quinta-feira, 23 de abril de 2009

RESULTADOS HORA DO PLANETA

Hora do Planeta atinge 125 mil pessoas em Curitiba

A Hora do Planeta, movimento mundial de alerta às mudanças climáticas promovido pela WWF, superou todas as expectativas. Mais de 3.900 cidades de 88 países desligaram as luzes de prédios simbólicos, no sábado, 28 de março, das 20h30 às 21h30. Em Curitiba (PR), a Prefeitura Municipal apagou onze ícones. Clique aqui e assista ao vídeo que registra alguns desses apagões.

Na capital paranaense, a Hora do Planeta também recebeu o apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, que mobilizou a população da cidade e conseguiu o envolvimento direto de 125 mil pessoas. Além dos indivíduos que se comprometeram a desligar as luzes de suas casas, cerca 30 empresas e instituições participaram do movimento, incluindo restaurantes, veículos de comunicação, indústrias, academia de ginástica e hotéis.

“O Planeta agradece a todos que participaram desse movimento. Mas, é importante estarmos cientes que o nosso compromisso continua”, destaca a diretora executiva da Fundação O Boticário, Malu Nunes.

A elevação da temperatura média global é praticamente consenso entre os cientistas e é cada vez mais evidente que a ação do homem é a principal causa desse fenômeno. Mesmo assim, o padrão de consumo mundial, em especial do mundo ocidental, continua a contribuir de forma acelerada para o agravamento da questão.

“Precisamos reduzir drasticamente o consumo de combustíveis fósseis, investir e utilizar cada vez mais energias alternativas que não emitam carbono, e reduzir o consumo de recursos naturais em geral”, afirma Malu.

Clique aqui para ler algumas dicas sobre como reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e contribuir com o Planeta.

“Também é importante aproveitamos esse momento de mobilização para pressionar os líderes de todo o mundo, pois, durante os próximos meses, eles vão decidir como enfrentar o desafio das mudanças climáticas”, comenta Malu.

Em dezembro, na 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontece na Dinamarca, os países devem assinar um acordo para reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa. O Brasil e os demais países amazônicos esperam que a conferência proponha medidas novas para prevenir o desmatamento. No país, 75% das emissões dos gases de efeito estufa são provenientes de queimadas e desmatamentos; atualmente, o Brasil é o quarto maior emissor mundial.

Participantes da Hora do Planeta
As empresas e instituições que aderiram ao movimento em Curitiba como resultado da mobilização feita pela Fundação O Boticário são: O Boticário, Spaipa, Festival de Curitiba, Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Totopos Gastronomia Mexicana, Hotel Pestana Curitiba, Hotel Estância Betânia, Associação Junior Achievement do Paraná, Academia Gustavo Borges, Academia Cia. Athletica, Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, Monitore Engenharia e 41 Planejamento Ambiental, Elo Agência Sócio Ambiental, OpusMúltipla Comunicação, Agência Radioweb, Interage Agência Experimental de Comunicação da Unibrasil, Lúmen FM, GW Comunicações SA, RIC TV, Band TV, Rede Massa, TV Sinal – Assembléia Legislativa, concessionária Ford Slaviero, Grupo Negresco (Negresco Administração e Participações, Credipararaná Serviços Financeiros, Sascar Tecnologia e Segurança Automotiva Ltda., Empreendimentos Agropecuários Cambijú, Instituto Lico Kaesemodel, Associação dos Colaboradores do Grupo Negresco, MG-PAR Comércio de Mármores e Granitos Ltda.), e a Miss Paraná Mundo Cristiane Kampa.

Além de Curitiba, outras 106 cidades brasileiras participaram do apagão, dentre elas mais 12 capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre, Manaus, Rio Branco, Belém, Belo Horizonte, Vitória, Campo Grande e Fortaleza.

Para saber mais, acesse www.horadoplaneta.org.br.

FONTE: FUNDAÇÃO O BOTICÁRIO

Voluntariado / blog.seasheperd.org.br

http://blog.seashepherd.org.br

O pessoal da ONG ambientalista Sea Shepeards está precisando de voluntários no Brasil é
uma ONG que faz a diferença !!! As camisetas são feitas de PET .
Filiem-se !!

Voluntários
Instruções para novos voluntários.

A Sea Shepherd Conservation Society quer você participando deste momento crescente da organização mais ativista do mundo! Para a Sea Shepherd continuar promovendo ações estamos procurando por voluntários ao redor de todo o mundo para apoiar nosso trabalho ativista. Você pode ajudar das seguintes formas:

• Filie-se – A primeira etapa é se filiar a Sea Shepherd através de uma doação anual mínima você apoia diretamente nossas ações no Brasil e ajuda a cobrir nossos custos operacionais e ainda ganha uma carteirinha personalizada da marinha de Netuno!

Militância

A iniciativa individual é muito importante e é dela que depende o crescimento da Sea Shepherd.

• Captação de recursos – É mais fácil do que você pensa. Organize um evento beneficente, por exemplo, uma festa em seu restaurante ou bar, condomínio de moradores ou na sua própria casa para a Sea Shepherd (mostre vídeos da Sea Shepherd e faça uma apresentação sobre o nosso trabalho).

• Divulgação - Ajude a divulgar o nome e missão da Sea Shepherd e monte uma mesa de informações em eventos especiais, festivais, mercados livres, praças em sua área. Seja criativo! Pense em um lugar onde você possa montar uma mesa de exibição e distribuir informações sobre a ONG. Divulgue nossos cursos e forme grupos de interessados.

• Educação - Visite escolas, universidades, clubes, organizações profissionais e faça uma palestra sobre a Sea Shepherd.

• Ativismo - Se você mora em cidades litorâneas uma atividade fácil de organizar e muito produtiva é conversar com as pessoas sobre a importância de não deixar lixo nas areias, do risco que isto significa para as espécies que moram no mar. E aproveitar é claro para recolher o lixo também. Uma atitude é o melhor exemplo.
Você pode como cidadão e deve como militante, fiscalizar todas as atitudes humanas que prejudiquem as criaturas do mar. Poluição (lixo, derramamento de óleo e outros poluentes), pesca predatória etc…

• Fazendo uma doação de material ou serviço – Você pode nos ajudar a arrecadar recursos ao doar um bem ou serviço que seria rifado em benefício da Sea Shepherd. As atividades da Sea Shepherd também dependem da prestação de serviços de empresas e da doação de materiais específicos. Entre em contato conosco atraves de nosso site.

No momento estamos montando o escritório e precisamos dos seguintes itens no RS: papel reciclado para impressora, monitor de computador, envelopes em papel reciclado, grafica, materiais de escritorio em geral.

Comunicação

Somos um país de dimensões continentais e para nos comunicarmos devemos utilizar as ferramentas que temos.
É muito importante que os voluntários mantenham-se informados sobre os acontecimentos que envolvem nossa organização e a luta pela preservação das espécies e dos ecossistemas em todo o Planeta.

Para isto temos o site que além de notícias publica também artigos e textos teóricos sobre inúmeras questões que envolvem o conservacionismo, bem como orientações gerais sobre a organização.
No blog publicamos notícias internacionais dos Sea Shepherds e matérias de atividades dos Guardiões do Mar por todo o Brasil.
Na nossa comunidade do Orkut você pode interagir e discutir com milhares de voluntários.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Minc considera “antiquada” proposta ruralista de Código Ambiental

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, considerou nesta quinta-feira (16) “antiquada” a proposta da bancada ruralista que cria o Código Ambiental Brasileiro, para substituir o atual Código Florestal. Em pré-projeto apresentado na última terça-feira (14), os ruralistas defenderam a descentralização da política ambiental brasileira, para fortalecer as leis estaduais em detrimento à legislação federal. (leia)

“Sou contra [estadualizar a legislação ambiental]. Os ruralistas têm uma idéia antiquada de que quanto mais terra para produzir, melhor, independente se isso amanhã vai assorear os rios, vai desmatar as encostas e as pessoas vão morrer rolando encosta abaixo ou sendo submergidas pela torrente das águas. Isso é uma visão absolutamente irresponsável”, disse Minc ao site nesta quinta-feira (16).

O ministro admitiu, no entanto, que o atual Código Florestal precisa de “adaptação, modernização e flexibilização”. Ele afirma que o Ministério do Meio Ambiente está disposto a ajudar na modificação do código, desde que “não signifique destruir todas as defesas ambientais”.

“Há 15 anos, o Congresso brasileiro tenta modificar o Código Florestal e não consegue, porque há opiniões diferentes. A negociação da atualização do Código Florestal é necessária, mas sem destruir as defesas ambientais. Eu sou um daqueles que quer ajudar, mas dentro do lema mais produção e mais proteção”, considerou Minc.

Para o ministro, a maioria dos agricultores tende a se posicionar contrária à proposta. “Felizmente os nossos agricultores, sobretudo a agricultura familiar e as cooperativas, têm uma visão muito mais consciente. Eles sabem que quando a natureza é agredida, eles é que pagam o pato”, considerou Minc. “O que acontece é que os grandes proprietários, que desmatam mais, se escondem um pouco atrás dos pequenos. Se deixar, eles plantam café e cana até dentro do rio. Assim não dá”, completou.

Estados

Em relação à edição de leis ambientais estaduais, a exemplo do código ambiental catarinense sancionado essa semana, Minc afirmou que é possível adequar pontos das leis estaduais à lei federal. O ministro citou como exemplo a negociação feita com o governo do Mato Grosso, a partir do Programa MT Legal.

“É possível adequar pontos do código de Santa Catarina à lei federal. Mas para isso não é a lei federal que tem se sujeitar à lei estadual. Pelo contrário, é a lei estadual que deve adotar uma série de mecanismos, prazos, termos de ajustamento de conduta, combinação com o zoneamento econômico-ecológico, de tal forma que ela possa ser recepcionada pela lei federal”, considerou.

O ministro disse estar confiante que os pontos do novo código ambiental catarinense conflituosos com a legislação federal serão ajustados. “É possível adequar pontos do código de Santa Catarina à lei federal. E sei que os pontos que conflitam com a lei federal serão obviamente derrubados pela Justiça. Não tenho dúvidas a respeito. Isso vai cair”, disse.

O Código Ambiental catarinense vem causando polêmica por contrariar diretrizes da legislação federal e, entre outras coisas, reduzir a área de mata ciliar – vegetação de proteção ao longo dos cursos d’água como rios e nascentes – de 30 para cinco metros nas pequenas propriedades rurais.

Nesta semana, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, reagiu à sanção do código catarinense e chegou a ameaçar com prisão quem descumprir as leis federais. Minc determinou ao Ibama que despreze a lei estadual de Santa Catarina, enquanto não sejam feitas modificações no texto. “Já entramos no Supremo [Tribunal Federal] para ajustarmos o código”, finalizou.

A Carta da Terra lança sua primeira campanha de mobilização no Brasil em 22 de Abril, Dia Mundial da Terra

A Carta da Terra, extensão brasileira do movimento “The Earth Charter”, lançou no dia 22 de Abril de 2009 a sua primeira campanha de comunicação no Brasil em suporte ao Dia Mundial da Terra.

A campanha está ancorada em um filme de 60 segundos que será veiculado pelas principais emissoras de televisão por assinatura do país e na TV aberta através da MTV. O objetivo da campanha é motivar as pessoas a conhecer a declaração de princípios éticos - A Carta da Terra, compreender os seus conceitos e aplica-los como uma orientação para as suas atividades diárias.

O comercial é uma animação produzida a partir de desenhos feitos por crianças da Casa do Zezinho, entidade social que visa promover a cultura e educação entre crianças carentes da comunidade do capão redondo, na cidade de São Paulo. A campanha aborda o momento atual da crise financeira como uma importante oportunidade de re-avaliação e de um maior compromisso ético que primem pelo bem comum e pela responsabilidade universal. Segundo a Diretora Executiva do The Earth Charter International, a brasileira Mirian Vilela, precisamos assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e futuras gerações. “Os princípios éticos da declaração Carta da Terra são fundamentais para nortear os diferentes níveis da sociedade para águas mais calmas do respeito, integridade ecológica, justiça social e econômica, democracia, não - violência e paz” afirma Vilela.

O Brasil sempre esteve presente neste movimento, desde seu nascimento, durante a elaboração do texto e suas revisões e atualmente conta com representantes no Conselho da Carta da Terra.

Sobre A Carta da Terra

A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Ela é estruturada em quatro grandes tópicos: 1. Respeito e cuidado pela comunidade da vida 2. Integridade Ecológica 3. Justiça Social e Econômica 4. Democracia, não-violencia e paz. A Carta busca inspirar as pessoas e diferentes setores da sociedade para um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança, mas também um chamado à ação.

Sobre a sua historia, em 1987 a Comissão das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, através do documento “Nosso Futuro Comum”, recomendou a redação de uma nova carta sobre o desenvolvimento sustentável com o objetivo de ajudar a construir no século 21 uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Em 1992, em um evento paralelo da Cúpula da Terra - Eco-92 - realizada no Rio de Janeiro, foi elaborada a primeira versão da Carta. Apos oito anos, em um processo participativo envolvendo todos os continentes e contando com a contribuição de milhares de pessoas de todas as raças, credos, idades e profissões, incluindo especialistas em ciências, filosofia, ética, religiões e leis internacionais, a versão final foi lançada no Palácio da Paz em Haia em 29/06/2000. Em 2003 a UNESCO reconheceu a Carta da Terra como um instrumento chave para a educação e cultura, e a considerou como um importante marco ético para a humanidade.


Para maiores informações sobre a Carta da Terra acesse:
www.cartadaterrabrasil.org

segunda-feira, 20 de abril de 2009

MST protesta contra mudança do código ambiental em SC

Cerca de 400 trabalhadores rurais do MST liberaram a passagem na praça de pedágio da BR-116, no município de Correa Pinto (região das Lajes), em protesto pela Reforma Agrária e contra as mudanças no código ambiental em Santa Catarina, nesta sexta-feira (17/4). A ato começou às 9h e terminou por volta das 16h.

A ação faz parta da Jornada de Lutas do MST, que faz ações em todo o país em memória aos 19 mortos no Massacre de Eldorado de Carajás. "Defendemos a realização da Reforma Agrária e estamos contra a flexibilização da legislação ambiental no estado", afirma Andréia Borges, integrante da coordenação nacional do MST.

A Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou neste mês um projeto que diminui a área de preservação ao longo de rios e cursos de água no Estado. A proposta recebeu críticas de ambientalistas e do ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, que entendem que a nova regulamentação põe em risco matas ciliares e pode contribuir para enchentes e soterramentos.

"A mudança no código é apoiada e sustentada pelo agronegócio, que quer fazer do nosso estado um laboratório para todo o país. Isso causará um desastre ambiental sem precedentes", avalia Andréia.

Os manifestantes protestam também contra a privatização das rodovias no estado. "A população está apoiando o nosso protesto, porque essa é a primeira praça de pedágio em Santa Catarina", comenta.

O pedágio fica na região do assentamento Pátria Livre e terá um impacto negativo para os pequenos agricultores. "Os pedágios são um dos principais entraves para a pequena agricultura. Encarecem a distribuição dos produtos agrícolas, prejudicando camponeses e os consumidores nas cidades", explica.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Animais silvestres morrem durante obras do Rodoanel

Mais de cem animais silvestres já morreram desde o início das obras
de construção do Trecho Sul do Rodoanel em áreas de mata atlântica,
em São Paulo. Parte era de espécies ameaçadas de extinção. São
veados catingueiros, macacos bugios, preguiças de três dedos,
lagartos teiús, gambás, cobras, corujas orelhudas e várias outras
espécies que deveriam passar por manejo cuidadoso, mas tiveram
ferimentos graves ou sofreram estresse profundo - que resultaram em
óbito.

De 137 animais enviados para recuperação em parques e clínicas
veterinárias, 105 não resistiram. Outros 371 bichos foram devolvidos
para a mata sem apresentar problemas, segundo dados da
Desenvolvimento Rodoviário S. A. (Dersa), empresa do governo do
Estado que administra a obra. Os mortos, contudo, representam 21,9%
dos que passaram pelas mãos dos técnicos da Dersa. Os animais
encontrados nas áreas desmatadas que precisam receber atendimento
veterinário são levados pela Dersa para parques ou encaminhados ao
Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave), da Secretaria
Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo.

Pela gravidade dos ferimentos de muitos deles, a Polícia Ambiental
às vezes também os encaminha para veterinários particulares ou para
um santuário localizado em Cotia, na zona oeste da Região
Metropolitana de São Paulo, no sentido oposto das obras do Trecho
Sul. Pesquisador das interferências da ação humana no Parque
Estadual Xixová-Japuí, em São Vicente, o professor da Unesp Dênis
Abessa acredita que manter animais silvestres em más condições
caracteriza um crime ambiental. "A alta taxa de morte dos animais
remanejados no Rodoanel indica algum problema na coleta, no
transporte ou nos momentos seguintes dessas operações", afirma.

*Culpa*

O gerente de Gestão Ambiental da Dersa, Marcelo Arreguy Barbosa,
descarta qualquer tipo de crime ecológico nas obras do Trecho Sul do
Rodoanel e afirma que a empresa está preparada para executar o
projeto de manejo de animais silvestres. Para ele, a culpa pelas
mortes é da natureza e o empreendimento deve ser isentado de
qualquer ação de imperícia ou negligência. "Os animais receberam o
tratamento adequado. A natureza é a responsável pelas mortes, jamais
o empreendimento (o Rodoanel)", alegou. As informações são do jornal
*O Estado de S. Paulo.*

Decisão ambiental passa quase despercebida

Passou praticamente despercebida uma decisão fundamental para o futuro das florestas. Num intervalo entre as reuniões do G-20 sobre como resgatar o mundo da crise econômica, os líderes acertaram, por consenso, que devem destinar de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões ao ano para preservar as florestas tropicais e que não é preciso esperar o novo acordo climático, previsto para o fim do ano, para montar esta arquitetura.

Um grupo de trabalho deve apresentar um rascunho de como fazer isso em julho, na próxima reunião do G-8. "Foi a mais importante reunião de alto nível sobre florestas da história", celebrava ontem, em Cuiabá, Tasso Azevedo, o chefe do Serviço Florestal Brasileiro do Ministério do Meio Ambiente, chegando diretamente de Londres para o encontro do Katoomba, a reunião de 1,2 mil cientistas, ambientalistas e políticos interessados em viabilizar o pagamento por serviços ambientais. Na reunião de Londres, que seguiu a proposta do grupo do príncipe Charles sobre proteção das florestas, estavam o chanceler Celso Amorim, Angela Merkel, Taro Aso, Hillary Clinton e Nicolas Sarkozy, entre outros.

Quando as negociações internacionais de clima fecharem, possivelmente em dezembro, no encontro de Copenhague, Azevedo acredita que existirá uma espécie de conta-carbono nacional, para cada país com florestas. É sobre este número que irão se basear doações a mecanismos como o Fundo Amazônia ou projetos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação). A regra sobre como estes recursos serão utilizados ficará a cargo de cada país.

A expectativa de Azevedo é que o Fundo Amazônia, que já conta com US$ 110 milhões da Noruega (com perspectiva de chegar a US$ 1 bilhão até 2015) possa ter US$ 300 milhões ao ano com o ingresso de mais "dois parceiros". Um deles, já se sabe, é a Alemanha. Há 25 consultas de REDD no BNDES neste momento, disse ele, que nos próximos dias assume o cargo de assessor especial do ministro Carlos Minc para REDD e Fundo Amazônia.

A coisa nem bem começou e já dá atritos entre governo federal e os governos da Amazônia. Na quarta-feira, a governadora Ana Julia Carepa, do Pará, o governador Arnóbio Marques, do Acre e Eduardo Braga, do Amazonas, disseram temer que a centralização dos recursos no governo federal burocratize o processo e o dinheiro não chegue na ponta.

Segundo Azevedo, a distribuição da verba do Fundo Amazônia atenderá a critérios como a sintonia do projeto com o Plano Nacional de Mudança Climática. Lugares que já desmataram muito e hoje se esforçam para reduzir a taxa não podem ser mais premiados que Estados que não desmataram quase nada, como é o caso do Amazonas, que têm 98% de sua cobertura florestal original. "Projetos com certificação CFC pode ser um bom critério que ali há preocupação com desenvolvimento sustentável e se está evitando emissões, e receber recursos do Fundo Amazônia", adiantou.

Se a discussão de como proteger as florestas começa a deslanchar no mundo, em casa, os problemas podem estar começando. O Ministério do Meio Ambiente sofreu um corte no orçamento de 43% (uma redução de cerca de R$ 481 milhões). Parece ainda mais difícil para o governo federal manter as ações de combate ao desmatamento e atingir as metas de corte de emissões a que se comprometeu no Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Pelas suas próprias regras, não poderá recorrer ao Fundo Amazônia para cobrir as ações que deixará de fazer.

sábado, 4 de abril de 2009

Nova usina de biodiesel da Petrobras vai aumentar a produção do combustível no país

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugura na próxima segunda-feira (6) a terceira usina de biodiesel da Petrobras, no município mineiro de Montes Claros. As primeiras unidades foram inauguradas em Candeias (BA) e Quixadá (CE). A cidade foi escolhida para sediar a usina devido à sua “excelente logística rodoviária e ferroviária”, disse na sexta-feira (3) o presidente da Petrobras Biocombustível, Alan Kardec, durante coletiva na cidade mineira.

Kardec informou que a capacidade de processamento da nova usina, batizada com o nome do educador Darcy Ribeiro, deverá ser ampliada dos atuais 57 milhões de litros de biodiesel anuais para 80 milhões de litros/ano até 2013.

Segundo ele, o aumento da capacidade instalada atingirá também a usina de Quixadá e será efetuado de forma gradual, a partir de ajustes que serão realizados no processamento. “Com esses ajustes, vamos aumentar a receita e reduzir o custo operacional”, disse.

Também a usina de Candeias passará por um processo de ampliação de capacidade, que deverá atingir 114 milhões de litros/ano em 2013. A construção da nova usina envolveu investimentos de R$ 95 milhões. Sua capacidade de produção corresponde a 33% da necessidade de consumo de B3 de Minas Gerais.

O B3 é a adição de 3% de biodiesel ao diesel. O funcionamento da unidade foi iniciado em janeiro deste ano. Kardec disse que já foram produzidos até agora três milhões de litros de biodiesel. No leilão realizado em março passado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), a usina vendeu a sua produção para a entrega prevista nos próximos três meses.

A usina possui um grande diferencial, que é o elevado sistema de automação, afirmou Alan Kardec. “Ela possui 3.500 pontos de controle, que nos permitem acompanhar em tempo real todas as fases do processamento, até a saída do caminhão carregando biodiesel”.

Para o presidente da Petrobras Biocombustível, “o Brasil está à frente do mundo na questão do biodiesel, que ajuda na redução do aquecimento global e, conseqüentemente, na preservação da vida. É uma questão de vida”.

A estatal quer firmar contratos de cinco anos de duração visando estimular o desenvolvimento sustentável dos pequenos agricultores e gerar emprego e renda no campo. “No caso especial de Montes Claros, há uma meta nossa de atingir 20 mil agricultores familiares. Já temos contratados 8.200 agricultores familiares”, afirmou.

Os pequenos produtores rurais vão garantir o suprimento de matéria-prima para a Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, destacou Kardec. Foram distribuídas 100 toneladas de sementes de mamona e girassol aos agricultores.

A empresa está em negociações com o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) com o objetivo de agilizar o acesso dos agricultores rurais ao crédito de custo agrícola. O Plano Estratégico da Petrobras para o período 2009/2013 destina à Petrobras Biocombustível US$ 2,4 bilhões. (Fonte: Alana Gandra/ Agência Brasil)

Carbono de florestas esbarra em caos fundiário

Metade da área total de florestas ameaçadas da Amazônia Legal reúne condições para viabilizar economicamente mecanismos de compensação ambiental. Mas essa metade tem apenas 25% de suas áreas em situação fundiária que pode ser considerada regular.

Os números constam do livro "Pagamento por Serviços Ambientais: Perspectivas para a Amazônia Legal", lançado pelo Ministério do Meio Ambiente e apresentado ontem durante o evento ambiental Katoomba Meeting, em Cuiabá.

Segundo o estudo, 53% das áreas em risco de desmatamento - e, portanto, prioritárias para o chamado PSA (Pagamento por Serviços Ambientais) - estão em terras com "pouca ou nenhuma informação a respeito da situação fundiária", o que impõe uma barreira à iniciativa que prevê compensar financeiramente os proprietários de áreas preservadas.

O trabalho foi coordenado pelo pesquisador Sven Wunder, do Centro Internacional de Pesquisa Florestal (Cifor), com sede na Indonésia.

À Folha, ele disse que, apesar dos esforços governamentais, a situação fundiária amazônica ainda é "bastante caótica".

"Os limites não estão muito claros. Há municípios amazônicos que têm donos para 200% das terras, por exemplo, por conta de títulos sobrepostos. E o fato é que você só pode fazer o pagamento por serviço ambiental em áreas onde você sabe quem é dono", disse.

Identificar os donos legítimos das terras da região, disse o pesquisador, é apenas o primeiro passo. "Além de ser dono, é preciso saber se é um dono ausente. Neste caso, pagar a ele não seria bom negócio para quem quer comprar carbono."


Na quinta-feira (2) pela manhã, a principal discussão do evento tratou do Fundo Amazônia. O Estado do Pará endossou a posição do Amazonas sobre a necessidade de descentralizar o acesso aos mercados de carbono.

Já Mauro Pires, do Ministério do Meio Ambiente, defendeu a necessidade de um posicionamento único, nacional. E adiantou que já está na Casa Civil um projeto do executivo que regulamenta o PSA no país - prevendo, inclusive, que o governo pague por esses serviços. (Fonte: Rodrigo Vargas/ Folha Online)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ativistas do Greenpeace no vão principal da ponte Rio-Niterói para enviar mensagem ao G20: "Líderes mundiais: o clima e as pessoas em primeiro lugar"

Rio de janeiro, RJ — Para o Greenpeace, líderes mundiais precisam adotar medidas sustentáveis para salvar a economia e o planeta “ao-mesmo-tempo-agora”

Os líderes dos G20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo, se reúnem em Londres hoje para discutir a crise financeira global. No entanto, esta não é a única – e nem a mais importante – crise a assombrar o planeta. Só que, pior do que não falar, é não fazer nada para combater as mudanças climáticas. “O G20 têm uma oportunidade única de resolver a crise econômica e a crise climática simultaneamente: basta investir na construção de uma economia sem carbono”, disse Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia, no Rio de Janeiro

Trinta ativistas abriram hoje uma faixa de 50m x 30m no vão principal da ponte Rio-Niterói para enviar uma mensagem clara ao G20: “Líderes mundiais: o clima e as pessoas em primeiro lugar”.

Para o Greenpeace, as nações do G20 devem comprometer pelo menos 1% de seu PIB em medidas econômicas sustentáveis, além de abandonarem os subsídios e outros incentivos econômicos que contribuem com as mudanças climáticas. Os demais países devem fazer tudo o que tiver ao seu alcance para sair do modelo de desenvolvimento baseado em carbono por um futuro de energias renováveis. Além de reduzir emissões, tais iniciativas vão fortalecer os esforços em direção a um acordo global forte e efetivo na Convenção de Clima que acontece em Copenhague, em dezembro.