Cientes do aumento do uso da bicicleta como meio de transporte no Rio de Janeiro, os governos estadual e municipal estão se mobilizando para incentivar e facilitar ainda mais a locomoção dos ciclistas. No dia 25 de junho, a Prefeitura do Rio divulgou o nome da empresa Serttel Ltda. como vencedora da licitação do projeto que prevê a implantação de um sistema de transporte público individual na cidade. A Serttel tem sede em Recife e comercializa produtos e serviços aplicados à sinalização semafórica, fiscalização eletrônica, estacionamentos rotativos públicos, monitoramento de frotas e rastreamento de veículos.
Baseado no modelo de bicicletas públicas adotado em Paris, a empresa comprou a idéia e terá a concessão do espaço publicitário nas 500 bicicletas disponibilizadas e em algumas estações, como a do Jardim de Alah, no Leblon, a da Rua Siqueira Campos, em Copacabana, e a da Praça Saens Peña, na Tijuca. Em troca, a Serttel assume o compromisso de fornecer os equipamentos a baixos preços. De acordo com o edital de licitação, a empresa vai ganhar um percentual de 11% sobre o faturamento bruto com a veiculação de publicidade. A companhia tem 180 dias para instalar os bicicletários, que serão distribuídos por 50 estações, com 10 bicicletas em cada. O projeto foi desenvolvido pelo Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, que coordena o Grupo de Planejamento Cicloviário da Prefeitura.
Os usuários deverão se cadastrar em um sistema para poderem utilizar o serviço. Isso garantirá maior controle sobre quem utiliza o novo sistema. A idéia é que o ciclista use a bicicleta como transporte público e não como forma de lazer ou esporte. Por isso, a primeira hora de aluguel será gratuita, para que o ciclista fique com a bicicleta somente pelo tempo necessário para locomoção de uma estação para a outra. As estações serão distribuídas em cinco regiões: Copacabana, Ipanema/Leblon, Lagoa, Botafogo/Flamengo, Centro e Tijuca.
Na opinião do presidente da ONG Transporte Ativo, José Lobo, que incentiva o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo, é preciso um preparo da população para que adoção do sistema no Rio de Janeiro seja eficiente. Isso pode ser feito através de campanhas educativas sobre seu uso, sua importância para a cidade, para o meio ambiente e para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, além de uma melhoria na infra-estrutura, para oferecer mais segurança aos usuários.
De acordo com José Lobo, pouco está sendo desenvolvido nesse sentido. "O cidadão comum que não anda de bicicleta, porque tem medo de andar no trânsito, vai continuar sem andar, porque o ambiente continua perigoso. Em Paris, foram dois anos de planejamento e preparação e isso não houve por aqui."
O presidente da Transporte Ativo teme que o resultado seja o fracasso da implantação do sistema, pela falta de uso da própria população. "Foi esse o motivo pelo qual em algumas cidades o sistema não deslanchou."
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