra (CPT); Políticas públicas e experiências no combate à desertificação; Apresentação das ações, atividades, projetos e políticas do CONPAM, do Ceará; Apresentação do Projeto Mata Branca: monitoramento e avaliação; A desertificação e o Estado da Bahia; Atividades do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA); e Programa Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca.


Meteorologistas do país elaboram em Salvador
o prognóstico climático para os próximos três meses


Um estudo sobre os impactos das mudanças climáticas na Bahia e nos recursos hídricos nos próximos 50 anos será apresentado pelo doutor em Meteorologia e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE/CPTEC), Paulo Nobre, em Salvador, no dia 19, às 11h, no Auditório Paulo Jackson, do Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ), no Itaigara.

A apresentação se dará junto com a divulgação do prognóstico climático da região Nordeste do país para os meses de julho, agosto e setembro, com a tendência do comportamento das chuvas para os próximos três meses, no dia 19, às 12h.

Paulo Nobre proferirá palestra sobre “Mudanças Climáticas e Desertificação: os desafios para o Estado brasileiro”, e uma oficina para detecção dos índices de mudanças climáticas para os meteorologistas na abertura da reunião, às 9h do dia 17.

O prognóstico climático será elaborado pelos meteorologistas dos centros estaduais de meteorologia do nordeste do país durante a VII Reunião de Análise e Previsão Climática para a Região Nordeste do Brasil, entre a quarta (17) e a sexta-feira (19), no INGÁ. Nessa reunião, serão avaliados os comportamentos das chuvas e dos reservatórios de outubro de 2008 a maio de 2009 em cada Estado do Nordeste. Serão avaliadas também as condições atmosféricas e oceânicas ocorridas durante o ano e sua influência na precipitação sobre a região, além da elaboração da tendência climática para o trimestre julho a setembro.

Paulo Nobre é um dos principais idealizadores dos Centros Estaduais de Meteorologia do país e coordenou por vários anos o Programa de Monitoramento de Tempo, Clima e Recursos Hídricos do Ministério da Ciência e Tecnologia.

O Centro Estadual de Meteorologia da Bahia (Cemba) faz parte do Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), autarquia da secretaria do Meio Ambiente (Sema), e realiza diariamente a previsão de tempo e clima para todo o Estado. As informações podem ser acessadas em www.inga.ba.gov.br/cemba.