Assim pode ser definida a inauguração da Estação Elevatória de Esgotos de Marapendi (Avenida Raimundo Magalhães Júnior, nº 777, entre a Avenida Dulcídio Cardoso e a Lagoa de Marapendi, na Barra da Tijuca), que acontece nesta quinta-feira (26/6), às 11h. A Elevatória é a principal intervenção do Programa de Saneamento da Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes (PSBJ) e tem capacidade para, progressivamente, coletar e bombear o esgoto produzido por mais de 50 condomínios da Barra da Tijuca. Nesta fase, a Elevatória Marapendi, que vai beneficiar uma população de 150 mil pessoas, atingirá a coleta e bombeio de cerca de 900 litros de esgoto por segundo.
- A Elevatória Marapendi pode ser considerada a “Estação Mãe” do Programa de Saneamento da Barra da Tijuca e vai ao encontro dos compromissos do País junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para a escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Durante a cerimônia de inauguração da elevatória o governador Sérgio Cabral e o secretário-geral do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para a candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos Olímpicos de 2016, Carlos Osório, irão fixar um marco indicando que aquele empreendimento faz parte do conjunto de obras pró “Rio 2016” – informou o presidente da Cedae, Wagner Victer.
Pela Elevatória Marapendi passarão, futuramente, cerca de 2.000 litros de esgoto por segundo. Ou seja, 160 milhões de litros de esgoto por dia deixarão de ser lançados in natura nas Lagoas de Jacarepaguá, Marapendi, Camorim e Tijuca. O valor dos investimentos em todo o sistema, elevatória e troncos principais, foi da ordem de R$ 30 milhões.
Para se ter uma idéia da complexidade das obras desenvolvidas pela equipe técnica da Cedae, a Elevatória de Marapendi foi construída em um prédio subterrâneo com profundidade de 13 metros, possibilitando o isolamento acústico e o tratamento arquitetônico adequado. O esgoto será bombeado por cinco bombas, por meio de uma linha de polietileno com 1.800 metros de extensão e 1.000 milímetros de diâmetro, para a Estação de Tratamento de Marapendi e depois enviado ao Emissário Submarino da Barra, a cinco quilômetros da costa. Além disso, como forma de aumento da segurança operacional, a elevatória contará com um sistema próprio de geração de energia elétrica para evitar qualquer problema derivado de falta de energia.
A Elevatória Marapendi será inaugurada pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho. O evento também contará com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, do vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, secretário-geral do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para a candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos Olímpicos de 2016, Carlos Osório, do presidente da Nova Cedae, Wagner Victer, e da secretária do Ambiente, Marilene Ramos.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Boi pirata vai virar "churrasquinho do Fome Zero", afirma Minc
Brasília, DF - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fala sobre as ações da Operação Boi Pirata, que resultou na apreensão de 3.100 cabeças de gado criadas ilegalmente na Estação Ecológica Terra do Meio, no município de Altamira (PA) Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, detalhou a apreensão de 3,1 mil cabeças de gado em uma fazenda instalada dentro de uma estação ecológica na Terra do Meio, na região próxima ao município de São Félix do Xingu (PA).
O leilão ainda depende de procedimentos judiciais, e, segundo Minc, deve ser realizado em três semanas. A apreensão ocorreu no último dia 7 e foi a primeira da chamada Operação Boi Pirata, que pretende coibir a criação de gado em áreas de preservação na Amazônia.
O proprietário da Fazenda Lourislândia, Lourival Medrado Novaes dos Santos, havia sido notificado desde 2006 para retirar o rebanho da unidade de conservação.
“Acabou a moleza. Quem não respeitar [as leis ambientais] vai ter o boi tranformado em churrasquinho ecológico do Fome Zero”, afirmou Minc.
Segundo o ministro, além do Fome Zero, os recursos serão utilizados para custear as operações de fiscalização e financiar ações de saúde indígena. De acordo com Minc, a apreensão do gado e a tomada da sede da Fazenda Lourilândia já começou a provocar um “êxodo da boiada” criada irregularmente na região.
Segundo o diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, há ainda cerca de 40 mil cabeças de gado ilegais em 14 propriedades na Terra do Meio.
Na avaliação do ministro, o leilão dos chamados bois piratas não deverá interferir no mercado ou pressionar o aumento do preço da carne. “Alguns adversários insinuam que isso vai criar uma incerteza, ou provocar desabastecimento. Nós não vemos dessa forma. O Brasil tem mais de 200 milhões de cabeças, estamos fazendo operações com 9, 10 mil, e que são concorrência ilegal”, argumentou.
Na último dia 19, em audiência pública na Câmara dos Deputados, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, afirmou que a caça aos bois piratas poderá provocar diminuição da oferta de carne para os supermercados. “É muito fácil o discurso do transgressor de dizer 'não me reprima porque isso vai aumentar o preço'”, afirmou Minc sem citar o governador de Mato Grosso.
Outras 10 mil cabeças de gado criadas irregularmente em uma fazenda do município de Costa Marques (RO) deverão seguir para leilão, segundo Minc. O Ibama embargou a propriedade hoje de manhã, de acordo com o diretor Flávio Montiel, e notificou o proprietário, Jair Fernando Simonato, que tem prazo de 15 dias para retirar o rebanho da área.
O leilão ainda depende de procedimentos judiciais, e, segundo Minc, deve ser realizado em três semanas. A apreensão ocorreu no último dia 7 e foi a primeira da chamada Operação Boi Pirata, que pretende coibir a criação de gado em áreas de preservação na Amazônia.
O proprietário da Fazenda Lourislândia, Lourival Medrado Novaes dos Santos, havia sido notificado desde 2006 para retirar o rebanho da unidade de conservação.
“Acabou a moleza. Quem não respeitar [as leis ambientais] vai ter o boi tranformado em churrasquinho ecológico do Fome Zero”, afirmou Minc.
Segundo o ministro, além do Fome Zero, os recursos serão utilizados para custear as operações de fiscalização e financiar ações de saúde indígena. De acordo com Minc, a apreensão do gado e a tomada da sede da Fazenda Lourilândia já começou a provocar um “êxodo da boiada” criada irregularmente na região.
Segundo o diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, há ainda cerca de 40 mil cabeças de gado ilegais em 14 propriedades na Terra do Meio.
Na avaliação do ministro, o leilão dos chamados bois piratas não deverá interferir no mercado ou pressionar o aumento do preço da carne. “Alguns adversários insinuam que isso vai criar uma incerteza, ou provocar desabastecimento. Nós não vemos dessa forma. O Brasil tem mais de 200 milhões de cabeças, estamos fazendo operações com 9, 10 mil, e que são concorrência ilegal”, argumentou.
Na último dia 19, em audiência pública na Câmara dos Deputados, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, afirmou que a caça aos bois piratas poderá provocar diminuição da oferta de carne para os supermercados. “É muito fácil o discurso do transgressor de dizer 'não me reprima porque isso vai aumentar o preço'”, afirmou Minc sem citar o governador de Mato Grosso.
Outras 10 mil cabeças de gado criadas irregularmente em uma fazenda do município de Costa Marques (RO) deverão seguir para leilão, segundo Minc. O Ibama embargou a propriedade hoje de manhã, de acordo com o diretor Flávio Montiel, e notificou o proprietário, Jair Fernando Simonato, que tem prazo de 15 dias para retirar o rebanho da área.
Plantio em topo-de-morro causa polêmica na região
A proposta de alteração em uma lei federal, que está em estudo no Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente), pode liberar as áreas de proteção ambiental permanentes (APPs) em topos-de-morros.
Ambientalistas da região se preocupam com regiões como a Serra do Mar e Serra da Mantiqueira, que concentram grande número de montanhas e podem ser afetadas com as mudanças na lei.
Esse tipo de área, com grande concentração de montanhas, é chamada de mar-de- morro. De acordo com os ambientalistas, esses espaços já sofreram degradação devido a monocultura de cana a café no passado, e, posteriormente com pastagens. Atualmente, os principais interessados nas áreas seriam as empresas silvicultoras.
O ambientalista Vicente Cioffi explicou que as tentativas de proteger as áreas da região do Vale do Paraíba contra a ação degradante do plantio de eucalipto tem precedente. "Na cidade de São Luís do Paraitinga, a plantação de eucalipto foi barrada."
Na ocasião, as empresas VCP e Suzano Celulose e Papel tiveram as ações canceladas pela Defensoria Pública enquanto não oferecessem um estudo de impacto ambiental a ser analisado em audiências públicas pela população. O embargo permanece.
Segundo Cioff, o temor dos ambientalistas é de que com alterações nos itens, possa haver flexibilização da legislação, o que abriria precedentes para que as áreas sejam utilizadas. "As APPs podem perder o status de proteção, vindo a sofrer maiores degradações."
A possibilidade de mudanças na legislação veio por meio de um pedido da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo enviado ao Conama há cerca de dois anos. Como resposta, o órgão criou, no início deste ano, um grupo de trabalho, que vai discutir e analisar a legislação em Brasília.
De acordo com a assessoria da secretaria, as reclamações quanto a legislação vigente são grandes por parte do DPRN (Departamento de Proteção aos Recursos Naturais), órgão da pasta que trabalha diretamente com o licenciamento e fiscalização das áreas.
Os profissionais teriam dificuldades para fazer o levantamento técnico dessas áreas, principalmente para definir a partir de onde é considerada a base do morro e onde é considerado o topo, região que não poderia receber nenhuma intervenção.
SEM MUDANÇA - No Estado de São Paulo, setores como o Ministério Público e defensoria acreditam que a resolução em vigor não precisa de alterações. Assistente do MP na região, Marcelo Manara disse que o principal argumento utilizado para a criação do grupo de trabalho seria a falta de clareza da resolução atual do Conama.
"Existe a reclamação de que os itens descritos na resolução que abrange as APPs não são claros, o que contestamos, pois já foi verificado através de avaliações técnicas que são aplicáveis", disse.
Ambientalistas da região se preocupam com regiões como a Serra do Mar e Serra da Mantiqueira, que concentram grande número de montanhas e podem ser afetadas com as mudanças na lei.
Esse tipo de área, com grande concentração de montanhas, é chamada de mar-de- morro. De acordo com os ambientalistas, esses espaços já sofreram degradação devido a monocultura de cana a café no passado, e, posteriormente com pastagens. Atualmente, os principais interessados nas áreas seriam as empresas silvicultoras.
O ambientalista Vicente Cioffi explicou que as tentativas de proteger as áreas da região do Vale do Paraíba contra a ação degradante do plantio de eucalipto tem precedente. "Na cidade de São Luís do Paraitinga, a plantação de eucalipto foi barrada."
Na ocasião, as empresas VCP e Suzano Celulose e Papel tiveram as ações canceladas pela Defensoria Pública enquanto não oferecessem um estudo de impacto ambiental a ser analisado em audiências públicas pela população. O embargo permanece.
Segundo Cioff, o temor dos ambientalistas é de que com alterações nos itens, possa haver flexibilização da legislação, o que abriria precedentes para que as áreas sejam utilizadas. "As APPs podem perder o status de proteção, vindo a sofrer maiores degradações."
A possibilidade de mudanças na legislação veio por meio de um pedido da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo enviado ao Conama há cerca de dois anos. Como resposta, o órgão criou, no início deste ano, um grupo de trabalho, que vai discutir e analisar a legislação em Brasília.
De acordo com a assessoria da secretaria, as reclamações quanto a legislação vigente são grandes por parte do DPRN (Departamento de Proteção aos Recursos Naturais), órgão da pasta que trabalha diretamente com o licenciamento e fiscalização das áreas.
Os profissionais teriam dificuldades para fazer o levantamento técnico dessas áreas, principalmente para definir a partir de onde é considerada a base do morro e onde é considerado o topo, região que não poderia receber nenhuma intervenção.
SEM MUDANÇA - No Estado de São Paulo, setores como o Ministério Público e defensoria acreditam que a resolução em vigor não precisa de alterações. Assistente do MP na região, Marcelo Manara disse que o principal argumento utilizado para a criação do grupo de trabalho seria a falta de clareza da resolução atual do Conama.
"Existe a reclamação de que os itens descritos na resolução que abrange as APPs não são claros, o que contestamos, pois já foi verificado através de avaliações técnicas que são aplicáveis", disse.
sábado, 21 de junho de 2008
Jornal vê desertificação no ES, mas não as causas: eucalipto e cana
O jornal A Gazeta descobriu, finalmente, que o Espírito Santo está sendo transformado em deserto, apontando que são 600 mil hectares neste processo. Mas não conseguiu enxergar duas das principais causas da desertificação, que são as monoculturas do eucalipto e cana-de-açúcar. A reportagem do jornal foi publicada na sua edição de domingo (15).
A reportagem, em três páginas, aponta que a degradação se acentua pelos processos produtivos adotados, entre os quais a destruição da vegetação nativa e as pastagens improdutivas. Também cita corretamente o déficit hídrico em algumas áreas e o conflito já instalado pelo uso da água.
A informação de que são 600 mil hectares em processo de desertificação é oficial. Não entra na conta grande parte das pastagens, improdutivas, de uso intensivo em sua maioria. Em geral estas pastagens não têm árvores, o que dificulta a infiltração da água das chuvas. No Espírito Santo existem 1.800.000 hectares de pastos, a quase totalidade com baixo aproveitamento.
Nestas pastagens poderiam ser plantadas 360 milhões de árvores nativas, caso fosse utilizado o chamado sistema agrossilvipastoril. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) chegou a paralisar uma pesquisa sobre o sistema agrossilvipastoril, quando os plantios do capim e das árvores já haviam sido feitos. O projeto exigia cerca de R$ 10 mil para implantação da infra-estrutura quando foi abandonado.
Os plantios convencionais dos pastos, inclusive formados com aração da terra morro abaixo, também causam desertificação. E o Incaper e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) ignoram os sistemas agroecológicos.
Na realidade, a desertificação no Espírito Santo vem se acelerando pela irresponsabilidade da política do governo Paulo Hartung no campo. A começar pelo fato de o governo ter colocado esses dois órgãos a serviço do agronegócio.
Fomentam o plantio de eucalipto, que já cobre e desertifica 300 mil hectares, como informam os agricultores (210 mil hectares, segundo o governo). A quase totalidade destes eucaliptais é da Aracruz Celulose e de agricultores que colocaram suas terras a serviço da empresa, no Programa Produtor Florestal.
Além de degradar a terra, o eucalipto é voraz consumidor de água, agravando o problema em todo o Estado, principalmente no norte e noroeste.
Agora, a cana é outra monocultura que degrada a terra cujo plantio vem sendo incentivado. Atualmente são cerca de 60 mil hectares, e estão programados novos plantios que totalizaram 180 mil hectares de cana-de-açúcar. As áreas do eucalipto e da cana não entram nos 600 mil hectares da conta oficial da área em desertificação.
O governo Paulo Hartung também não cumpre a lei que exige a manutenção ou replantio de mata atlântica até cobertura de 20% da propriedade com vegetação nativa, na chamada reserva legal. Caso o governo Paulo Hartung cumprisse a lei, só em seu governo cada propriedade teria recuperado pelo menos 5% da Reserva Legal (1% ao ano), como determina o Código Florestal, Lei n° 4771/95.
No Espírito Santo restam somente 7% da área original da mata atlântica preservada. O governo não cumpre ainda a legislação que exige a manutenção das Áreas de Preservação Permanente (APPs), que são os topos de morros, encostas, nascentes e alagados.
Sem a vegetação nativa, o ciclo da água é alterado. As águas das chuvas assoreiam os córregos. Quando chove há inundações, depois longos períodos de estiagem, pois não houve infiltração da água na terra para lenta devolução à superfície. Com tantas alterações na vegetação e no solo, as secas são cada vez mais intensas.
E o próprio governo agrava o problema do uso da água. O Iema, principalmente, outorgou o uso da água sem conhecer a vazão dos córregos e rios. Desta forma, poucos ficaram com a água e muitos não têm nenhuma água para suas lavouras. Os conflitos estão se agravando por irresponsabilidade do Estado. É urgente que a inconseqüente decisão do Iema sobre a outorga seja revista.
Também desertifica a mineração do mármore e do granito. Além da destruição da vegetação, a quase totalidade das empresas simplesmente ignora as nascentes, que são aterradas. Há uso intenso das vias do interior, em geral não pavimentadas. Na mineração há ainda o trabalho em condições inseguras e degradantes, com registro de muitas mortes.
Apesar de o governo estadual ser o principal responsável pelo caos no campo, cinicamente o vice-governado Ricardo Ferraço - por anos secretário de Estado da Agricultura - diz na reportagem de A Gazeta que "o Espírito Santo está em estado de alerta", face ao quadro de degradação ambiental e da falta de água. Na gestão de Ricardo, a Seag lançou seus projetos para ampliar os plantios de eucalipto no Estado.
A reportagem, em três páginas, aponta que a degradação se acentua pelos processos produtivos adotados, entre os quais a destruição da vegetação nativa e as pastagens improdutivas. Também cita corretamente o déficit hídrico em algumas áreas e o conflito já instalado pelo uso da água.
A informação de que são 600 mil hectares em processo de desertificação é oficial. Não entra na conta grande parte das pastagens, improdutivas, de uso intensivo em sua maioria. Em geral estas pastagens não têm árvores, o que dificulta a infiltração da água das chuvas. No Espírito Santo existem 1.800.000 hectares de pastos, a quase totalidade com baixo aproveitamento.
Nestas pastagens poderiam ser plantadas 360 milhões de árvores nativas, caso fosse utilizado o chamado sistema agrossilvipastoril. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) chegou a paralisar uma pesquisa sobre o sistema agrossilvipastoril, quando os plantios do capim e das árvores já haviam sido feitos. O projeto exigia cerca de R$ 10 mil para implantação da infra-estrutura quando foi abandonado.
Os plantios convencionais dos pastos, inclusive formados com aração da terra morro abaixo, também causam desertificação. E o Incaper e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) ignoram os sistemas agroecológicos.
Na realidade, a desertificação no Espírito Santo vem se acelerando pela irresponsabilidade da política do governo Paulo Hartung no campo. A começar pelo fato de o governo ter colocado esses dois órgãos a serviço do agronegócio.
Fomentam o plantio de eucalipto, que já cobre e desertifica 300 mil hectares, como informam os agricultores (210 mil hectares, segundo o governo). A quase totalidade destes eucaliptais é da Aracruz Celulose e de agricultores que colocaram suas terras a serviço da empresa, no Programa Produtor Florestal.
Além de degradar a terra, o eucalipto é voraz consumidor de água, agravando o problema em todo o Estado, principalmente no norte e noroeste.
Agora, a cana é outra monocultura que degrada a terra cujo plantio vem sendo incentivado. Atualmente são cerca de 60 mil hectares, e estão programados novos plantios que totalizaram 180 mil hectares de cana-de-açúcar. As áreas do eucalipto e da cana não entram nos 600 mil hectares da conta oficial da área em desertificação.
O governo Paulo Hartung também não cumpre a lei que exige a manutenção ou replantio de mata atlântica até cobertura de 20% da propriedade com vegetação nativa, na chamada reserva legal. Caso o governo Paulo Hartung cumprisse a lei, só em seu governo cada propriedade teria recuperado pelo menos 5% da Reserva Legal (1% ao ano), como determina o Código Florestal, Lei n° 4771/95.
No Espírito Santo restam somente 7% da área original da mata atlântica preservada. O governo não cumpre ainda a legislação que exige a manutenção das Áreas de Preservação Permanente (APPs), que são os topos de morros, encostas, nascentes e alagados.
Sem a vegetação nativa, o ciclo da água é alterado. As águas das chuvas assoreiam os córregos. Quando chove há inundações, depois longos períodos de estiagem, pois não houve infiltração da água na terra para lenta devolução à superfície. Com tantas alterações na vegetação e no solo, as secas são cada vez mais intensas.
E o próprio governo agrava o problema do uso da água. O Iema, principalmente, outorgou o uso da água sem conhecer a vazão dos córregos e rios. Desta forma, poucos ficaram com a água e muitos não têm nenhuma água para suas lavouras. Os conflitos estão se agravando por irresponsabilidade do Estado. É urgente que a inconseqüente decisão do Iema sobre a outorga seja revista.
Também desertifica a mineração do mármore e do granito. Além da destruição da vegetação, a quase totalidade das empresas simplesmente ignora as nascentes, que são aterradas. Há uso intenso das vias do interior, em geral não pavimentadas. Na mineração há ainda o trabalho em condições inseguras e degradantes, com registro de muitas mortes.
Apesar de o governo estadual ser o principal responsável pelo caos no campo, cinicamente o vice-governado Ricardo Ferraço - por anos secretário de Estado da Agricultura - diz na reportagem de A Gazeta que "o Espírito Santo está em estado de alerta", face ao quadro de degradação ambiental e da falta de água. Na gestão de Ricardo, a Seag lançou seus projetos para ampliar os plantios de eucalipto no Estado.
Mudanças na Lei de Crimes Ambientais devem sair em duas semanas
Brasília, DF - O infrator que receber multa por crime ambiental e quiser recorrer da penalidade terá que depositar 70% do valor. A nova regra estará entre as mudanças na Lei de Crimes Ambientais, que serão anunciadas em duas semanas, de acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Outras alterações, já anunciadas por Minc, serão a redução de quatro anos para quatro meses do prazo para recursos das infrações e a possibilidade de leilão dos bens apreendidos em fiscalizações ambientais.
“O decreto terá mais de 100 artigos. Já conversei com o presidente Lula e estão sendo feitos os últimos acertos. A minha expectativa é de duas semanas para a assinatura”, comentou Minc hoje (18), antes de participar de lançamento de livro do Fórum Brasileira de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Fboms).
“Hoje em dia é uma vergonha: mais de 90% das multas não são pagas. Isso desmoraliza os órgãos ambientais. A razão do decreto é fazer com que esse percentual aumente. Nosso objetivo é combater a impunidade ambiental de maneira decisiva”, disse.
A conversão da multa em “serviço ambiental imediato” também será outra possibilidade a ser oferecida aos infratores para garantir o cumprimento da penalidade e a compensação do dano ambiental, segundo Minc.
Outras alterações, já anunciadas por Minc, serão a redução de quatro anos para quatro meses do prazo para recursos das infrações e a possibilidade de leilão dos bens apreendidos em fiscalizações ambientais.
“O decreto terá mais de 100 artigos. Já conversei com o presidente Lula e estão sendo feitos os últimos acertos. A minha expectativa é de duas semanas para a assinatura”, comentou Minc hoje (18), antes de participar de lançamento de livro do Fórum Brasileira de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Fboms).
“Hoje em dia é uma vergonha: mais de 90% das multas não são pagas. Isso desmoraliza os órgãos ambientais. A razão do decreto é fazer com que esse percentual aumente. Nosso objetivo é combater a impunidade ambiental de maneira decisiva”, disse.
A conversão da multa em “serviço ambiental imediato” também será outra possibilidade a ser oferecida aos infratores para garantir o cumprimento da penalidade e a compensação do dano ambiental, segundo Minc.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Minc promete mudança na Lei de Crimes Ambientais
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, prometeu nesta terça-feira (10) que em 15 dias o governo anunciará mudanças na Lei de Crimes Ambientais, de 1998. O ministro contou que, no vôo entre Brasília e São Paulo em companhia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira (9) convenceu o chefe do governo a baixar um decreto com as alterações.
O documento proposto por Minc, com 50 artigos, prevê a diminuição dos prazos para aplicação de multas a quem descumprir a lei. "Atualmente só 5% das multas por crimes contra o meio ambiente são pagas", afirmou Minc. "Isso porque há prazo de até 4 anos para recorrer às penalidades." O ministro garante que o prazo cairá para 4 meses na nova regulamentação. "Isso vai aumentar a efetividade da lei e diminuir a impunidade."
O ministro informou ainda que o governo encaminhará ao Congresso um projeto de lei que aumenta as penas para crimes ambientais. "A idéia é diferenciar a pessoa que tem um passarinho de estimação em casa daquela que organiza uma rede para enviar mil pássaros ao exterior", explica Minc. "Queremos punir com mais rigor grandes redes de tráfico de animais."
Apreensão - Para dar mais efetividade à fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o ministro quer dar ao órgão poder de leiloar materiais apreendidos em suas operações. Hoje cabe exclusivamente à Receita Federal dar destinação a produtos de apreensões. "Queremos dar ao Ibama um poder que hoje só a Receita tem, para que os bens apreendidos sejam imediatamente leiloados." (Fonte: Estadão Online)
O documento proposto por Minc, com 50 artigos, prevê a diminuição dos prazos para aplicação de multas a quem descumprir a lei. "Atualmente só 5% das multas por crimes contra o meio ambiente são pagas", afirmou Minc. "Isso porque há prazo de até 4 anos para recorrer às penalidades." O ministro garante que o prazo cairá para 4 meses na nova regulamentação. "Isso vai aumentar a efetividade da lei e diminuir a impunidade."
O ministro informou ainda que o governo encaminhará ao Congresso um projeto de lei que aumenta as penas para crimes ambientais. "A idéia é diferenciar a pessoa que tem um passarinho de estimação em casa daquela que organiza uma rede para enviar mil pássaros ao exterior", explica Minc. "Queremos punir com mais rigor grandes redes de tráfico de animais."
Apreensão - Para dar mais efetividade à fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o ministro quer dar ao órgão poder de leiloar materiais apreendidos em suas operações. Hoje cabe exclusivamente à Receita Federal dar destinação a produtos de apreensões. "Queremos dar ao Ibama um poder que hoje só a Receita tem, para que os bens apreendidos sejam imediatamente leiloados." (Fonte: Estadão Online)
Protótipos de casas de bambu em Sergipe atestam viabilidade dessa opção em políticas de habitação popular
O bambu vem ganhando espaço como matéria-prima para uma série de produtos, que vão de móveis e artesanato às fibras têxteis (veja notícias relacionadas no final da matéria). Mais recentemente, porém, uma iniciativa desenvolvida em Aracaju (SE) deu um passo significativo para inserir a planta no rol dos instrumentos palpáveis no caminho do desenvolvimento sustentável.
Mais que isso, torna o bambu agente da resolução de um problema sério no país. Segundo dados do IBGE, o déficit habitacional no Brasil atinge a casa dos 6 milhões de unidades, envolvendo uma população de 30 milhões, pessoas que vivem em habitações subnormais ou co-habitam em precárias condições de salubridade e higiene.
Esse desafio levou o arquiteto Ricardo Nunes a mergulhar na tarefa de desenvolver a pesquisa e aplicação de novos materiais e tecnologias baseadas nos recursos naturais e humanos de cada região. O entendimento a movê-lo foi o de que esse trabalho pode representar um incremento significativo para o equacionamento do déficit de moradia com qualidade, sustentabilidade econômica e ambiental.
O pontapé inicial da proposta aconteceu em 2004, quando ele elaborou, como objeto de pesquisa acadêmica para dissertação de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, uma construção experimental para o Centro de Educação Agroflorestal da Petrobras , na cidade sergipana de Carmópolis, a 64 Km da capital.
A edificação, com 255 m² de área, utilizou o bambu para elevação de toda a sua estrutura e confecção das paredes, construídas a partir de painéis pré-moldados de esteiras de bambu, rebocados com areia e cal. O espaço é usado para cursos e aulas de educação ambiental e capacitação de agricultores inseridos no projeto de agro-floresta, desenvolvido pela Petrobras naquele município.
”Sabíamos que os materiais e os métodos de construção utilizados no Centro poderiam representar grande impacto econômico na construção de casas e, para isso, precisaríamos testar em protótipos”, disse Ricardo Nunes a AmbienteBrasil.
No mesmo ano, 2004, ele fundou o Instituto de Desenvolvimento Comunitário Sustentável (Incomun), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) com sede em Aracaju, que institucionalizou a proposta de pesquisar essas técnicas.
Apresentado o projeto à Prefeitura de Aracaju, dentro de um programa de RSE (Responsabilidade Social Empresarial), a parceria foi firmada em junho de 2007, também incluindo a Petrobras, com o objetivo de levar a termo dois protótipos de habitação popular.
As casas foram edificadas com 47 m² cada, e dividem-se, cada uma, em dois quartos, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e varanda (confira fachada na foto ao lado). Localizadas no Parque da Sementeira, em Aracaju, encontram-se em processo de avaliação técnica de desempenho dos materiais e processos tecnológicos durante o ano de 2008, enquanto são utilizadas pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) em suas atividades administrativas.
Também como produto deste projeto, em breve estará sendo editado o “Manual de Construção de Habitação com Bambu”, acompanhado de um DVD para a capacitação de arquitetos para a elaboração de projetos, e mão-de-obra de carpinteiros e aprendizes para a execução das construções.
“Demonstramos que uma habitação social pode ser construída pela metade do preço de uma construção convencional; que a tecnologia é simples e pode ser apropriada facilmente por comunidades pobres e que a sustentabilidade, nesse caso, não é uma mera peça de marketing, mas uma prática de fato”, diz o arquiteto, registrando que as casa são “bonitas, duráveis e muito confortáveis” (veja mais fotos no final da matéria).
Fora a redução do custo construtivo pela metade – o que pode cair ainda mais, a depender da escala -, o uso do bambu em residências tem outros méritos em relação aos materiais convencionais. “Para a produção de dez mil blocos cerâmicos, é queimado um caminhão de lenha”, diz Ricardo. “Com o bambu, ao invés de emitirmos CO2 para a atmosfera, o carbono é seqüestrado pela planta e fixado na construção, reduzindo poluição e efeito estufa”.
O uso do material ainda não foi contemplado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), lacuna que, no entanto, não desanima o arquiteto. “A questão da normatização pela ABNT é apenas uma formalidade institucional para que casas de bambu possam ser financiadas pelas agências oficiais”, diz ele.
E completa: “mesmo sem normatização, elas podem ser legalmente construídas por iniciativa das próprias comunidades, com apoio de governos e ONG's. Os protótipos construídos dentro do rigor do método científico onde todos os procedimentos técnicos foram registrados para futuras repetições é suficiente para a criação de um programa de construção em série”.
Outro estudo no sentido de valorizar o bambu contra o déficit habitacional está em curso no Rio de Janeiro, por intermédio do Sebrae na cidade de Três Rios, conforme AmbienteBrasil mostrou na reportagem EXCLUSIVO: "Casa ecológica" com bambu e raspas de pneus pode ser aprovada pelo Sistema Financeiro de Habitação, de setembro passado.
Mais que isso, torna o bambu agente da resolução de um problema sério no país. Segundo dados do IBGE, o déficit habitacional no Brasil atinge a casa dos 6 milhões de unidades, envolvendo uma população de 30 milhões, pessoas que vivem em habitações subnormais ou co-habitam em precárias condições de salubridade e higiene.
Esse desafio levou o arquiteto Ricardo Nunes a mergulhar na tarefa de desenvolver a pesquisa e aplicação de novos materiais e tecnologias baseadas nos recursos naturais e humanos de cada região. O entendimento a movê-lo foi o de que esse trabalho pode representar um incremento significativo para o equacionamento do déficit de moradia com qualidade, sustentabilidade econômica e ambiental.
O pontapé inicial da proposta aconteceu em 2004, quando ele elaborou, como objeto de pesquisa acadêmica para dissertação de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, uma construção experimental para o Centro de Educação Agroflorestal da Petrobras , na cidade sergipana de Carmópolis, a 64 Km da capital.
A edificação, com 255 m² de área, utilizou o bambu para elevação de toda a sua estrutura e confecção das paredes, construídas a partir de painéis pré-moldados de esteiras de bambu, rebocados com areia e cal. O espaço é usado para cursos e aulas de educação ambiental e capacitação de agricultores inseridos no projeto de agro-floresta, desenvolvido pela Petrobras naquele município.
”Sabíamos que os materiais e os métodos de construção utilizados no Centro poderiam representar grande impacto econômico na construção de casas e, para isso, precisaríamos testar em protótipos”, disse Ricardo Nunes a AmbienteBrasil.
No mesmo ano, 2004, ele fundou o Instituto de Desenvolvimento Comunitário Sustentável (Incomun), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) com sede em Aracaju, que institucionalizou a proposta de pesquisar essas técnicas.
Apresentado o projeto à Prefeitura de Aracaju, dentro de um programa de RSE (Responsabilidade Social Empresarial), a parceria foi firmada em junho de 2007, também incluindo a Petrobras, com o objetivo de levar a termo dois protótipos de habitação popular.
As casas foram edificadas com 47 m² cada, e dividem-se, cada uma, em dois quartos, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e varanda (confira fachada na foto ao lado). Localizadas no Parque da Sementeira, em Aracaju, encontram-se em processo de avaliação técnica de desempenho dos materiais e processos tecnológicos durante o ano de 2008, enquanto são utilizadas pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) em suas atividades administrativas.
Também como produto deste projeto, em breve estará sendo editado o “Manual de Construção de Habitação com Bambu”, acompanhado de um DVD para a capacitação de arquitetos para a elaboração de projetos, e mão-de-obra de carpinteiros e aprendizes para a execução das construções.
“Demonstramos que uma habitação social pode ser construída pela metade do preço de uma construção convencional; que a tecnologia é simples e pode ser apropriada facilmente por comunidades pobres e que a sustentabilidade, nesse caso, não é uma mera peça de marketing, mas uma prática de fato”, diz o arquiteto, registrando que as casa são “bonitas, duráveis e muito confortáveis” (veja mais fotos no final da matéria).
Fora a redução do custo construtivo pela metade – o que pode cair ainda mais, a depender da escala -, o uso do bambu em residências tem outros méritos em relação aos materiais convencionais. “Para a produção de dez mil blocos cerâmicos, é queimado um caminhão de lenha”, diz Ricardo. “Com o bambu, ao invés de emitirmos CO2 para a atmosfera, o carbono é seqüestrado pela planta e fixado na construção, reduzindo poluição e efeito estufa”.
O uso do material ainda não foi contemplado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), lacuna que, no entanto, não desanima o arquiteto. “A questão da normatização pela ABNT é apenas uma formalidade institucional para que casas de bambu possam ser financiadas pelas agências oficiais”, diz ele.
E completa: “mesmo sem normatização, elas podem ser legalmente construídas por iniciativa das próprias comunidades, com apoio de governos e ONG's. Os protótipos construídos dentro do rigor do método científico onde todos os procedimentos técnicos foram registrados para futuras repetições é suficiente para a criação de um programa de construção em série”.
Outro estudo no sentido de valorizar o bambu contra o déficit habitacional está em curso no Rio de Janeiro, por intermédio do Sebrae na cidade de Três Rios, conforme AmbienteBrasil mostrou na reportagem EXCLUSIVO: "Casa ecológica" com bambu e raspas de pneus pode ser aprovada pelo Sistema Financeiro de Habitação, de setembro passado.
Macacos da selva da Indonésia aprendem a pescar
Macacos de cauda longa têm a reputação de saber dar um jeito de conseguir comida - seja colhendo frutas das árvores da selva ou roubando de turistas. Agora, pesquisadores dizem ter descoberto grupos de primatas de pêlo prateado na Indonésia que pescam.
Bandos de macacos de cauda longa foram vistos, por quatro vezes ao longo dos últimos oito anos, pegando peixes pequenos com as mãos e comendo-os ao longo de rios das províncias indonésias de Kalimantan Oriental e Sumatra do Sul, dizem pesquisadores da Nature Conservancy e do Great Ape Trust.
Sabia-se que a espécie comia frutas, além de capturar caranguejos e insetos, mas nunca tinha sido vista pescando em rios.
"É impressionante, depois de tanto tempo, ver um comportamento novo", disse Erik Meijaard, um dos autores do estudo sobre macacos pescadores que aparece na edição de maio do International Journal of Primatology. "É uma indicação de como conhecemos pouco a espécie".
Meijaard, um consultor científico da Nature Conservancy, disse que não está claro o que levou os macacos de cauda longa a partir para a pesca. Mas afirmou que a mudança mostra um lado dos macacos que já era conhecido, a capacidade de adaptação às variações do ambiente e das fontes de alimento.
"São uma espécie sobrevivente, que sabe como lidar com condições difíceis", disse ele. "Seu comportamento tem o potencial de representar flexibilidade ecológica". (Fonte: Estadão Online)
Bandos de macacos de cauda longa foram vistos, por quatro vezes ao longo dos últimos oito anos, pegando peixes pequenos com as mãos e comendo-os ao longo de rios das províncias indonésias de Kalimantan Oriental e Sumatra do Sul, dizem pesquisadores da Nature Conservancy e do Great Ape Trust.
Sabia-se que a espécie comia frutas, além de capturar caranguejos e insetos, mas nunca tinha sido vista pescando em rios.
"É impressionante, depois de tanto tempo, ver um comportamento novo", disse Erik Meijaard, um dos autores do estudo sobre macacos pescadores que aparece na edição de maio do International Journal of Primatology. "É uma indicação de como conhecemos pouco a espécie".
Meijaard, um consultor científico da Nature Conservancy, disse que não está claro o que levou os macacos de cauda longa a partir para a pesca. Mas afirmou que a mudança mostra um lado dos macacos que já era conhecido, a capacidade de adaptação às variações do ambiente e das fontes de alimento.
"São uma espécie sobrevivente, que sabe como lidar com condições difíceis", disse ele. "Seu comportamento tem o potencial de representar flexibilidade ecológica". (Fonte: Estadão Online)
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Ministério da Justiça descarta criação de Guarda Nacional Ambiental
O Ministério da Justiça não vai criar uma força de segurança específica para atuar na proteção ambiental, contrariando a idéia defendida pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que previa a criação de uma Guarda Nacional Ambiental, nos moldes da Força Nacional de Segurança (FNS). Minc reuniu-se na quarta-feira (11) com o ministro da Justiça, Tarso Genro.
“A idéia da guarda, pelo menos com o Ministério da Justiça, não está sendo discutida. O ministério está discutindo com o ministro Minc uma especialização de parte do efetivo da FNS e a continuidade das operações ordinárias da Força em operações em diversas frentes de proteção ao meio ambiente”, apontou o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, que também participou da reunião.
A alternativa do Ministério da Justiça, apresentada a Minc, é destinar para ações ambientais um grupo de 50 a 100 homens de um contingente especializado que o ministério pretende formar para reforçar a FNS. Cerca de 250 homens da Força já atuam em ações ambientais, segundo o ministério.
“Vamos formar 550 homens, com capacitação especializada e equipamentos modernos, o Batalhão Especial de Pronta Entrega (Bepe). Dentro do Bepe, teremos um segmento altamente especializado na preservação do meio ambiente. Não haverá uma força nacional ambiental; talvez isso seja parte de alguma negociação do ministro Minc diretamente com a Presidência, com o MJ, não”, detalhou Balestreri.
O Ministério da Justiça também avalia, segundo o secretário, realocar recursos do orçamento da pasta para fortalecer a atuação de bombeiros e policiais militares de batalhões florestais na repressão de crimes ambientais.
“Vamos estudar a realocação de parte do orçamento para que injetemos nos bombeiros recursos muito significativos e peçamos aos entes federados uma contrapartida de que esses recursos e esses efetivos serão necessariamente utilizados na preservação do meio ambiente.”
Ao deixar a reunião, Minc afirmou que vai apresentar e discutir a proposta com os 27 governadores do país para firmar convênios. Sem a criação de uma corporação específica, o ministro espera contar com os cerca de 9 mil policiais militares que atuam em batalhões florestais e “dezenas de milhares de bombeiros” para ações policiais de preservação ambiental. (Fonte: Agência Brasil)
“A idéia da guarda, pelo menos com o Ministério da Justiça, não está sendo discutida. O ministério está discutindo com o ministro Minc uma especialização de parte do efetivo da FNS e a continuidade das operações ordinárias da Força em operações em diversas frentes de proteção ao meio ambiente”, apontou o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, que também participou da reunião.
A alternativa do Ministério da Justiça, apresentada a Minc, é destinar para ações ambientais um grupo de 50 a 100 homens de um contingente especializado que o ministério pretende formar para reforçar a FNS. Cerca de 250 homens da Força já atuam em ações ambientais, segundo o ministério.
“Vamos formar 550 homens, com capacitação especializada e equipamentos modernos, o Batalhão Especial de Pronta Entrega (Bepe). Dentro do Bepe, teremos um segmento altamente especializado na preservação do meio ambiente. Não haverá uma força nacional ambiental; talvez isso seja parte de alguma negociação do ministro Minc diretamente com a Presidência, com o MJ, não”, detalhou Balestreri.
O Ministério da Justiça também avalia, segundo o secretário, realocar recursos do orçamento da pasta para fortalecer a atuação de bombeiros e policiais militares de batalhões florestais na repressão de crimes ambientais.
“Vamos estudar a realocação de parte do orçamento para que injetemos nos bombeiros recursos muito significativos e peçamos aos entes federados uma contrapartida de que esses recursos e esses efetivos serão necessariamente utilizados na preservação do meio ambiente.”
Ao deixar a reunião, Minc afirmou que vai apresentar e discutir a proposta com os 27 governadores do país para firmar convênios. Sem a criação de uma corporação específica, o ministro espera contar com os cerca de 9 mil policiais militares que atuam em batalhões florestais e “dezenas de milhares de bombeiros” para ações policiais de preservação ambiental. (Fonte: Agência Brasil)
Excesso de nitrogênio nos oceanos influencia no desmatamento
O homem aumentou a oferta nos oceanos de nitrogênio disponível a organismos em quase 50%. Além disso, tem influenciado gravemente os ciclos desse elemento químico na atmosfera e no solo do planeta. As afirmações estão em dois estudos independentes publicados na edição de 16 de maio da revista Sciente.
O aumento tem sérias implicações para as mudanças climáticas, uma vez que o nitrogênio em excesso aumenta a atividade biológica marinha e a absorção de dióxido de carbono, o que, por sua vez, leva à produção de mais óxido nitroso, considerado ainda mais prejudicial ao aquecimento global do que o metano ou o próprio dióxido de carbono.
Que o homem tem interferido no ciclo de nitrogênio, por meio do uso indiscriminado de fertilizantes na agricultura e da queima de combustíveis fósseis, é algo que já se sabia. Mas os novos estudos são os primeiros a avaliar o impacto da produção antropogênica do elemento químico nos oceanos.
Os estudos foram coordenados por Robert Duce, do Departamento de Oceanografia e Ciências Atmosféricas da Universidade Texas A&M, e James Galloway, do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade da Virgínia, ambas nos Estados Unidos.
O segundo artigo conta com a participação de Luiz Antonio Martinelli, pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), e um dos maiores especialistas no país sobre alterações no ciclo de nitrogênio.
Os dois trabalhos destacam a necessidade de que sejam conduzidos mais estudos para investigar os efeitos da atividade humana nos ciclos de nitrogênio, mas são categóricos em afirmar que as conseqüências negativas nos níveis globais do elemento químico se intensificarão nos próximos anos.
Duce e colegas descrevem em seu artigo que as formas de nitrogênio antropogênico já são responsáveis por cerca de 3% de toda a nova produção biológica marinha. E a contribuição humana é responsável por cerca de um terço do óxido nitroso e um décimo do dióxido de carbono que chega aos oceanos do planeta todos os anos.
Segundo os autores, essa influência pode reduzir níveis de oxigênio essenciais na água e tem efeitos sérios no clima, na produção de alimentos e em ecossistemas espalhados por todo o mundo.
Galloway e colaboradores destacam os problemas ambientais e de saúde que derivam do aumento dos níveis de nitrogênio produzidos pela atividade humana. Eles também apontam o “desequilíbrio extremo” de nitrogênio que existe atualmente.
Os pesquisadores ressaltam a “importância crítica da redução de nitrogênio reativo [usado por organismos] no ambiente” e lançam uma série de questões para serem consideradas por estudos futuros.
“Muito do nitrogênio antropogênico se perde no ar, na água e no solo, causando problemas ambientais e de saúde humana em cascata. Ao mesmo tempo, a produção de alimentos em algumas partes do mundo é deficiente em nitrogênio, ressaltando as disparidades na produção de fertilizantes que contêm o elemento químico. Otimizar a necessidade desse recurso importante ao homem e, ao mesmo tempo, minimizar suas conseqüências negativas requerem uma abordagem interdisciplinar e o desenvolvimento de estratégias para diminuir os resíduos que contenham nitrogênio”, afirmaram.
“O ciclo natural do nitrogênio tem sido grandemente influenciado pela atividade humana no último século – talvez mais do que o ciclo de carbono – e estimamos que os efeitos destruidores continuem a aumentar. Por conta disso, é fundamental que ações sejam tomadas para enfrentar o problema, como no controle do uso de fertilizantes ou na diminuição da poluição promovida pelo crescente aumento no número de automóveis”, disse Peter Liss, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, que participou do estudo coordenado por Duce.
Os artigos Transformation of the nitrogen cycle: Recent trends, questions, and potential solutions, de James Galloway e outros, e Impacts of atmospheric anthropogenic nitrogen on the open ocean, de Robert Duce e outros, podem ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
O aumento tem sérias implicações para as mudanças climáticas, uma vez que o nitrogênio em excesso aumenta a atividade biológica marinha e a absorção de dióxido de carbono, o que, por sua vez, leva à produção de mais óxido nitroso, considerado ainda mais prejudicial ao aquecimento global do que o metano ou o próprio dióxido de carbono.
Que o homem tem interferido no ciclo de nitrogênio, por meio do uso indiscriminado de fertilizantes na agricultura e da queima de combustíveis fósseis, é algo que já se sabia. Mas os novos estudos são os primeiros a avaliar o impacto da produção antropogênica do elemento químico nos oceanos.
Os estudos foram coordenados por Robert Duce, do Departamento de Oceanografia e Ciências Atmosféricas da Universidade Texas A&M, e James Galloway, do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade da Virgínia, ambas nos Estados Unidos.
O segundo artigo conta com a participação de Luiz Antonio Martinelli, pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), e um dos maiores especialistas no país sobre alterações no ciclo de nitrogênio.
Os dois trabalhos destacam a necessidade de que sejam conduzidos mais estudos para investigar os efeitos da atividade humana nos ciclos de nitrogênio, mas são categóricos em afirmar que as conseqüências negativas nos níveis globais do elemento químico se intensificarão nos próximos anos.
Duce e colegas descrevem em seu artigo que as formas de nitrogênio antropogênico já são responsáveis por cerca de 3% de toda a nova produção biológica marinha. E a contribuição humana é responsável por cerca de um terço do óxido nitroso e um décimo do dióxido de carbono que chega aos oceanos do planeta todos os anos.
Segundo os autores, essa influência pode reduzir níveis de oxigênio essenciais na água e tem efeitos sérios no clima, na produção de alimentos e em ecossistemas espalhados por todo o mundo.
Galloway e colaboradores destacam os problemas ambientais e de saúde que derivam do aumento dos níveis de nitrogênio produzidos pela atividade humana. Eles também apontam o “desequilíbrio extremo” de nitrogênio que existe atualmente.
Os pesquisadores ressaltam a “importância crítica da redução de nitrogênio reativo [usado por organismos] no ambiente” e lançam uma série de questões para serem consideradas por estudos futuros.
“Muito do nitrogênio antropogênico se perde no ar, na água e no solo, causando problemas ambientais e de saúde humana em cascata. Ao mesmo tempo, a produção de alimentos em algumas partes do mundo é deficiente em nitrogênio, ressaltando as disparidades na produção de fertilizantes que contêm o elemento químico. Otimizar a necessidade desse recurso importante ao homem e, ao mesmo tempo, minimizar suas conseqüências negativas requerem uma abordagem interdisciplinar e o desenvolvimento de estratégias para diminuir os resíduos que contenham nitrogênio”, afirmaram.
“O ciclo natural do nitrogênio tem sido grandemente influenciado pela atividade humana no último século – talvez mais do que o ciclo de carbono – e estimamos que os efeitos destruidores continuem a aumentar. Por conta disso, é fundamental que ações sejam tomadas para enfrentar o problema, como no controle do uso de fertilizantes ou na diminuição da poluição promovida pelo crescente aumento no número de automóveis”, disse Peter Liss, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, que participou do estudo coordenado por Duce.
Os artigos Transformation of the nitrogen cycle: Recent trends, questions, and potential solutions, de James Galloway e outros, e Impacts of atmospheric anthropogenic nitrogen on the open ocean, de Robert Duce e outros, podem ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
O que não dizem sobre o Meio Ambiente em Niterói
Por Gerhard Sardo*
Nos últimos anos, Niterói vem praticando a política do desenvolvimento insustentável, associando o crescimento de construções irregulares e a indústria imobiliária de risco ambiental sobre áreas naturais frágeis à ocupação humana. Não bastasse as inúmeras e constantes omissões de setores do Poder Público local em definir soluções viáveis para a preservação dos recursos naturais, ainda somos obrigados a conviver com a ausência de informações sobre a administração municipal, que persiste, mesmo em meio a tantos focos de ameaça ao meio ambiente, em não consolidar o seu Conselho Municipal do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, que criado por lei, regulamentado por decreto, e possuindo regimento interno aprovado e publicado em Diário Oficial, não consegue sensibilizar e mobilizar o atual prefeito.
Em Niterói prevalece a impunidade e a insegurança ambiental. Dentro da atual conjuntura institucional em nível municipal, conclui-se que nada de real vem sendo realizado em favor do meio ambiente na Cidade.
Não resta dúvida que a política ambiental em Niterói é uma falácia. Para comprovar essa afirmação, basta lembrar:
· o desinteresse pela aprovação do Projeto de Emenda a Lei Orgânica de Niterói nº 003/03, de 24/11/03, que poderia garantir a destinação de 20% da arrecadação dos royalties do petróleo para implantação e manejo das unidades de conservação em nível municipal;
· a omissão na articulação política pela aprovação do Projeto de Lei nº 66/04, que autoriza o Poder Executivo a criar o Parque Natural Municipal do Morro do Morcego;
· a não implementação dos planos de manejo do Monumento Natural da Praia do Sossego - Decreto Municipal nº 9.058/03, da APA do Morro da Viração - Decreto Municipal nº 9.059/03, e do Parque Municipal da Cidade - Decreto Municipal nº 6.061/03;
· o descaso com os membros do Conselho Municipal de Meio e dos Recursos Hídricos de Niterói - Portaria nº 1.549, em 05/10/04, para analisar programas e projetos em execução pela Prefeitura Municipal;
· o descumprimento das normas gerais para instalação de equipamentos transmissores de radiação eletromagnética relativos a serviços fixos e móveis de telefonia celular - Lei Municipal nº 2.174/04, uma vez que não se manifestou contra ERB's instaladas em áreas florestadas e de proteção ambiental;
· a desarticulação operacional do Núcleo de Patrulhamento Ambiental do corpo da Guarda Municipal de Niterói - Decreto Municipal nº 9.380/04;
- e a falta de empenho político no encaminhamento administrativo de minuta de projeto-de-lei que prevê a reclassificação da Reserva Ecológica Municipal Darcy Ribeiro em Parque Natural Municipal, elaborado desde 2001, e que ganhou o "embargo de gaveta" junto a Procuradoria Geral da Prefeitura.
Para agravar essa situação, oportuno recordar, ainda, outras particularidades ambientais em Niterói que não são assumidas e esclarecidas pela municipalidade, como:
1) Parque da Cidade - No Parque da Cidade, localizado no Morro da Viração, com acesso por Charitas, a "área protegida" não alcança seu objetivo devido a ausência de Plano de Manejo e evidente falta de uma administração que viabilize sua gestão participativa junto aos moradores de São Francisco, Charitas e Jurujuba, ou mesmo as comunidades de baixa-renda do Preventório e Santo Inácio. Não há no local qualquer evidência de manejo sustentável das áreas florestadas ou garantia de fiscalização permanente, sinalização de trilhas ou mesmo segurança para os visitantes. Uma vergonha.
2) Lixão do Morro do Céu - O Lixão do Morro do Céu, situado no bairro do Caramujo, Zona Norte de Niterói, continua a acumular toneladas de lixo orgânico e inorgânico, infiltrando in natura todo o seu chorume em direção a bacia hidrográfica do rio Matapaca, contaminando o lençol freático da região e, provavelmente, a Baía de Guanabara, uma vez que o sistema de coleta e tratamento ora utilizado não indica seu grau de eficiência. Com sua previsão de vida útil estendida por força da expansão da área hoje saturada, qual é a estimativa dos danos socioambientais que serão gerados por sua manutenção num local onde centenas de famílias vivem em estado de insalubridade? Para onde têm ido o lixo hospitalar da Cidade?
3) Estações de Tratamento de Esgoto - Qual é a realidade numérica de contaminantes líquidos originados pelas Estações de Tratamento de Esgoto na Cidade? As atuais ETEs tem sido eficazes na descontaminação de nossos corpos d'água, em especial aqueles identificados junto ao sistema lagunar de Niterói? Quais são os critérios de uso sustentável dos mananciais que abastecem o Município?
4) Indústria Naval - A Indústria Naval avança no Município, estimulada pela reativação do Porto de Niterói e descoberta de novos poços para exploração e produção de hidrocarbonetos (petróleo e gás) no banco da Bacia de Santos, contudo há dúvidas sobre o licenciamento ambiental para as atuais empresas que estão se estabelecendo e as já estabelecidas. As auditorias ambientais, estabelecidas por lei, estão sendo cumpridas ? Há fiscalização dos agentes poluidores motivados pelos estaleiros ? Qual a quantidade e qualidade de metais pesados despejados na Baía de Guanabara ? Há medidas compensatórias previstas ?
5) Indústrias de Sardinha - As Indústrias de Sardinha estabelecidas em Niterói estão em acordo com o definido pelos Termos de Ajustamento de Conduta - TACs exigidos pelo Ministério Público? E a validade das licenças ambientais, estão em dia? Quantas empresas estão operando com ecoeficiência ?
6) Empresas de Mineração - Quantas Empresas de Mineração estão em operação no Município de Niterói ? Dispõem de licença ambiental? Estão em dia com a execução dos Planos de Recuperação de Áreas Degradadas - PRADs? Qual a área total de destruição florestal ocasionada pela ação de pedreiras e saibreiras na Cidade? Há rios e nascentes em risco pela ação do rejeito mineral carreado pelas chuvas? Há indícios de desertificação ocasionado pela ação descontrolada de empresas de mineração?
7) Postos de Gasolina - Os postos de gasolina em Niterói estão adequados à legislação ambiental ? Quantos dispõem de licenciamento ambiental ? Quantos estão agindo regularmente ? Quantos são agentes poluidores com derramamento de óleos, graxas e combustível ? Há algum que esteja contaminando rios e lagunas ? E o lençol freático estaria sob ameaça ?
8) Cemitérios - Os cemitérios em Niterói dispõem de algum controle ambiental? Qual é o atual nível de carga de poluentes do subsolo no entorno dos cemitérios gerado pelo necrochorume? Há risco de poluição hídrica no entorno dos cemitérios?
Surpreendentemente, outro dia foi anunciado na imprensa que Niterói receberá R$ 1,3 milhão de recursos repassados pela ICMS Verde, em reconhecimento do Governo estadual aos "cuidados ambientais" que a Prefeitura municipal vem desenvolvendo. Ao que parece, a decisão do mérito do repasse é meramente política, uma vez que a realidade difere dos "indicadores oficiais".
*Gerhard Sardo é jornalista, analista ambiental, coordenador regional da Assembléia Permanente de Entidades de Defesa do Meio Ambiente (APEDEMA-RJ), conselheiro municipal e estadual do Meio Ambiente. Site: www.gerhardsardo.com.br
Nos últimos anos, Niterói vem praticando a política do desenvolvimento insustentável, associando o crescimento de construções irregulares e a indústria imobiliária de risco ambiental sobre áreas naturais frágeis à ocupação humana. Não bastasse as inúmeras e constantes omissões de setores do Poder Público local em definir soluções viáveis para a preservação dos recursos naturais, ainda somos obrigados a conviver com a ausência de informações sobre a administração municipal, que persiste, mesmo em meio a tantos focos de ameaça ao meio ambiente, em não consolidar o seu Conselho Municipal do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, que criado por lei, regulamentado por decreto, e possuindo regimento interno aprovado e publicado em Diário Oficial, não consegue sensibilizar e mobilizar o atual prefeito.
Em Niterói prevalece a impunidade e a insegurança ambiental. Dentro da atual conjuntura institucional em nível municipal, conclui-se que nada de real vem sendo realizado em favor do meio ambiente na Cidade.
Não resta dúvida que a política ambiental em Niterói é uma falácia. Para comprovar essa afirmação, basta lembrar:
· o desinteresse pela aprovação do Projeto de Emenda a Lei Orgânica de Niterói nº 003/03, de 24/11/03, que poderia garantir a destinação de 20% da arrecadação dos royalties do petróleo para implantação e manejo das unidades de conservação em nível municipal;
· a omissão na articulação política pela aprovação do Projeto de Lei nº 66/04, que autoriza o Poder Executivo a criar o Parque Natural Municipal do Morro do Morcego;
· a não implementação dos planos de manejo do Monumento Natural da Praia do Sossego - Decreto Municipal nº 9.058/03, da APA do Morro da Viração - Decreto Municipal nº 9.059/03, e do Parque Municipal da Cidade - Decreto Municipal nº 6.061/03;
· o descaso com os membros do Conselho Municipal de Meio e dos Recursos Hídricos de Niterói - Portaria nº 1.549, em 05/10/04, para analisar programas e projetos em execução pela Prefeitura Municipal;
· o descumprimento das normas gerais para instalação de equipamentos transmissores de radiação eletromagnética relativos a serviços fixos e móveis de telefonia celular - Lei Municipal nº 2.174/04, uma vez que não se manifestou contra ERB's instaladas em áreas florestadas e de proteção ambiental;
· a desarticulação operacional do Núcleo de Patrulhamento Ambiental do corpo da Guarda Municipal de Niterói - Decreto Municipal nº 9.380/04;
- e a falta de empenho político no encaminhamento administrativo de minuta de projeto-de-lei que prevê a reclassificação da Reserva Ecológica Municipal Darcy Ribeiro em Parque Natural Municipal, elaborado desde 2001, e que ganhou o "embargo de gaveta" junto a Procuradoria Geral da Prefeitura.
Para agravar essa situação, oportuno recordar, ainda, outras particularidades ambientais em Niterói que não são assumidas e esclarecidas pela municipalidade, como:
1) Parque da Cidade - No Parque da Cidade, localizado no Morro da Viração, com acesso por Charitas, a "área protegida" não alcança seu objetivo devido a ausência de Plano de Manejo e evidente falta de uma administração que viabilize sua gestão participativa junto aos moradores de São Francisco, Charitas e Jurujuba, ou mesmo as comunidades de baixa-renda do Preventório e Santo Inácio. Não há no local qualquer evidência de manejo sustentável das áreas florestadas ou garantia de fiscalização permanente, sinalização de trilhas ou mesmo segurança para os visitantes. Uma vergonha.
2) Lixão do Morro do Céu - O Lixão do Morro do Céu, situado no bairro do Caramujo, Zona Norte de Niterói, continua a acumular toneladas de lixo orgânico e inorgânico, infiltrando in natura todo o seu chorume em direção a bacia hidrográfica do rio Matapaca, contaminando o lençol freático da região e, provavelmente, a Baía de Guanabara, uma vez que o sistema de coleta e tratamento ora utilizado não indica seu grau de eficiência. Com sua previsão de vida útil estendida por força da expansão da área hoje saturada, qual é a estimativa dos danos socioambientais que serão gerados por sua manutenção num local onde centenas de famílias vivem em estado de insalubridade? Para onde têm ido o lixo hospitalar da Cidade?
3) Estações de Tratamento de Esgoto - Qual é a realidade numérica de contaminantes líquidos originados pelas Estações de Tratamento de Esgoto na Cidade? As atuais ETEs tem sido eficazes na descontaminação de nossos corpos d'água, em especial aqueles identificados junto ao sistema lagunar de Niterói? Quais são os critérios de uso sustentável dos mananciais que abastecem o Município?
4) Indústria Naval - A Indústria Naval avança no Município, estimulada pela reativação do Porto de Niterói e descoberta de novos poços para exploração e produção de hidrocarbonetos (petróleo e gás) no banco da Bacia de Santos, contudo há dúvidas sobre o licenciamento ambiental para as atuais empresas que estão se estabelecendo e as já estabelecidas. As auditorias ambientais, estabelecidas por lei, estão sendo cumpridas ? Há fiscalização dos agentes poluidores motivados pelos estaleiros ? Qual a quantidade e qualidade de metais pesados despejados na Baía de Guanabara ? Há medidas compensatórias previstas ?
5) Indústrias de Sardinha - As Indústrias de Sardinha estabelecidas em Niterói estão em acordo com o definido pelos Termos de Ajustamento de Conduta - TACs exigidos pelo Ministério Público? E a validade das licenças ambientais, estão em dia? Quantas empresas estão operando com ecoeficiência ?
6) Empresas de Mineração - Quantas Empresas de Mineração estão em operação no Município de Niterói ? Dispõem de licença ambiental? Estão em dia com a execução dos Planos de Recuperação de Áreas Degradadas - PRADs? Qual a área total de destruição florestal ocasionada pela ação de pedreiras e saibreiras na Cidade? Há rios e nascentes em risco pela ação do rejeito mineral carreado pelas chuvas? Há indícios de desertificação ocasionado pela ação descontrolada de empresas de mineração?
7) Postos de Gasolina - Os postos de gasolina em Niterói estão adequados à legislação ambiental ? Quantos dispõem de licenciamento ambiental ? Quantos estão agindo regularmente ? Quantos são agentes poluidores com derramamento de óleos, graxas e combustível ? Há algum que esteja contaminando rios e lagunas ? E o lençol freático estaria sob ameaça ?
8) Cemitérios - Os cemitérios em Niterói dispõem de algum controle ambiental? Qual é o atual nível de carga de poluentes do subsolo no entorno dos cemitérios gerado pelo necrochorume? Há risco de poluição hídrica no entorno dos cemitérios?
Surpreendentemente, outro dia foi anunciado na imprensa que Niterói receberá R$ 1,3 milhão de recursos repassados pela ICMS Verde, em reconhecimento do Governo estadual aos "cuidados ambientais" que a Prefeitura municipal vem desenvolvendo. Ao que parece, a decisão do mérito do repasse é meramente política, uma vez que a realidade difere dos "indicadores oficiais".
*Gerhard Sardo é jornalista, analista ambiental, coordenador regional da Assembléia Permanente de Entidades de Defesa do Meio Ambiente (APEDEMA-RJ), conselheiro municipal e estadual do Meio Ambiente. Site: www.gerhardsardo.com.br
domingo, 8 de junho de 2008
Petrobras vai financiar despoluição na Baía da Guanabara, diz ministro
RIO DE JANEIRO (Agência Brasil), 8 de junho - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse neste domingo (8) que as obras de despoluição do Canal do Cunha, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, serão iniciadas em breve pela Petrobras.
Minc participou da cerimônia de posse da nova diretoria da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), quando informou já ter conversado sobre a questão com o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli.
“Agora o Canal do Cunha virou uma questão nacional. Não é mais um problema do Rio de Janeiro. É um problema do país. Portanto, eu espero brevemente que essas obras comecem”.
Em maio passado, quando ainda era secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc informou que a versão final das obras de engenharia estava em análise pela Petrobras, que financiaria a execução do projeto.
Naquela ocasião, o atual ministro disse que as obras de recuperação e revitalização dos canais do Fundão e do Cunha e do seu entorno, na Baía da Guanabara, começariam em julho, devido ao aumento do custo do projeto, avaliado inicialmente em R$ 70 milhões, para cerca de R$ 280 milhões.
O Canal do Fundão e o Canal do Cunha encontram-se assoreados e poluídos, impedindo a circulação das águas da baía. Serão dragados e desassoreados cerca de 6,5 quilômetros de extensão dos canais.
Posteriormente, a região receberá tratamento urbanístico e paisagístico, de acordo com informação da secretaria do Ambiente do estado.
Minc participou da cerimônia de posse da nova diretoria da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), quando informou já ter conversado sobre a questão com o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli.
“Agora o Canal do Cunha virou uma questão nacional. Não é mais um problema do Rio de Janeiro. É um problema do país. Portanto, eu espero brevemente que essas obras comecem”.
Em maio passado, quando ainda era secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc informou que a versão final das obras de engenharia estava em análise pela Petrobras, que financiaria a execução do projeto.
Naquela ocasião, o atual ministro disse que as obras de recuperação e revitalização dos canais do Fundão e do Cunha e do seu entorno, na Baía da Guanabara, começariam em julho, devido ao aumento do custo do projeto, avaliado inicialmente em R$ 70 milhões, para cerca de R$ 280 milhões.
O Canal do Fundão e o Canal do Cunha encontram-se assoreados e poluídos, impedindo a circulação das águas da baía. Serão dragados e desassoreados cerca de 6,5 quilômetros de extensão dos canais.
Posteriormente, a região receberá tratamento urbanístico e paisagístico, de acordo com informação da secretaria do Ambiente do estado.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
"Spider Man" francês escala prédio do New York Times
NOVA YORK (Reuters), 5 de junho - O escalador francês conhecido como "Homem-Aranha" escalou o prédio do jornal New York Times, nesta quinta-feira, com o intuito de chamar a atenção para o problema do aquecimento global.
Antes da subir, Alain Robert, de 45 anos, disse a repórteres que a escalada estava sendo feita no Dia Internacional do Meio Ambiente para "chamar a atenção para o aquecimento global, já que este é um dos maiores problemas do nosso tempo".
Ao chegar ao topo do prédio, ele levantou os dois braços e acenou para os observadores. A polícia já o esperava lá.
O "Homem-Aranha" já escalou edificações como a torre Eiffel e a ponte Golden Gate. Durante passagem por São Paulo em fevereiro, ele subiu o Edifício Itália.
Ele subiu o prédio do New York Time pela treliça da fachada, usando apenas pó para as mãos e sapatos próprios para escalada.
Quando estava perto do décimo andar, ele pendurou um cartaz na fachada que dizia: "O aquecimento global mata mais pessoas que o 11 de setembro toda semana".
A escalada atraiu centenas de espectadores, policiais, bombeiros e as equipes de outros serviços de emergência.
"Ele deve ser louco", disse Sammy Cataldo, que trabalhava na construção de um prédio vizinho.
O New York Times mudou-se há um ano para um prédio de 52 andares em Manhattan. Desenhado pelo arquiteto italiano Renzo Piano, sua antena alcança 348 metros.
A porta-voz do jornal não fez nenhum comentário sobre a escalada.
O "Homem-Aranha", que diz sofrer de vertigem, já escalou mais de 80 arranha-céus e pontos turísticos, como a torre Sears, em Chicago, e a Taipei 101, em Taiwan, o prédio mais alto do mundo.
Suas escaladas costumam ser ilegais, já que feitas sem permissão e sem corda de proteção.
No ano passado, ele foi preso por cinco dias na China, depois de escalar o prédio Jin Mao, de 88 andares, em Xangai. Ele foi expulso e proibido de entrar na China por cinco anos.
Por Marcy Nicholson, reportagem de Marcu Nicholson
Antes da subir, Alain Robert, de 45 anos, disse a repórteres que a escalada estava sendo feita no Dia Internacional do Meio Ambiente para "chamar a atenção para o aquecimento global, já que este é um dos maiores problemas do nosso tempo".
Ao chegar ao topo do prédio, ele levantou os dois braços e acenou para os observadores. A polícia já o esperava lá.
O "Homem-Aranha" já escalou edificações como a torre Eiffel e a ponte Golden Gate. Durante passagem por São Paulo em fevereiro, ele subiu o Edifício Itália.
Ele subiu o prédio do New York Time pela treliça da fachada, usando apenas pó para as mãos e sapatos próprios para escalada.
Quando estava perto do décimo andar, ele pendurou um cartaz na fachada que dizia: "O aquecimento global mata mais pessoas que o 11 de setembro toda semana".
A escalada atraiu centenas de espectadores, policiais, bombeiros e as equipes de outros serviços de emergência.
"Ele deve ser louco", disse Sammy Cataldo, que trabalhava na construção de um prédio vizinho.
O New York Times mudou-se há um ano para um prédio de 52 andares em Manhattan. Desenhado pelo arquiteto italiano Renzo Piano, sua antena alcança 348 metros.
A porta-voz do jornal não fez nenhum comentário sobre a escalada.
O "Homem-Aranha", que diz sofrer de vertigem, já escalou mais de 80 arranha-céus e pontos turísticos, como a torre Sears, em Chicago, e a Taipei 101, em Taiwan, o prédio mais alto do mundo.
Suas escaladas costumam ser ilegais, já que feitas sem permissão e sem corda de proteção.
No ano passado, ele foi preso por cinco dias na China, depois de escalar o prédio Jin Mao, de 88 andares, em Xangai. Ele foi expulso e proibido de entrar na China por cinco anos.
Por Marcy Nicholson, reportagem de Marcu Nicholson
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Cúpula da FAO prega ‘revolução verde’ para a África
ROMA (Reuters), 4 de junho - Uma cúpula da FAO, agência da ONU para alimentação e agricultura, pediu nesta quarta-feira aos países ricos que ajudem a "revolucionar" a agricultura nos países em desenvolvimento, especialmente na África, para que se produza mais alimentos.
"A crise alimentar global serve de alarme para que a África se lance em uma 'revolução verde' já há muito atrasada", disse o ministro nigeriano da Agricultura, Sayyadi Abba Ruma, no segundo dos três dias da cúpula.
"A cada segundo, uma criança morre de fome. A hora de agir é agora. Chega de retórica, mais ação!", afirmou o ministro.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, recebeu um abaixo-assinado sobre o tema, com mais de 300 mil nomes. O esboço de declaração final da cúpula diz que os 151 países participantes se comprometem a "eliminar a fome e assegurar comida para todos".
A FAO convocou a cúpula por causa do acentuado aumento de preços nos últimos meses, o que ameaça levar a fome a mais 100 milhões de pessoas - além das 850 milhões que já sofrem com isso no mundo.
Nos últimos anos, o preço de produtos como arroz, milho e trigo mais do que dobrou. A OCDE (entidade que reúne países desenvolvidos) estima que haverá um recuo em curto prazo, mas que na próxima década os alimentos podem subir mais 50%.
Ban disse que a cúpula já é um sucesso. "Há uma clara sensação de resolução, responsabilidade compartilhada e compromisso político entre os Estados membros no sentido de fazer escolhas políticas corretas e investir na agricultura nos próximos anos."
"A fome degrada tudo contra o que estamos lutando nos últimos anos e décadas. Temos o dever de agir, de agir agora e de agir unificadamente", afirmou o sul-coreano a jornalistas.
O antecessor dele na ONU, Kofi Annan, também está em Roma para assinar um acordo com as agências alimentares da ONU para estimular a produção agrícola na África.
"Esperamos promover uma revolução verde na África, que respeite a biodiversidade e as distintas regiões do continente", disse Annan, natural de Gana, que preside a Aliança para uma Revolução Verde na África.
O novo mecanismo dará apoio técnico para melhorias no solo e gerenciamento hídrico, acesso a sementes e fertilizantes e desenvolvimento de infra-estrutura nas regiões mais férteis da África.
O ministro nigeriano disse que seu país tem potencial para se tornar "o cesto de alimentos da África". Mas suas lavouras dependem 90% das chuvas, o que as torna vulneráveis às alterações climáticas. E, segundo ele, 14 milhões de pequenos proprietários rurais usam técnicas "rudimentares".
A cúpula de Roma ditará o tom das decisões sobre ajuda alimentar e subsídios a serem tomadas na Cúpula do G8, em julho, no Japão. É possível que influencie também as negociações da chamada Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio.
Por Stephen Brown e Robin Pomeroy
"A crise alimentar global serve de alarme para que a África se lance em uma 'revolução verde' já há muito atrasada", disse o ministro nigeriano da Agricultura, Sayyadi Abba Ruma, no segundo dos três dias da cúpula.
"A cada segundo, uma criança morre de fome. A hora de agir é agora. Chega de retórica, mais ação!", afirmou o ministro.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, recebeu um abaixo-assinado sobre o tema, com mais de 300 mil nomes. O esboço de declaração final da cúpula diz que os 151 países participantes se comprometem a "eliminar a fome e assegurar comida para todos".
A FAO convocou a cúpula por causa do acentuado aumento de preços nos últimos meses, o que ameaça levar a fome a mais 100 milhões de pessoas - além das 850 milhões que já sofrem com isso no mundo.
Nos últimos anos, o preço de produtos como arroz, milho e trigo mais do que dobrou. A OCDE (entidade que reúne países desenvolvidos) estima que haverá um recuo em curto prazo, mas que na próxima década os alimentos podem subir mais 50%.
Ban disse que a cúpula já é um sucesso. "Há uma clara sensação de resolução, responsabilidade compartilhada e compromisso político entre os Estados membros no sentido de fazer escolhas políticas corretas e investir na agricultura nos próximos anos."
"A fome degrada tudo contra o que estamos lutando nos últimos anos e décadas. Temos o dever de agir, de agir agora e de agir unificadamente", afirmou o sul-coreano a jornalistas.
O antecessor dele na ONU, Kofi Annan, também está em Roma para assinar um acordo com as agências alimentares da ONU para estimular a produção agrícola na África.
"Esperamos promover uma revolução verde na África, que respeite a biodiversidade e as distintas regiões do continente", disse Annan, natural de Gana, que preside a Aliança para uma Revolução Verde na África.
O novo mecanismo dará apoio técnico para melhorias no solo e gerenciamento hídrico, acesso a sementes e fertilizantes e desenvolvimento de infra-estrutura nas regiões mais férteis da África.
O ministro nigeriano disse que seu país tem potencial para se tornar "o cesto de alimentos da África". Mas suas lavouras dependem 90% das chuvas, o que as torna vulneráveis às alterações climáticas. E, segundo ele, 14 milhões de pequenos proprietários rurais usam técnicas "rudimentares".
A cúpula de Roma ditará o tom das decisões sobre ajuda alimentar e subsídios a serem tomadas na Cúpula do G8, em julho, no Japão. É possível que influencie também as negociações da chamada Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio.
Por Stephen Brown e Robin Pomeroy
domingo, 1 de junho de 2008
Carioquinha 2008 começou com descontos de até 50%
População gastará menos para visitar pontos turísticos da cidade
Rio - Está de volta a temporada do Carioquinha. O projeto, que completa
10 anos, vem cheio de novidades na versão 2008. A partir do dia 30 de
maio e até 30 de junho, haverá descontos de até 50% em pontos turísticos
da cidade, como Pão de Açúcar e Corcovado, bem como promoção de
atividades especiais, além de serviços de hospedagem em hotéis e
pousadas, entre outras atrações, para nascidos ou residentes no Rio e
Grande Rio.
Mergulho, rapel, caminhadas ecológicas, no Rio e em cidades do
interior, vôos duplos em asa delta e parapente – tudo isso e mais o
turismo ecológico e de aventura são alguns destaques desta edição.
O roteiro inclui também uma lista de hospedagem e de gastronomia da
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH/RJ)
com ofertas que ultrapassam 50% dos preços normalmente praticados pelo
mercado. E para quem quiser passar um fim de semana fora, o Carioquinha
oferece opções em pousadas e hotéis, tanto da capital como do interior.
A partir do dia 30 de maio, a programação das atrações poderá ser
acessada através do site www.carioquinha.com.br. Nele estão relacionados
os benefícios que cada uma das atrações oferece, podendo-se, a partir
daí, montar sua programação já para o primeiro fim de semana de
junho.
Em pontos tradicionais como Pão de Açúcar e Corcovado, os descontos
chegam a 50%. O Planetário do Rio, além desse desconto, criou uma sessão
especial, às quartas-feiras, com entrada gratuita. Uma novidade é o
passeio à Ilha das Cobras, onde funciona o Museu do Corpo dos Fuzileiros
Navais, com direito a visita guiada e gratuita às ligações subterrâneas
construídas nos séculos XVII e XVIII. Outra novidade é o passeio de
barco costeando a orla da Zona Sul carioca em lanchas da Macuco Rio.
O Carioquinha ainda põe à disposição uma lista de pousadas e hotéis. As
opções podem estar tanto na Barra da Tijuca e na Zona Sul do Rio, para
quem quer passar um fim de semana diferente e confortável sem sair da
cidade, como em Cabo Frio, Búzios, Teresópolis, Nogueira, Penedo,
Itatiaia ou Angra dos Reis, para quem deseja dar uma esticada a
localidades vizinhas. Os descontos variam de 10% a 50% na diária da
hospedagem ou em serviços.
Uma experiência interessante é o Cama & Café, em Santa Tereza, onde é
possível ficar hospedado na casa de um morador do próprio bairro. O
desconto, nesse caso, é de 10% na diária com direito a um late check out
(uma saída tardia até as 18h). Preços normais ente R$ 70 e R$ 190 e
preços Carioquinha entre R$ 63 e R$ 171.
Para os almoços de fim de semana, o Carioquinha oferece nove opções de
restaurantes com descontos de 10% a 30%. Assim, uma feijoada completa
pode sair por R$ 26,60 (mais 10% de serviço), num dos restaurantes
conveniados. A picanha, prato tão apreciado pelo carioca, pode custar R$
27. É só acessar o site www.carioquinha.com.br e ver as opções do "Menu
Carioquinha".
O Carioquinha abrange os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias,
Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mangaratiba, Maricá,
Mesquita, Nilópolis, Niterói, Paracambi, Nova Iguaçu, Queimados, Rio,
São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá.
Rio - Está de volta a temporada do Carioquinha. O projeto, que completa
10 anos, vem cheio de novidades na versão 2008. A partir do dia 30 de
maio e até 30 de junho, haverá descontos de até 50% em pontos turísticos
da cidade, como Pão de Açúcar e Corcovado, bem como promoção de
atividades especiais, além de serviços de hospedagem em hotéis e
pousadas, entre outras atrações, para nascidos ou residentes no Rio e
Grande Rio.
Mergulho, rapel, caminhadas ecológicas, no Rio e em cidades do
interior, vôos duplos em asa delta e parapente – tudo isso e mais o
turismo ecológico e de aventura são alguns destaques desta edição.
O roteiro inclui também uma lista de hospedagem e de gastronomia da
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH/RJ)
com ofertas que ultrapassam 50% dos preços normalmente praticados pelo
mercado. E para quem quiser passar um fim de semana fora, o Carioquinha
oferece opções em pousadas e hotéis, tanto da capital como do interior.
A partir do dia 30 de maio, a programação das atrações poderá ser
acessada através do site www.carioquinha.com.br. Nele estão relacionados
os benefícios que cada uma das atrações oferece, podendo-se, a partir
daí, montar sua programação já para o primeiro fim de semana de
junho.
Em pontos tradicionais como Pão de Açúcar e Corcovado, os descontos
chegam a 50%. O Planetário do Rio, além desse desconto, criou uma sessão
especial, às quartas-feiras, com entrada gratuita. Uma novidade é o
passeio à Ilha das Cobras, onde funciona o Museu do Corpo dos Fuzileiros
Navais, com direito a visita guiada e gratuita às ligações subterrâneas
construídas nos séculos XVII e XVIII. Outra novidade é o passeio de
barco costeando a orla da Zona Sul carioca em lanchas da Macuco Rio.
O Carioquinha ainda põe à disposição uma lista de pousadas e hotéis. As
opções podem estar tanto na Barra da Tijuca e na Zona Sul do Rio, para
quem quer passar um fim de semana diferente e confortável sem sair da
cidade, como em Cabo Frio, Búzios, Teresópolis, Nogueira, Penedo,
Itatiaia ou Angra dos Reis, para quem deseja dar uma esticada a
localidades vizinhas. Os descontos variam de 10% a 50% na diária da
hospedagem ou em serviços.
Uma experiência interessante é o Cama & Café, em Santa Tereza, onde é
possível ficar hospedado na casa de um morador do próprio bairro. O
desconto, nesse caso, é de 10% na diária com direito a um late check out
(uma saída tardia até as 18h). Preços normais ente R$ 70 e R$ 190 e
preços Carioquinha entre R$ 63 e R$ 171.
Para os almoços de fim de semana, o Carioquinha oferece nove opções de
restaurantes com descontos de 10% a 30%. Assim, uma feijoada completa
pode sair por R$ 26,60 (mais 10% de serviço), num dos restaurantes
conveniados. A picanha, prato tão apreciado pelo carioca, pode custar R$
27. É só acessar o site www.carioquinha.com.br e ver as opções do "Menu
Carioquinha".
O Carioquinha abrange os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias,
Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mangaratiba, Maricá,
Mesquita, Nilópolis, Niterói, Paracambi, Nova Iguaçu, Queimados, Rio,
São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá.
O Ministério do Meio Ambiente anunciou, hoje, a liberação de R$ 1 bilhão para a recuperação de áreas destruídas na Amazônia.
Governadores de sete dos nove estados da Amazônia se reuniram para discutir o futuro da região.
Durante o encontro foi lida a carta do Pará, um documento que será entregue à Presidência da República em que os governadores assumem os compromissos de combater o desmatamento e de trabalhar pela regularização fundiária e pelo desenvolvimento sustentável da região.
O presidente Lula, que participou do encontro, disse o país sabe o quanto é importante preservar a floresta.
“O Brasil pode, tranquilamente, ser exemplo para o mundo. Aqueles que estão dão palpite sobre o Brasil não têm mais uma árvore em pé. Então deixa o Brasil cuidar do que é seu”, afirmou Lula.
O ministro do Meio Ambiente Carlos Minc anunciou que o governo vai liberar R$ 1 bilhão para recompor áreas destruídas.
O ministro afirmou que está mantida a resolução que entrará em vigor em primeiro de julho e que proíbe empréstimos oficiais a produtores da Amazônia que não estejam cumprindo exigências ambientais. Minc explicou que áreas de cerrado não estão incluídas nas restrições.
“Não flexibilizamos, não tem poder para flexibilizar. Eu não tenho poderes para mexer em uma resolução do Banco Central. Apenas expliquei como poderia ser comprovado aqueles que estão dentro ou fora do bioma. Porque a resolução é só para o bioma amazônico”, disse Carlos Minc.
O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, aprovou. Pelo menos 39% das áreas do estado são de cerrado.
“Se trata, eu acho, de fazer um pouco de justiça porque a medida tinha sido muito forte. Quer dizer, estava considerando isso como um embargo econômico ao estado do Mato Grosso”, comentou o governador.
O governador e o ministro minimizaram a troca de farpas entre eles, por causa do desmatamento na Amazônia.
“Eu não vim aqui para ir no ringue, eu vim aqui para negociar e discutir”, disse o governador.
“Na verdade eu nunca tinha brigado com ele. Eu fiz apenas algumas declarações, digamos assim, um pouco ousadas. Mas agora o que a gente tá é trabalhando junto pelo desenvolvimento sustentável dentro da lei”, comentou o ministro.
Fonte: Portal do Meio Ambiente
Durante o encontro foi lida a carta do Pará, um documento que será entregue à Presidência da República em que os governadores assumem os compromissos de combater o desmatamento e de trabalhar pela regularização fundiária e pelo desenvolvimento sustentável da região.
O presidente Lula, que participou do encontro, disse o país sabe o quanto é importante preservar a floresta.
“O Brasil pode, tranquilamente, ser exemplo para o mundo. Aqueles que estão dão palpite sobre o Brasil não têm mais uma árvore em pé. Então deixa o Brasil cuidar do que é seu”, afirmou Lula.
O ministro do Meio Ambiente Carlos Minc anunciou que o governo vai liberar R$ 1 bilhão para recompor áreas destruídas.
O ministro afirmou que está mantida a resolução que entrará em vigor em primeiro de julho e que proíbe empréstimos oficiais a produtores da Amazônia que não estejam cumprindo exigências ambientais. Minc explicou que áreas de cerrado não estão incluídas nas restrições.
“Não flexibilizamos, não tem poder para flexibilizar. Eu não tenho poderes para mexer em uma resolução do Banco Central. Apenas expliquei como poderia ser comprovado aqueles que estão dentro ou fora do bioma. Porque a resolução é só para o bioma amazônico”, disse Carlos Minc.
O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, aprovou. Pelo menos 39% das áreas do estado são de cerrado.
“Se trata, eu acho, de fazer um pouco de justiça porque a medida tinha sido muito forte. Quer dizer, estava considerando isso como um embargo econômico ao estado do Mato Grosso”, comentou o governador.
O governador e o ministro minimizaram a troca de farpas entre eles, por causa do desmatamento na Amazônia.
“Eu não vim aqui para ir no ringue, eu vim aqui para negociar e discutir”, disse o governador.
“Na verdade eu nunca tinha brigado com ele. Eu fiz apenas algumas declarações, digamos assim, um pouco ousadas. Mas agora o que a gente tá é trabalhando junto pelo desenvolvimento sustentável dentro da lei”, comentou o ministro.
Fonte: Portal do Meio Ambiente
Novo destino para o lixo do Rio
Após cinco anos de espera, a Comissão Estadual de Controle Ambiental concedeu na última terça-feira a licença prévia para instalação do Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos do Rio (CTR-Rio), em Paciência. O novo aterro sanitário deverá receber as nove mil toneladas de lixo produzidas diariamente no Rio e vai substituir os saturados aterros de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, e Gericinó, em Bangu, onde milhares de pessoas trabalham como catadores de lixo.
Cercado de polêmica desde sua licitação, o CTR-Rio vai ser instalado na Fazenda Santa Rosa, num terreno de 3,6 milhões de metros quadrados e, segundo a Comlurb, vai obedecer às mais modernas técnicas de destinação final do lixo com estações de tratamento do chorume (líquido altamente tóxico proveniente da decomposição do lixo), reaproveitamento energético do biogás e impermeabilização e preservação das águas subterrâneas.
O projeto tem a oposição de grupos ligados ao meio-ambiente, como o Fórum de Meio Ambiente da Baía de Sepetiba, que reúne moradores de Paciência, e dos cerca de seis mil catadores de lixo, que trabalham em Gramacho e Gericinó em condições degradantes e desumanas, mas mesmo assim, temem perder sua única fonte de renda.
Fonte: Globo Online
Cercado de polêmica desde sua licitação, o CTR-Rio vai ser instalado na Fazenda Santa Rosa, num terreno de 3,6 milhões de metros quadrados e, segundo a Comlurb, vai obedecer às mais modernas técnicas de destinação final do lixo com estações de tratamento do chorume (líquido altamente tóxico proveniente da decomposição do lixo), reaproveitamento energético do biogás e impermeabilização e preservação das águas subterrâneas.
O projeto tem a oposição de grupos ligados ao meio-ambiente, como o Fórum de Meio Ambiente da Baía de Sepetiba, que reúne moradores de Paciência, e dos cerca de seis mil catadores de lixo, que trabalham em Gramacho e Gericinó em condições degradantes e desumanas, mas mesmo assim, temem perder sua única fonte de renda.
Fonte: Globo Online
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