RIO DE JANEIRO (Agência Brasil), 24 de setembro - As exportações de produtos básicos, principalmente petróleo e gás natural, foram determinantes para que as exportações do estado do Rio de Janeiro batessem novo recorde, alcançando em agosto US$ 2,3 bilhões, um crescimento de 75% em relação ao mesmo mês do ano passado.
As exportações de petróleo e gás tiveram crescimento de 133% no período e alcançaram US$ 1,89 bilhões. Foi o que apontou o boletim Rio Exporta, divulgado nesta quarta-feira (24) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
“O petróleo vem puxando muito [as exportações fluminenses], até porque os outros setores estão muito sobrecarregados com a demanda interna, que está muito aquecida”, explicou o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Firjan, Patrick Carvalho.
Segmentos como metalúrgico, químico, mecânico e material de transporte estariam desviando a produção anteriormente destinada à exportação para atender a demanda do mercado doméstico. “Isso é também positivo porque demonstra como a economia brasileira está aquecida”, destacou Carvalho.
Ele disse que a tendência, no curto prazo, é que o petróleo continue liderando as exportações do Rio de Janeiro, aproveitando que o preço ainda se mantém bem acima da média do ano passado.
Nos últimos 12 meses findos em agosto, as exportações fluminenses somaram US$ 17,732 bilhões e acumulam US$ 11,9 bilhões neste ano.
O resultado contribuiu para que a participação do estado no total exportado pelo país também crescesse. “O que a gente percebe é que houve também um recorde da participação fluminense no total brasileiro de 9,4% em 12 meses e de 11,9% de janeiro a agosto deste ano, em relação ao ano passado”, disse Carvalho.
Segundo ele, isso reafirma a tendência do Rio de Janeiro de aumentar a sua participação no total das exportações brasileiras. Em 2000, o estado ocupava a nona posição entre os maiores estados exportadores. Em 2007, foi o quarto maior exportador. “E a tendência agora é já começar a disputar seriamente com o Rio Grande do Sul a 3ª posição”, observou. São Paulo e Minas Gerais são os estados com as duas maiores pautas de exportação.
O principal produto da pauta de exportação do Rio de Janeiro é o petróleo, que detém 80% do total. Para o economista da Firjan, ao contrário do que se prega, o petróleo não é uma commodity de baixo valor agregado.
“É equivocada a visão de que o petróleo, por ser uma commodity, é um produto de baixo valor agregado. Pelo contrário. Nós sabemos que o Brasil - e o Rio de Janeiro em particular - detém tecnologia altamente avançada na extração de petróleo”, defendeu.
As importações do Rio de Janeiro, em agosto, somaram US$ 1,5 bilhão, resultando em superávit de US$ 832,1 milhões.
Por Alana Gandra
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