segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ministros da UE 'descobrem' que biocombustíveis não são obrigação

Os ministros da Energia da União Européia (UE) anunciaram neste sábado, após uma reunião informal, que vêm trabalhando há 18 meses sob a falsa impressão de que um plano da Comissão Européia de luta contra as mudanças climáticas incluía a obrigação de desenvolver biocombustíveis.

Os documentos publicados pela UE desde que revelou, em janeiro de 2007, seu ambicioso programa para reduzir as emissões de CO2, determinavam que 10% do carburante do parque automobilístico europeu deviam proceder a partir de 2020 dos biocombustíveis.

Mas os Estados-membros se deram conta de que a proposta da Comissão falava em 10% de energias renováveis para os transportes, e não 10% de biocombustíveis", anunciou Jean-Louis Borloo, ministro da Energia da França, em entrevista à imprensa após a reunião de Saint-Cloud, arredores de Paris.

Os biocombustíveis representam uma energia renovável, mas não são a única. "Os Estados-membros não mudaram de opinião sobre a meta de usar 10% das energias renováveis nos transportes", afirmou Borloo.

"Mas durante anos a única verdade foi o biocombustível. Estamos mudando de opinião a toda velocidade", acrescentou o ministro, cujo país ocupa a presidência atual da UE.

"Na reunião, os ministros falaram sobre as preocupações envolvendo os biocombustíveis, que continuam sendo no entanto a principal energia renovável", continuou Borloo.

"O que era a solução há 18 meses, agora está condenado ao fracasso", destacou.

O jornal britânico The Guardian afirmou sexta-feira, citando um relatório do Banco Mundial, que a explosão do cultivo de combustíveis vegetais é a maior responsável pelo aumento dos preços dos alimentos.

Países como Estados Unidos e Brasil, que respondem por 70% da produção mundial de etanol, negam qualquer vínculo entre este tipo de combustível e a atual crise de alimentos.
(Fonte: Yahoo!)

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