terça-feira, 7 de abril de 2009

Animais silvestres morrem durante obras do Rodoanel

Mais de cem animais silvestres já morreram desde o início das obras
de construção do Trecho Sul do Rodoanel em áreas de mata atlântica,
em São Paulo. Parte era de espécies ameaçadas de extinção. São
veados catingueiros, macacos bugios, preguiças de três dedos,
lagartos teiús, gambás, cobras, corujas orelhudas e várias outras
espécies que deveriam passar por manejo cuidadoso, mas tiveram
ferimentos graves ou sofreram estresse profundo - que resultaram em
óbito.

De 137 animais enviados para recuperação em parques e clínicas
veterinárias, 105 não resistiram. Outros 371 bichos foram devolvidos
para a mata sem apresentar problemas, segundo dados da
Desenvolvimento Rodoviário S. A. (Dersa), empresa do governo do
Estado que administra a obra. Os mortos, contudo, representam 21,9%
dos que passaram pelas mãos dos técnicos da Dersa. Os animais
encontrados nas áreas desmatadas que precisam receber atendimento
veterinário são levados pela Dersa para parques ou encaminhados ao
Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave), da Secretaria
Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo.

Pela gravidade dos ferimentos de muitos deles, a Polícia Ambiental
às vezes também os encaminha para veterinários particulares ou para
um santuário localizado em Cotia, na zona oeste da Região
Metropolitana de São Paulo, no sentido oposto das obras do Trecho
Sul. Pesquisador das interferências da ação humana no Parque
Estadual Xixová-Japuí, em São Vicente, o professor da Unesp Dênis
Abessa acredita que manter animais silvestres em más condições
caracteriza um crime ambiental. "A alta taxa de morte dos animais
remanejados no Rodoanel indica algum problema na coleta, no
transporte ou nos momentos seguintes dessas operações", afirma.

*Culpa*

O gerente de Gestão Ambiental da Dersa, Marcelo Arreguy Barbosa,
descarta qualquer tipo de crime ecológico nas obras do Trecho Sul do
Rodoanel e afirma que a empresa está preparada para executar o
projeto de manejo de animais silvestres. Para ele, a culpa pelas
mortes é da natureza e o empreendimento deve ser isentado de
qualquer ação de imperícia ou negligência. "Os animais receberam o
tratamento adequado. A natureza é a responsável pelas mortes, jamais
o empreendimento (o Rodoanel)", alegou. As informações são do jornal
*O Estado de S. Paulo.*

Um comentário:

@infoambiental disse...

Oi, Arthur, vc é de Angra?

Cheguei ao seu blog buscando informações sobre o sítio arqueológico de Piraquara http://movimentoecologico.blogspot.com/2008/11/stio-arqueolgico-de-angra-dos-reis-ser.html

Já te linkei.Abraços, RaquelAlmeida.