segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Especialista diz que mudança da Usina de Jirau pode causar impactos irreversíveis ao meio ambiente

Especialista diz que mudança da Usina de Jirau pode causar impactos irreversíveis ao meio ambiente

A mudança do local da construção da Usina Hidrelétrica de Jirau no Rio Madeira pode causar danos irreversíveis para a biodiversidade da área. Segundo o professor de Planejamento de Sistemas Energéticos da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Arthur Moretti, não foram realizados estudos prévios sobre os riscos para o ambiente do novo local.

Moretti afirmou, em entrevista no programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional, que o consórcio vencedor do leilão para a construção da hidrelétrica, Energia Sustentável do Brasil, realizou a mudança de 9,2 quilômetros da área inicial, interessado somente nos ganhos econômicos e não nos prejuízos que serão causados com a nova construção.

“Fizeram apenas uma análise técnica e econômica para o leilão, mas não existe nenhum estudo feito nos moldes que a legislação ambiental exige”, disse. Com a mudança haverá uma economia de R$ 1 bilhão no custo total da obra, estimado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em R$ 8,7 bilhões.

Com a construção já em andamento, o professor afirmou que milhares de peixes já morreram no mês passado e que o estudo da área original do projeto pode ser descartado, porque a biodiversidade do novo local pode ser muito diferente.

Moretti questionou ainda a decisão da justiça de manter a validade da licença ambiental da hidrelétrica. “Nós conseguimos uma liminar da Justiça Federal de Rondônia para impedir que a obra começasse, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região [TRF, sediado em Brasília] derrubou, alegando que não tinha nenhum dano causado ao meio ambiente, ou seja, é estranha essa constatação, porque, se não há estudo, como é que existe uma constatação?”, questionou o professor.
O Fórum Brasileiro de Organizações Não Governamentais (ONGs) e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento encaminhou um recurso à Justiça solicitando a elaboração de uma avaliação ambiental da área depois da decisão do TRF. (Fonte: Radiobrás)

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