O Rio de Janeiro é um estado relativamente pobre em ocorrências de cavidades naturais subterrâneas. Isto se deve ao fato de que, em todo o território fluminense, existe apenas um pequeno bolsão de calcário, a rocha mais propícia à formação de cavernas devido à dissolução da mesma por águas fluviais ou pela percolação das águas das chuvas, situado nos municípios de Cantagalo e Itaocara, na Região Serrana.
Este bolsão de calcário, no entanto, a despeito de suas reduzidas dimensões (se comparado aos fenomenais carstes de Minas Gerais, Bahia, Goiás e São Paulo, por exemplo) é explorado há muitos anos por fábricas de cimento, que representam uma ameaça concreta às poucas cavernas ali existentes. Por esta razão, e por serem as cavidades naturais subterrâneas feições geológicas expressamente protegidas pela legislação vigente, encontra-se tramitando na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, projeto de lei de autoria do deputado Carlos Minc (PT/RJ), criando o “Parque Estadual das Cavernas Fluminenses”, que objetiva preservar estas cavernas, das quais a mais importante é a Gruta Novo Tempo, reservando, porém significativa porção do calcário para a continuidade da indústria cimenteira, de forma a não prejudicar a economia daquela região. A criação deste parque, na verdade, representaria um novo vetor de desenvolvimento local, baseado na exploração racional do turismo ecológico, não apenas através da visitação às grutas, mas, também, da prática de outros esportes e atividades ao ar livre, tais como caminhadas, vôo livre e, talvez, passeios a cavalo.
As demais cavidades naturais subterrâneas do Rio de Janeiro resumem-se a pequenas grutas criadas por falhas nos granitos e gnaisses que constituem a litologia predominante no estado, bem como pelo encontro, ou superposição, de grandes blocos destas mesmas rochas. Apesar de sua modesta expressividade, em termos espeleológicos, algumas dessas grutas chegaram a adquirir grande fama local e, em consequência, certa importância turística. A título de exemplo, podemos citar a Gruta do Acaiá, na Ilha Grande; a Gruta do Mero, no Morro da Urca; os “Olhos” e a “Orelha”, na Pedra da Gávea; a Gruta do Presidente, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos; e a Gruta Paulo e Virgínia e a Gruta do Morcego, no Parque Nacional da Tijuca, dentre outras.
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