quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O mito do lacre da latinhade alumínio

Entenda porque coletar anéis de latas de alumínio pode ser um péssimo negócio O boato sobre os anéis das latinhas vem muito antes da "moda" da reciclagem: junte-as e troque por uma cadeira de rodas. O boato virou lenda e continuou crescendo e se espalhando - seções de hemodiálise, computadores... Por fim temos pessoas com uma boa quantidade do material, mas que, surpreendentemente, não conseguem trocar e nem ao menos vender os anéis.Ninguém sabe a origem da lenda do lacre de latinhas, mas podemos descrever abaixo porque ninguém, efetivamente, as quer.As ligas de alumínio são constituídas por pequenas porcentagens de cobre, silício, magnésio e zinco. A diferente composição dos elementos e o fato de poderem ser tratados termicamente, conferem-lhe uma gama variada de aplicações. O corpo da lata precisa ser fino para manter seu custo reduzido. A tampa precisa ser mais forte e resistente.Já o lacre... pode ter uma composição bem pobre de alumínio. Essa característica reduz o rendimento da reciclagem dos lacres nos fornos que derretem o material. Por este motivo, as recicladoras de alumínio aceitam o lacre junto da latinha, mas não separado. É necessário uma média de 70 latinhas para chegar a um quilo de material e mais de 3.300 lacres para obter o mesmo peso. Mesmo que você já tenha quilos de anéis da latinha, sua liga, pobre em alumínio, reduz muito o valor ao do lacre junto da lata, o suficiente para ser recusado.O processo de transporte e peneiragem do material para a reciclagem também teria que ser revisto, prevendo os anéis soltos. É por isso que o sistema de lacre prende o anel a tampa da lata.Bem, se você está convencido que tem um "mal negócio" estocado, vamos imaginar logo o que fazer com ele, ou você está pensando em mandá-lo para o aterro!!Uma boa dica é tentar vender os lacres para quem trabalha com artesanato, profissional que tem inúmeras idéias de como usar o material. Ou quem sabe despertar a "criatura" criativa que habita dentro de você. A imagem que ilustra esse texto é o início de uma futura cortina de anéis de latinha que é feita sem pressa, mas que um dia fica pronta! FONTE:http://www.setorreciclagem.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=112

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Aquecimento global já causa modificações em atlas

Os efeitos do aquecimento global sobre as paisagens da Terra, principalmente sobre as regiões litorâneas, já são visíveis - provocando inclusive modificações nos mapas, segundo cartógrafos responsáveis pelas referências mundiais do "Atlas Completo do Mundo Times 2007".Seus autores afirmaram nesta segunda-feira (03), durante o lançamento da publicação, que tiveram de redesenhar rios e mudar de classificação algumas regiões em relação à última edição de 2003."Podemos literalmente ver os desastres ambientais acontecerem diante de nossos olhos. Acreditamos verdadeiramente que, em um futuro próximo, famosas paisagens desaparecerão para sempre", afirmou Mick Ashworth, redator-chefe do atlas. "O contorno de certas regiões muda, como em Bangladesh. O nível do mar se eleva em 3 mm por ano, o que tem efeitos curiosos sobre a costa", indicou.O rio Huang He (rio Amarelo), segundo maior da China, "talvez não chegue a se juntar ao mar, o que acarretará alterações na costa", completa Ashworth.Os autores também estão preocupados com o fato de que grandes rios como o Grande e o Colorado, nos Estados Unidos, ou o Tigre, no Iraque, possam ficar sem alguns afluentes que correm o risco de secar no verão.Outras mudanças importantes também são conseqüências da ação do homem - freqüentemente por atividades de irrigação -,como o desaparecimento de três quartos do mar de Aral em 40 anos, de 95% do lago Chade desde 1963 ou a diminuição de 25 metros do mar Morto em 50 anos.Pelo lado positivo, os especialistas constataram que vastas extensões do pântano da Mesopotâmia, um dos maiores do mundo (situado na confluência do Tigre com o Eufrates), foram realimentadas pela água e estavam mais verdes. A água que chegava ao local havia sido drenada por Saddam Hussein. (Folha Online)

Marina defende criação de agência ambiental ligada à ONU

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse, nesta segunda-feira (03), que o Brasil está aberto para discutir a criação de uma agência ligada à ONU - Organização das Nações Unidas nos moldes da OMC - Organização Mundial do Comércio e da OMS - Organização Mundial de Saúde. Na Convenção sobre Mudança do Clima e do Protocolo de Kyoto, em discurso para ministros de Meio Ambiente de 22 países, Marina disse que o assunto será o principal tema discutido na reunião ministerial desta segunda.

A proposta de criação da agência é da França e tem o apoio já declarado da África do Sul, Argentina e Brasil. Os Estados Unidos são o principal opositor à idéia.

No discurso de abertura, Marina defendeu que, mais do que a criação da agência, é necessário implementar o conceito de transversalidade do desenvolvimento sustentável em toda a estrutura das Nações Unidas.

"É embaraçoso justificar para os cidadãos de nossos países porque assumimos tantos compromissos, participamos de tantas reuniões e conferências, porque existem tantos organismos ambientais e, ao mesmo tempo, constatarmos os alarmantes indicadores de degradação ambiental do planeta", disse a ministra.

Cooperação - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu um novo impulso político para que se alcance uma efetiva cooperação internacional. De acordo com Amorim, a demora na adoção de normas ambientais está impedindo uma cooperação mais eficiente entre os países.

"A criação de uma nova organização ou agência no sistema das Nações Unidas, que poderá resultar dessa reflexão, deve contribuir para a coesão e eficácia das instâncias existentes", afirmou Amorim, que discursou na abertura do evento, no Palácio Itamaraty, no centro do Rio.

Amorim também lembrou que há muitas dificuldades para o cumprimento de diferentes acordos ambientais, por causa da "persistência e aprofundamento das assimetrias no sistema internacional". (Estadão Online)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Agenda 21

A Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. Constitui-se na mais abrangente tentativa já realizada de orientar para um novo padrão de desenvolvimento para o século XXI, cujo alicerce é a sinergia da sustentabilidade ambiental, social e econômica, perpassando em todas as suas ações propostas.
Contendo 40 capítulos, a Agenda 21 Global foi construída de forma consensuada, com a contribuição de governos e instituições da sociedade civil de 179 países, em um processo que durou dois anos e culminou com a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro, em 1992, também conhecida por Rio 92.
Além da Agenda 21, resultaram desse mesmo processo quatro outros acordos: a Declaração do Rio, a Declaração de Princípios sobre o Uso das Florestas, a Convenção sobre a Diversidade Biológica e a Convenção sobre Mudanças Climáticas.
O programa de implementação da Agenda 21 e os compromissos para com a carta de princípios do Rio foram fortemente reafirmados durante a Cúpula de Joanesburgo, ou Rio + 10, em 2002.
A Agenda 21 traduz em ações o conceito de desenvolvimento sustentável
A comunidade internacional concebeu e aprovou a Agenda 21 durante a Rio 92, assumindo, assim, compromissos com a mudança da matriz de desenvolvimento no século XXI. O termo "Agenda" foi concebido no sentido de intenções, desígnio, desejo de mudanças para um modelo de civilização em que predominasse o equilíbrio ambiental e a justiça social entre as nações.
Além do documento em si, a Agenda 21 é um processo de planejamento participativo que resulta na análise da situação atual de um país, estado, município, região, setor e planeja o futuro de forma sustentável. E esse processo deve envolver toda a sociedade na discussão dos principais problemas e na formação de parcerias e compromissos para a sua solução a curto, médio e longo prazos. A análise do cenário atual e o encaminhamento das propostas para o futuro devem ser realizados dentro de uma abordagem integrada e sistêmica das dimensões econômica, social, ambiental e político-institucional da localidade. Em outras palavras, o esforço de planejar o futuro, com base nos princípios da Agenda 21, gera inserção social e oportunidades para que as sociedades e os governos possam definir prioridades nas políticas públicas.
É importante destacar que a Rio 92 foi orientada para o desenvolvimento, e que a Agenda 21 é uma Agenda de Desenvolvimento Sustentável, onde, evidentemente, o meio ambiente é uma consideração de primeira ordem. O enfoque desse processo de planejamento apresentado com o nome de Agenda 21 não é restrito às questões ligadas à preservação e conservação da natureza, mas sim a uma proposta que rompe com o desenvolvimento dominante, onde predomina o econômico, dando lugar à sustentabilidade ampliada, que une a Agenda ambiental e a Agenda social, ao enunciar a indissociabilidade entre os fatores sociais e ambientais e a necessidade de que a degradação do meio ambiente seja enfrentada juntamente com o problema mundial da pobreza. Enfim, a Agenda 21 considera, dentre outras, questões estratégicas ligadas à geração de emprego e renda; à diminuição das disparidades regionais e inter-pessoais de renda; às mudanças nos padrões de produção e consumo; à construção de cidades sustentáveis e à adoção de novos modelos e instrumentos de gestão.
Em termos das iniciativas, a Agenda 21 não deixa dúvida. Os Governos têm o compromisso e a responsabilidade de deslanchar e facilitar o processo de implementação em todas as escalas. Além dos Governos, a convocação da Agenda 21 visa mobilizar todos os segmentos da sociedade, chamando-os de "atores relevantes" e "parceiros do desenvolvimento sustentável".
Essa concepção processual e gradativa da validação do conceito implica assumir que os princípios e as premissas que devem orientar a implementação da Agenda 21 não constituem um rol completo e acabado: torná-la realidade é antes de tudo um processo social no qual todos os envolvidos vão pactuando paulatinamente novos consensos e montando uma Agenda possível rumo ao futuro que se deseja sustentável.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Aquecimento Global

Aquecimento Global
O termo aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto superfície da Terra que se tem verificado nas décadas mais recentes e à possibilidade da sua continuação durante o corrente século. Se este aumento se deve a causas naturais ou antropogênicas (provocadas pelo homem) ainda é objeto de muitos debates entre os cientistas, embora muitos meteorologistas e climatólogos tenham recentemente afirmado publicamente que consideram provado que a ação humana realmente está influenciando na ocorrência do fenômeno.

O Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC - (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, estabelecido pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988) no seu relatório mais recente diz que a maioria do aquecimento observado durante os últimos 50 anos se deve muito provavelmente a um aumento do efeito estufa, causado pelo aumento nas concentrações de gases estufa de origem antropogênica (incluindo, para além do aumento de gases estufa, outras alterações como, por exemplo, as devidas a um maior uso de águas subterrâneas e de solo para a agricultura industrial e a um maior consumo energético e poluição).
Fenômenos naturais tais como variação solar combinados com vulcões provavelmente levaram a um leve efeito de aquecimento de épocas pré-industriais até 1950, mas um efeito de resfriamento a partir dessa data.

Essas conclusões básicas foram endorsadas por pelo menos 30 sociedades e comunidades científicas, incluindo todas as academias científicas nacionais dos principais países industrializados. A Associação Americana de Geologistas de Petróleo,e alguns poucos cientistas individuais não concordam em partes.
Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais de superfície provavelmente aumentarão no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990 e 2100.A variação dos valores reflete no uso de diferentes cenários de futura emissão de gases estufa e resultados de modelos com diferenças na sensibilidade climática. Apesar de que a maioria dos estudos tem seu foco no período de até o ano 2100, espera-se que o aquecimento e o aumento no nível do mar continuem por mais de um milênio, mesmo que os níveis de gases estufa se estabilizem.Isso reflete na grande capacidade calorífica dos oceanos.

Um aumento nas temperaturas globais pode, em contrapartida, causar outras alterações, incluindo aumento no nível do mar e em padrões de precipitação resultando em enchentes e secas. Podem também haver alterações nas freqüências e intensidades de eventos de temperaturas extremas, apesar de ser difícil de relacionar eventos específicos ao aquecimento global. Outros eventos podem incluir alterações na disponibilidade agrícola, recuo glacial, vazão reduzida em rios durante o verão, extinção de espécies e aumento em vetores de doenças.
Incertezas científicas restantes incluem o exato grau da alteração climática prevista para o futuro, e como essas alterações irão variar de região em região ao redor do globo. Existe um debate político e público para se decidir que ação se deve tomar para reduzir ou reverter aquecimento futuro ou para adaptar às suas conseqüências esperadas. A maioria dos governos nacionais assinou e ratificou o Protocolo de Kyoto, que visa o combate a emissão de gases estufa.

Protocolo de Kyoto

Protocolo de Kyoto
O protocolo da cidade de Kyoto, assinado em 1997 no Japão, ganhou notoriedade porque foi a primeira vez que se realizou um acordo internacional no sentido de comprometer as nações industrializadas a reduzir suas emissões de gases estufa. Ele estabelece que entre 2008 e 2012 os países desenvolvidos reduzam as emissões em 5,2% em relação aos níveis de 1990.Vale ressaltar que os EUA e a Austrália se recusaram a ratificar o protocolo, alegando que a redução das emissões comprometeria suas economias.

Países em desenvolvimento, como Brasil, Índia e China, não têm metas obrigatórias, embora sejam reconhecidos atualmente como grandes emissores. O Brasil, por exemplo, é o quarto maior emissor de gases estufa do planeta devido às queimadas na floresta amazônica.Embora tenha sido uma importante iniciativa, o protocolo de Kyoto se mostra insuficiente hoje em dia frente ao tamanho do problema do Aquecimento Global. Passaram-se dez anos desde que o acordo foi firmado, mas o que vemos atualmente são ações ainda muito tímidas e uma grande resistência em se estabelecer metas mais ousadas.
A realidade atual é mais preocupante do que na década de 90, e isso porque as emissões de gases estão aumentando ao invés de diminuir. De acordo com a Agência de Avaliação Ambiental da Holanda, a China conseguiu superar os Estados Unidos como maior produtor de dióxido de carbono do mundo em 2006. Segundo a agência, os principais fatores que levaram a China a esta situação foram a queima de carvão para gerar energia e a produção de cimento.
A agência holandesa informa ainda que a emissão de gás carbônico gerada pela queima de combustíveis fósseis cresceu 9% na China em 2006, enquanto nos EUA caiu 1,4% e na Europa se manteve constante.Os países do G8 (os oito países mais ricos do planeta) contabilizam atualmente mais de 80% das emissões históricas dos gases estufa e emitem 40% de todo o CO2 lançado à atmosfera.
Como é possível perceber, o problema é grande e exige ações à altura para superá-lo. Mas não é isso o que está acontecendo atualmente.Basta lembrar a reação da China e dos EUA quando os relatórios do IPCC foram divulgados este ano para entender que ainda estamos engatinhando quando o assunto é responsabilidade. Os representantes destes países, sobretudo dos EUA, pressionaram fortemente no sentido de rever as metas de emissões e de não ser tão categórico ao responsabilizar o Homem como causador do Aquecimento Global no último século.
O ponto de vista defendido pelo governo estadunidense afirma que o Aquecimento Global já é um fato consumado e que não resta muito a fazer, cabe à humanidade se adaptar aos seus efeitos. É por conta desta visão que os EUA se recusaram a ratificar o protocolo de Kyoto e oferecem tanta resistência quando se fala em reduzir a emissão de gases estufa.
O acordo realizado em Kyoto em 1997, por estas e outras razões, se mostra ultrapassado e precisa ser revisto, aperfeiçoado. Existem iniciativas para isso acontecer? Quais são os compromissos para depois de 2012? Essas perguntas ainda não têm resposta e nem uma definição concreta. O que há, por enquanto, são apenas especulações e nada mais além disso.Os relatórios produzidos pelo IPCC oferecem informações indispensáveis para combater o Aquecimento Global. O que é necessário a partir de agora são ações concretas e vontade política para enfrentar este problema que certamente atingirá boa parte da população mundial.Para ler o protocolo de Kyoto na íntegra, consultar a página do Ministério da Ciência e Tecnologia: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/4006.html

quinta-feira, 26 de julho de 2007

O Brasil em busca de um etanol sustentável

Por Roberto Villar Belmonte
Para minimizar as críticas internacionais contra a indústria do álcool produzido a partir da cana-de-açúcar, o governo brasileiro anunciou que vai proibir os canaviais na Amazônia e no Pantanal. Além disso, pesquisadores e produtores pretendem acabar com a queima dos canaviais e promovem a coleta de cana crua, a plantação direta e a rotatividade com cultivos de alimentos para dar uma resposta aos principais temores que desperta uma expansão descontrolada da cana-de-açúcar. Após a divulgação, este ano, de novos dados científicos sobre a gravidade do impacto do aquecimento global provocado sobretudo pelos combustíveis fósseis, o etanol, ou álcool combustível, passou a ser visto como alternativa para reduzir o consumo de gasolina, pois sua combustão emite menos gases causadores do efeito estufa. Este atributo ecológico acelerou o boom da indústria alcooleira no Brasil e deu lugar a preocupações ambientais, apresentadas com insistência pelos presidentes Fidel Castro, de Cuba, e Hugo Chávez, da Venezuela. A queima da cana para eliminar as folhas ou resíduos antes da colheita, que acontece na maioria das plantações, lança na atmosfera quase 4,5 toneladas de dióxido de carbono por hectare. Outro temor é que os novos canaviais ocupem áreas destinadas a alimentos, como ocorreu nos últimos anos na região de Monte Azul, norte do Estado de São Paulo, tradicional produtora de laranja que viu muitos desses cultivos serem substituídas por cana-de-açúcar. Um possível maior desmatamento da Amazônia também preocupa os ambientalistas. Em parte para contra-atacar esses argumentos, o Ministério da Agricultura anunciou, no dia 17 deste mês, que proibirá canaviais na Amazônia e no Pantanal, gigantesca área úmida no oeste do país. A proibição se tornará efetiva por meio de um ordenamento territorial das áreas onde poderão ser praticadas novas plantações, e que estará pronto em um ano. O propósito é incentivar o avanço da cana em zonas agrícolas já degradadas por pastagens. Outra medida anunciada é a certificação social e ambiental de toda a cadeia produtiva açucareira, na qual trabalham técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) e que será discutida em breve com os empresários do setor. “A expansão da cana-de-açúcar em São Paulo já acontece principalmente em regiões de pastagens, e inclusive integrada à agropecuária. Não há necessidade de ocupar florestas, pois este país tem muita terra degradada disponível”, disse ao Terramérica Marcos Landell, diretor do Centro de Cana do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Um estudo deste órgão, vinculado ao governo paulista, mostra que nos últimos 30 anos a produtividade passou de 65 toneladas de cana por hectare para 90 toneladas por hectare. Também cresceu a quantidade de colheitas, de três para seis, o que reduziu os custos de novas semeaduras e seu impacto ambiental. Além disso, cresce a colheita mecânica da cana crua. Dessa forma, as folhas não são queimadas e caem no solo como adubo. Segundo Landell, em algumas áreas são depositadas até 20 toneladas de resíduos por hectares ao ano, o que representa um grande retorno de material orgânico para os solos tropicais. A cana-de-açúcar ocupa sete milhões de hectares no Brasil, quatro milhões apenas no Estado de São Paulo. Com a produtividade de 30 anos atrás, seria necessário o dobro de superfície para obter a mesma quantidade de álcool que é obtida atualmente, cerca de sete mil litros por hectare, que os empresários esperam aumentar para até 11 mil litros nos próximos anos, por meio de melhoramentos genéticos e industriais. Dentro de mais 15 anos, o aumento do rendimento em todo o sistema produtivo deverá ser de 80%. “Deste modo, a área plantada não passaria de 30 milhões de hectares”, segundo Landell. Na última década, os planos de melhoramento permitiram plantar mais de 80 tipos de cana-de-açúcar, “o cultivo com maior número de variedades em cada propriedade. Esta diversidade cria resistência e serve como proteção às doenças”, explicou o pesquisador. Portanto, usa-se menos pesticida, pois as variedades desenvolvidas são resistentes a muitas doenças comuns dos canaviais. Segundo o IAC, o avanço açucareiro pode impulsionar a produção de alimentos. Do total plantado no Brasil, 15% ficam disponíveis a cada ano para a rotação de cultivos em função da renovação dos canaviais, o que representa milhões de hectares que podem ser destinados para plantar soja, amendoim e outros cultivos. Na região paulista de Ribeirão Preto, a plantação direta, sem remoção nem limpeza do solo, é cada vez mais usada quando os canaviais são renovados. Os produtores plantam e colhem variedades precoces de soja e amendoim sobre os resíduos de cana, antes de iniciar uma nova plantação. Em algumas propriedades, a nova cana é plantada sobre os resíduos da colheita das leguminosas colhidas. “Esta é uma tendência irreversível”, afirmou Landell. A plantação direta sem queima das folhas pode ser adotada em todas as regiões produtoras do Brasil, afirma a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegocios (APTA). Estima-se que a colheita de cana crua captura uma tonelada de dióxido de carbono por hectare. “Quando a colheita de cana crua, cujos resíduos aumentam a umidade e fertilidade do solo, se soma à plantação direta, são potencializados os benefícios ambientais”, disse ao Terramérica o pesquisador Denizart Bolonhezi, da APTA. Em Ribeirão Preto, há 40 mil hectares de amendoim plantados com semeadura direta e tradicional em áreas de renovação de cana. Duas cooperativas, a Coopercana, na região de Sertãozinho, e a Coplana, na região de Guariba, recebem e vendem a oleaginosa. “Com a tecnologia atual pode-se conciliar a produção de alimentos e a de cana” para etanol, assegurou Bolonhezi. Os avanços brasileiros permitem que a expansão do álcool combustível tenha bases sustentáveis, afirmam seus defensores. Resta saber se o governo conseguirá estabelecer critérios de produção adequados ao meio ambiente e, sobretudo, fiscalizar as novas áreas plantadas, e também impulsionar a busca de combustíveis mais ecológicos do que os hidrocarbonos.
Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde

terça-feira, 10 de julho de 2007

Paris Sobre Duas Rodas

Prefeitura revoluciona transporte publico com bicicletas em Paris moradores terão mais de 10 mil bicicletas como alternativa de transporte publico. A capital francesa se prepara para uma revolução ecológica e de transportes. Decidido em reduzir em 40% a circulação de carros ate 2020, o Prefeito Bertrand Delanoë vai despejar no dia 15 de julho 10.648 bicicletas por toda cidade. E até o final do ano este numero será dobrado. Presente para os parisienses passearem? Não: as bicicletas, chamadas Vélib, com desing especial, vão ser integradas ao sistema de transporte publico.

Vai ser o mais vasto serviço do gênero no mundo. Quatrocentos empregos estão sendo criados em Paris só por conta do lançamento do projeto. O grupo francês JCDecaux foi escolhido para explorar o sistema. Por um investimento de noventa milhões de euros, e um contrato de dez anos, a empresa espera um retorno de sessenta milhões de euros por ano. A idéia e que parisienses e turistas utilizem as bicicletas da mesma forma como fazem quando tomam um ônibus ou o metro. Um morador do bairro de Saint-Germain des Près, por exemplo, que precisa ir ao dentista na Bastille, pega uma bicicleta no ponto perto de sua casa e a deposita no ponto mais próximo do seu destino. No dia quinze, haverá setecentos e cinqüenta pontos de bicicleta na cidade. Mas até o final do ano o número de pontos passará para um mil quatrocentos e cinqüenta e um. A primeira meia hora é gratuita; depois, paga-se.
Paris está copiando Lyon, que iniciou a experiência há dois anos, com sucesso. Marselha e Provença vão seguir pelo mesmo caminho. Na realidade, é uma revolução na forma de usar bicicleta, que já acontece em varias cidades da Espanha – pioneira no sistema – em Bruxelas, na Bélgica, e Viena, na Áustria. A prefeitura distribuiu três milhões e meio de panfletos e equipas para fazer demonstrações pela cidade. Três tipos de carteira de assinatura estão sendo propostas aos parisienses. Paga-se vinte e nove euros pelo direito de usar as bicicletas por um ano, cinco euros por semana, e um euro por dia. Pode-se usar as bicicletas varias vezes no mesmo dia sem pagar, desde que haja um intervalo e não se ultrapasse os trinta minutos a cada utilização. Ultrapassada a meia hora, funciona como um taxímetro: um euro a primeira hora suplementar, dois euros pela segunda, e quatro euros pela terceira.
- A idéia deste tipo de pagamento é dizer aos usuários que as bicicletas estão ai para servirem de transporte de pouca duração – explicou Céline Lepault, chefe do projeto Vélib. Para evitar roubos, nos três tipos de assinatura é preciso deixar uma pré-autorização de débito no cartão de crédito de cento e cinqüenta euros, o preço da bicicleta. Cabe aos parisienses acionarem suas companhias de seguro para cobrir o prejuízo em caso de roubo..
Fonte: http://www.globo.com

domingo, 17 de junho de 2007

Homem já 'come' quase metade da Terra

No Dia Mundial do Meio Ambiente, ciência revela que há pouco
para comemorar. Modelo de desenvolvimento esgota recursos
do planeta e ameaça biodiversidade.
Reinaldo José Lopes Do G1, em São Paulo
Há pouco para comemorar no Dia Mundial do Meio Ambiente, apesar dos esforços de pesquisa e conscientização que marcaram as últimas décadas. Retórica à parte, o chamado desenvolvimento sustentável continua distante da prática: de fato, as estimativas mais recentes indicam que a humanidade nunca viveu de forma menos sustentável. As mais de 6 bilhões de pessoas monopolizam hoje 45% de toda a matéria viva produzida em terra firme - e nada indica que essa taxa esteja parando de crescer.
O cálculo, feito por pesquisadores como o americano Paul Ehrlich, da Universidade Stanford, e Stuart Pimm, da Universidade Duke (ambas nos Estados Unidos), é o mais abrangente possível. Os estudos se baseiam numa medição da produtividade primária - a massa viva produzida pelas plantas a cada ano. As plantas usam a luz solar e o gás carbônico do ar para produzir seu próprio alimento e, assim, construir seu organismo. (É o processo conhecido como fotossíntese.) Todos os animais dependem direta ou indiretamente das plantas para viver; por isso, a produtividade delas dá uma medida clara do funcionamento de um determinado ambiente.
Os cientistas costumam comparar esse processo ao rendimento de juros em um banco: as plantas que estão fazendo fotossíntese já têm sua própria massa (o equivalente ao dinheiro investido) e passam a aumentá-la. Examinando fatores como a área plantada com alimentos no mundo, as fatias de terra destinadas a pastos e as regiões florestais que são exploradas comercialmente ou para subsistência, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a humanidade se apropria de 45% da produtividade primária da Terra. Ou seja, o homem gasta quase metade do "rendimento em juros" das formas de vida terrestres. Números parecidos são encontrados nos rios e mares do planeta.
O número já é impressionante por si só, mas o grande problema é que as enormes demandas por matérias-primas e energia das sociedades modernas podem muito bem fazer com que a humanidade gaste todos os rendimentos da Terra e ainda por cima entre no cheque especial, por assim dizer. Na verdade, isso só não aconteceu ainda porque a maior parte das pessoas não tem o mesmo padrão de consumo que o do cidadão médio dos Estados Unidos, por exemplo. Se, por um passe de mágica, todos os 6 bilhões de seres humanos pudessem consumir bens no mesmo patamar dos americanos, só a produtividade primária de cinco Terras poderia saciá-los.
É claro que o avanço tecnológico tem permitido sustentar cada vez mais gente de forma cada vez mais eficiente, mas não há o menor sinal de que uma solução tecnológica, sozinha, será capaz de evitar uma catástrofe caso o padrão mundial de consumo continue a crescer no ritmo atual. O correto seria evitar o crescimento dos padrões de consumo.

Fim da Feema e da Serla à vista

Rio - A Secretaria Estadual do Ambiente enviou mensagem ontem à Assembléia Legislativa para criar o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que vai substituir a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), a Superintendência Estadual de Rios e Lagos (Serla) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF).
O projeto também prevê um concurso para contratar 245 funcionários para o novo órgão. São 60 vagas para técnicos, com salários de R$ 1 mil, e 185 para funcionários de nível superior, com rendimentos de R$ 2 mil.
Um dos principais objetivos do novo órgão, segundo o secretário Carlos Minc, é dar maior agilidade ao licenciamento ambiental. “Hoje, alguns empreendimentos demoram anos para tirar as três licenças, da Feema, da Serla e do IEF. Agora, vamos ganhar tempo, porque a licença sairá de uma só vez”.
O instituto também vai criar agências regionais em nove municípios para descentralizar as ações . Dos novos concursados, 90 serão deslocados para essas agências, que deverão operar com o Ibama.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Pedágio Urbano Incentiva o Uso da Bicicleta

A cidade de Nova York pretende implementar um pedágio urbano de US$ 8 (cerca de R$ 16) na região de Manhattan em uma tentativa de combater as mudanças climáticas.
O piloto do pedágio urbano, esquema já em vigor em cidades como Londres e Oslo, faz parte do programa PlaNYC: A Greener, Greater New York (Planeje Nova York: Uma Nova York mais verde e maior, em português) apresentado no dia 27/04/2007 pelo prefeito Michael R. Bloomberg. Espera-se que o pedágio resulte na redução do número de carros na cidade, contribuindo para a diminuição das emissões de gases poluentes em 30%.

A idéia é incentivar o uso do transporte público e de bicicleta. Serão criadas rotas expressas para os ônibus e bicicletas, além da ampliação dos serviços de trens. "Dos nova-iorquinos que trabalham em Manhattan, mas moram fora, apenas 5% vão para o trabalho de carro", disse Bloomberg. Em seu editorial desta segunda-feira, o jornal The New York Times afirmou que o plano de Bloomberg é "amplo, complicado e empolgante". O pedágio urbano é, segundo o jornal, o ponto mais "polêmico" e "crucial", mas "deverá enfrentar muita oposição especialmente na área de legislatura, onde muitas boas idéias como esta morrem".

O plano de Bloomberg, anunciado no Dia da Terra, também inclui a plantação de um milhão de árvores na próxima década e a criação de pelo menos um parque em cada bairro da cidade.Fonte: http://www.pedal.com.br

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Servidores do Ibama entram em greve por tempo indeterminado

Retirado do site: www.click21.com.br
Texto de: Kelly Oliveira

BRASÍLIA (Agência Brasil), 14 de maio - Os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) inciaram nesta segunda-feira (14) greve por tempo indeterminado. Eles querem que o governo desista da Medida Provisória 366/07, que estabelece a divisão do órgão ambiental com a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
“O que a gente espera é que o governo retire essa medida provisória e venha discutir essa reforma na área ambiental. Porque da forma que ela foi imposta, sem nenhuma discussão prévia, os servidores não aceitam. A nossa proposta é que se fortaleça o Ibama”, argumentou o presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ibama, Jonas Corrêa.
Ele acrescentou que a medida provisória “quebra a unicidade da gestão ambiental”. “O Ibama, quando foi criado em 1989, foi criado como pressão da sociedade para que o meio ambiente fosse tratado como um todo”, disse.
Corrêa prevê que até a próxima quarta-feira (16), 100% dos 6,4 mil servidores do Ibama entrem em greve. Atualmente, segundo ele, estão paralisadas as atividades do órgão no Distrito Federal, Amazonas, Paraná e Sergipe. Segundo o presidente da associação, os servidores dos outros estados ainda estão organizando as atividades de paralisação.
Nesta manhã, os trabalhadores fizeram uma manifestação em frente à sede do Ibama, em Brasília, na qual discutiram como serão feitas manifestações contra a medida provisória. Em Brasília, eles pretendem chamar a atenção da sociedade com a entrega de manifestos em shopping centers, rodoviária, além de conversar com parlamentares no Congresso Nacional.
Nas primeiras horas da manifestação, a Polícia Federal esteve presente para garantir a entrada de servidores que quisessem trabalhar, mas não houve nenhum tumulto. “Não precisamos fazer piquete. Os servidores estão muito conscientes”, disse o presidente da associação.
Segundo Corrêa, ainda não foi agendada nenhuma reunião com o governo para discutir sobre a greve. A direção do Ibama ainda não se manifestou.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Relatório sobre aquecimento global prevê 200 milhões de "refugiados do clima" até o final do século

Notícia do site:www.clubedeengenharia.org.br

Relatório produzido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), patrocinado pelas Nações Unidas e a Organização Meteorológica Mundial, indica que o mundo sofrerá nos próximos anos grandes transformações no clima, "muito provavelmente" devido à contribuição da atividade humana para o aquecimento global. O IPCC projeta um aumento médio de temperatura superficial do planeta entre 1,4 e 4º C até o ano 2100. O nível do mar deve subir de 18 a 59 cm nesse mesmo período.
Os cientistas afirmaram que as emissões passadas e futuras de CO² continuarão contribuindo para o aquecimento global e a elevação do nível dos mares durante mais de um milênio, levando em consideração sua permanência na atmosfera. Se os países não adotarem os meios para reduzir a poluição da atmosfera, a temperatura média pode aumentar até 6,4%. Também aumentarão os períodos de secas, calor e chuvas, que poderão resultar em 200 milhões de "refugiados do clima" até o final do século.
Longe de advertências isoladas, os 500 delegados reunidos em Paris dessa vez apresentaram conclusões unânimes sobre o planeta e avisaram que o clima é "como um comboio que iniciou a sua marcha e que, durante os próximos séculos, ninguém poderá travar o percurso". O IPCC reuniu nos últimos seis anos mais de seis mil cientistas das mais variadas áreas de investigação para debaterem o futuro do planeta e as implicações do aquecimento global no clima.
No relatório de 2007, o quarto da série, sai reforçada a posição da comunidade científica sobre a responsabilidade humana no aquecimento global, devido ao uso excessivo dos combustíveis fósseis. Baseados em observações dos últimos 50 anos, os peritos do IPCC garantem que o aquecimento global não pode ser atribuído única e exclusivamente à variabilidade natural. Eles sustentam que as concentrações de CO² na atmosfera nunca foram tão elevadas nos últimos 650.000 anos.MUDANÇAS EXTREMAS
O texto assegura que existem provas reais sobre as mudanças extremas do clima, com reflexos nos regimes dos ventos e chuvas, na concentração de sal nos oceanos e nas camadas de gelo. O Painel aponta fatos "palpáveis" como o aumento das temperaturas no Ártico – que atingiram o dobro da média mundial – nos países do Mediterrâneo e na África, e a ocorrência de tempestades nos continentes asiático e americano.
Segundo o presidente do Clube de Engenharia, Heloi Moreira, "está mais do que na hora de as sociedades tomarem conhecimento que as emissões de dióxido de carbono trará prejuízo para todos. – Isto é uma atitude necessária para sobrevivência da própria humanidade – adverte.
Para o conselheiro do Clube Leon Clement Rousseau, sempre haverá solução para os problemas do ambiente, "basta vontade, decisão e ação: com a engenharia, com a agronomia e com a química 'verdes'".
CONTROVÉRSIA CIENTÍFICA
As previsões do IPCC baseiam-se em modelos utilizados para estabelecer a importância de diferentes fatores no aquecimento global, como emissões humanas de gases causadores de efeito estufa e de aerosóis. Foram gerados 35 cenários distintos, que variam entre pessimistas e otimistas. As previsões do aquecimento global dependem do tipo de cenário levado em consideração, nenhum dos quais leva em consideração qualquer medida para evitar o aquecimento global. Apesar das previsões do IPCC serem consideradas as melhores disponíveis, elas são o centro de uma grande controvérsia científica. O IPCC admite a necessidade do desenvolvimento de melhores modelos analíticos e compreensão científica dos fenômenos climáticos, assim como a existência de incertezas nas pesquisas de campo.
Críticos apontam para o fato de que os dados disponíveis não são suficientes para determinar a importância real dos gases causadores do efeito estufa nas mudanças climáticas. A sensibilidade do clima aos gases estufa estaria sendo superestimada, enquanto fatores externos estariam sendo subestimados.
Por outro lado, o IPCC não atribui qualquer probabilidade aos cenários em que suas previsões são baseadas. Segundo os críticos isso leva a distorções dos resultados finais, pois os cenários que predizem maiores impactos seriam menos passíveis de concretização. Para mais informações consulte o site www.ipcc.ch.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

VIVAMAR, PESCADORES E NÁUTICA DO RIO SE UNEM PELO USO SUSTENTÁVEL DAS ILHAS CAGARRAS

No próximo dia dois de maio (quarta-feira), às 19h, na Universidade Cândido Mendes (Rua Joana Angélica 63, Ipanema), o Ibama fará uma consulta pública para a criação do “Monumento Natural do Arquipélago das Cagarras”, que pretende proibir o acesso a este sítio natural — localizado a 5 km da praia de Ipanema, no Rio; e composto pelas ilhas Pontuda, Alfavaca, Meio, Cagarra, Comprida, Filhote da Cagarra, Redonda e Filhote da Redonda — bem como à área de 200 metros à sua volta. Além disso, o projeto atinge as ilhas Tijucas e do Meio, abrangendo praticamente todas as ilhas ao largo do município do Rio de Janeiro.

Com a proibição, o Ibama causará um grande impacto na vida de pessoas que dependem economicamente das ilhas. A opção de criar uma “unidade de conservação integral”, que na prática exclui por completo a presença humana, compromete a vocação do turismo na cidade do Rio de Janeiro, além de todas as atividades auto-sustentáveis relacionadas às ilhas, incluindo aí a pesca artesanal e a pesca amadora (que é regulamentada pelo próprio Ibama), atividades que não causam impacto negativo ao ecossistema das Cagarras.

A Vivamar, organização não-governamental que luta pela preservação do litoral brasileiro e por uma cultura náutica no país; os pescadores artesanais da Colônia Z13; os clubes náuticos do Rio; a Confederação Brasileira de Pesca em Apnéia e a Associação Brasileira dos Construtores de Barcos (Acobar), entre outras instituições, se uniram para mostrar que o uso sustentável das Cagarras é possível e que, na verdade, é preciso impedir urgentemente a pesca industrial e predatória naquele conjunto de ilhas, bem como em seu entorno.

— Em 89, o Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) sugeriu, através da resolução nº11, que o Ibama criasse uma ARIE (Área de Relevância e Interesse Ecológico) no Arquipélago das Cagarras. Trata-se de um tipo de unidade de conservação que tem um conselho gestor, um plano de manejo e regras estabelecidas para o seu uso sustentável. Achamos que esse seria o tipo de unidade de conservação ideal para as ilhas Cagarras e, inclusive, somos contra o desembarque nelas. Outro ponto é a unidade de conservação se limitar às Cagarras, e não a todas as ilhas da região. Mas independente do tipo de unidade de conservação que seja criada, de nada adiantará se não houver fiscalização. Os abusos são muitos e não são praticados pelas pessoas cujo sustento depende exclusivamente daquelas águas — defende Roberto Negraes, diretor executivo da Vivamar.

Roberto sabe bem do que está falando. Em vários pontos da costa brasileira o problema da pesca predatória se repete. E o Rio de Janeiro não é exceção.

— Temos visto muitas matanças provocadas pela pesca de arrasto. São barcos que vêm de longe, às vezes de outros estados. Eles usam malhas finas, proibidas por lei, arrastam toneladas de peixes, arrasam os cardumes, matam os filhotes e não respeitam o defeso das espécies. O Ibama deveria impedir isso, deveria fiscalizar direito — afirma Ricardo Mantovani, porta-voz da Colônia Z13, que agrega cerca de 1,1 mil pescadores, de Copacabana até o Recreio dos Bandeirantes.

Mas por que as Cagarras são tão importantes assim na vida dessas e de outras pessoas no Rio? Porque existem atividades relevantes para a economia da cidade que estão direta ou indiretamente ligadas às ilhas.

O arquipélago fica próximo às praias da Zona Sul carioca. É uma referência para os turistas que visitam a cidade ou passeiam de barco pela orla. Ao mesmo tempo, é um pesqueiro de águas abrigadas em pleno mar aberto, propício à pesca artesanal e esportiva, que serve de refúgio em mau tempo. Vale lembrar que por trás dessas duas últimas atividades, e da náutica como um todo, estão milhares de empregos, não só ligados diretamente à pesca, mas também em marinas, clubes, operadoras de turismo, oficinas de motores náuticos, cursos, etc...

De acordo com Ricardo Mantovani, a renda média mensal de um pescador da Colônia Z13 hoje varia entre R$ 400 e R$ 800. Sem pescar nas Cagarras, a renda destes mesmos pescadores despencaria e o impacto social seria muito grande. Ele conta que os pescadores de Copacabana estão presentes há mais de um século no arquipélago e sempre ajudaram a preservar as ilhas. Mas diz que eles não têm como impedir sozinhos os crimes dos que praticam a pesca ilegal.

— A única coisa que podemos fazer é denunciar. Já fizemos isso várias vezes, mas o Ibama nunca toma providência — diz ele.

Apaixonado pelas Cagarras, onde mergulha desde criança, Luiz Augusto Corrêa de Araújo mantém um site com informações e fotos do arquipélago (www.cagarras.com.br) e está preparando um documentário sobre aquele ecossistema, inclusive com imagens submarinas. Ele conta que sempre acha pedaços de redes de malhas finas (dos barcos de pesca de arrasto) presos às rochas das ilhas, e que os recolhe pacientemente, muitas vezes com a ajuda dos pescadores artesanais.

— Existem pessoas que freqüentam a área em volta das ilhas há anos, sem desembarcar, sem depredar, sem causar danos ao meio ambiente. São pescadores, mergulhadores, navegantes, pessoas conscientes que sabem a importância de preservar o local. É injusto impedir que justamente as pessoas que amam o lugar possam continuar a freqüentá-lo — diz Luiz Augusto.

De acordo com Roberto Negraes, da Vivamar, não existem estudos técnicos e científicos que comprovem que o turismo náutico, mais as pescas artesanal e amadora, comprometam a fauna e a flora do arquipélago. Ou seja, a opção do Ibama por uma unidade de conservação integral não se baseou em nenhum estudo científico a priori. Roberto lembra que em outros países existem unidades de conservação abertas a atividades sustentáveis (a náutica e a pesca amadora são consideradas atividades ecoturísticas), sem prejuízo ao meio-ambiente, gerando empregos para as comunidades locais e lucro para as cidades, principalmente, através do turismo.

— A convivência harmoniosa e pacífica entre o arquipélago e seus freqüentadores é possível, sem danos à natureza, sem impacto negativo na vida de pessoas que dependem das ilhas para sobreviver. Queremos a preservação das Cagarras e acreditamos que a melhor solução é a criação de uma ARIE. É isso que pretendemos mostrar ao Ibama na Consulta Pública do próximo dia 2 — garante Negraes.


Mehane Albuquerque Ribeiro - MAR Assessoria de Comunicação

Mata Atlântica

Publicado no site do Ibama:
A Mata Atlântica é considerada como a quinta área mais ameaçada e rica em espécies endêmicas do mundo.

Em termos gerais, a Mata Atlântica pode ser vista como um mosaico diversificado de ecossistemas, apresentando estruturas e composições florísticas diferenciadas, em função de diferenças de solo, relevo e características climáticas existentes na ampla área de ocorrência desse bioma no Brasil.
Atualmente, restam cerca de 7,3% de sua cobertura florestal original, tendo sido inclusive identificada como a quinta área mais ameaçada e rica em espécies endêmicas do mundo. Na Mata Atlântica existem 1.361 espécies da fauna brasileira, com 261 espécies de mamíferos, 620 de aves, 200 de répteis e 280 de anfíbios, sendo que 567 espécies só ocorrem nesse bioma. Possui, ainda, cerca de 20 mil espécies de plantas vasculares, das quais 8 mil delas também só ocorrem na Mata Atlântica. Várias espécies da fauna são bem conhecidas pela população, tais como os mico-leões e muriquis, espécies de primatas dos gêneros Leontopithecus e Brachyteles, respectivamente. Vale lembrar que, no sul da Bahia, foi identificada, recentemente, a maior diversidade botânica do mundo para plantas lenhosas, ou seja, foram registradas 454 espécies em um único hectare.
A exploração da Mata Atlântica vem ocorrendo desde a chegada dos portugueses ao Brasil, cujo interesse primordial era a exploração do pau-brasil. O processo de desmatamento prosseguiu durante os ciclos da cana-de-açúcar, do ouro, da produção de carvão vegetal, da extração de madeira, da plantação de cafezais e pastagens, da produção de papel e celulose, do estabelecimento de assentamentos de colonos, da construção de rodovias e barragens, e de um amplo e intensivo processo de urbanização, com o surgimento das maiores capitais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, e de diversas cidades menores e povoados.
A sua área atual encontra-se altamente reduzida e fragmentada com seus remanescentes florestais localizados, principalmente, em áreas de difícil acesso. A preservação desses remanescentes vem garantindo a contenção de encostas, propiciando oportunidades para desfrute de exuberantes paisagens e desenvolvimento de atividades voltadas ao ecoturismo, além de servir de abrigo para várias populações tradicionais, incluindo nações indígenas. Além disso, nela estão localizados mananciais hídricos essenciais para abastecimento de cerca de 70% da população brasileira.
A conservação da Mata Atlântica tem sido buscada por setores do Governo, da sociedade civil organizada, instituições acadêmicas e setor privado. Vários estudos e iniciativas têm sido desenvolvidos nos últimos anos, gerando um acervo de conhecimento e experiência significativo. Vale ressaltar, também, a existência de um amplo arcabouço legal para a proteção do bioma.

Leia mais: www.ibama.gov.br

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Estado do Rio de Janeiro pode ganhar mais de 8 mil hectares de matas protegidas

RIO DE JANEIRO (Agência Brasil), 12 de abril - O estado do Rio de Janeiro poderá ganhar mais 8 mil hectares de matas protegidas com a ampliação do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso). A proposta de ampliação do parque será entregue ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na próxima semana.Com o aumento da área, o parque, localizado entre a Região Serrana e a Baixada Fluminense, vai passar dos atuais 10,6 mil hectares para 18,6 mil hectares. O aumento é de 76%.Além de 2 mil tipos de plantas, a área abriga 464 espécies de animais, algumas em risco de extinção, como a onça parda e o macaco muriqui, o maior primata do continente americano.Segundo o chefe do Parnaso, Ernesto Viveiros de Castro, restam apenas 15% da vegetação original que recobria o estado do Rio, e a Mata Atlântica continua em perigo. “Os fatores que mais ameaçam a floresta são o crescimento urbano e a ocupação desordenada do entorno do parque".Viveiros citou, além disso, o problema da poluição, causada tanto pelos veículos que passam nas estradas que cruzam o parque quanto pelas fábricas da Baixada. "Também sofremos com queimadas, principalmente nas áreas viradas para o mar, e com a caça predatória e a coleta de palmito e plantas ornamentais, como orquídeas e bromélias.”Ele disse que a própria população local pediu a ampliação dos limites do parque. “Atendemos as demandas da população. Na Cascatinha [em Petrópolis], por exemplo, que é uma área que não tem proteção integral, a população queria proteger a floresta porque capta água de um rio dali”.O aumento do parque vai garantir proteção à biodiversidade das florestas e aos mananciais. Se aprovada pelo Ibama, a proposta será encaminhada à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e depois ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A previsão do chefe do parque é de que os limites sejam ampliados até 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.Por Luiza Bandeira

Aquecimento pode provocar briga por água na América do Norte

Matéria divulgada no site click21 em 12 de abril de 2007 :
- A mudança climática pode diminuir a água disponível na América do Norte, provocando disputas entre Estados Unidos e Canadá por reservas hídricas já sobrecarregadas pela indústria e a agricultura, disseram especialistas da ONU.
A região deve sofrer mais ondas de calor, mais furacões e mais incêndios, segundo um novo relatório que detalha regionalmente os dados de um estudo do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática, divulgado Bruxelas.
Incidentes climáticos já custam dezenas de bilhões de dólares por ano em perda de produtividade e danos a patrimônios na América do Norte, e essa cifra deve aumentar, segundo a ONU.
O efeito mais visível do aquecimento no continente será em relação à água - na forma de secas, enchentes urbanas e de uma briga pela água dos Grandes Lagos, que banham os EUA e o Canadá.
"A água foi uma questão em todas as regiões, mas de formas muito diferentes e em lugares muito diferentes", disse Michael MacCracken, editor-revisor do relatório, em entrevista telefônica.
Ao contrário de outros continentes, a América do Norte não tem cordilheiras no sentido leste-oeste, que limitam as secas por obrigarem a umidade do ar que se move rapidamente a se precipitar na forma de chuva, segundo MacCracken, que trabalha no Instituto Climático, uma ONG de Washington.
As cidades também serão ameaçadas pelo degelo de glaciais, que eleva o nível dos oceanos. No final do século XXI, enchentes graves, que só ocorrem em Nova York a cada 500 anos, passarão a acontecer a cada meio século, colocando grande parte da infra-estrutura regional em risco, segundo o relatório.
Já as secas se tornarão mais comuns no Meio-Oeste e no Sudoeste dos EUA, pois o calor evapora a umidade do solo. Isso deve diminuir em até 40% a disponibilidade de recursos hídricos como o Aqüífero Edwards, no Texas, que abastece 2 milhões de pessoas. O Ogallala, aqüífero que abastece oito Estados, também pode ser atingido, segundo o estudo.
MacCracken disse que em secas anteriores os agricultores da região usaram água dos aqüíferos para irrigar suas lavouras, o que complica a situação agora.
Sem lençóis freáticos, pode haver uma briga pelos recursos hídricos da superfície, como os Grandes Lagos, diz o relatório. Já houve incidentes por causa da transposição de águas dos lagos para cidades e fazendas distantes, e surgem cada vez mais propostas para uma canalização do rio Mississippi de modo a ajudar no abastecimento de grandes cidades dos EUA durante os verões.
A tensão pode ser agravada pelo fato de a maioria da população canadense viver perto dos Grandes Lagos, enquanto apenas uma pequena proporção dos norte-americanos habita aquela área, segundo MacCracken.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Turismo de Aventura e Cicloturismo

Atualmente, o turismo de aventura é um dos segmentos que mais cresce em todo o mundo e particularmente no Brasil, onde as belezas naturais e a grandiosidade do país permitem a prática de uma infinidade de atividades em diversos destinos turísticos. Inicialmente tratado como uma vertente do turismo de natureza, o turismo de aventura se disseminou pelo Brasil, desenvolvendo características próprias e resultando no surgimento de empresas e profissionais especializados. Estima-se que hoje existam no país mais de 2.500 organizações relacionadas ao setor. Dentro desse contexto, o Ministério do Turismo (MTur) passou a considerar o turismo de aventura como um dos segmentos prioritários para o desenvolvimento da atividade turística no Brasil. Seguindo as tendências internacionais, onde o desenvolvimento de normas técnicas tem sido utilizado como ferramenta de organização e desenvolvimento do setor de turismo, o MTur criou o Projeto de Normalização em Turismo de Aventura, que vem sendo executado pelo Instituto de Hospitalidade desde 2003. A normalização é uma maneira de organizar as atividades pela criação de regras ou normas técnicas, visando contribuir para o desenvolvimento econômico e social de uma região, um país ou um segmento. O objetivo da normalização em turismo de aventura é desenvolver um sistema de normas técnicas que possibilite o desenvolvimento desse segmento com qualidade e segurança. Essas normas são criadas no âmbito da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o fórum nacional de normalização, com ampla participação de todos os interessados, incluindo empresas, organizações, profissionais, consumidores, institutos de pesquisa e universidades, além do governo. Por meio da criação de normas técnicas, o Projeto pretende contribuir para a profissionalização da operação do turismo de aventura no Brasil, criando um ambiente propício para a sua inserção no mercado internacional e atraindo um fluxo relevante de turistas estrangeiros para o país.
Informações e fonte: http://www.clubedecicloturismo.com.br

Aumento Abusivo no Transporte de Bicicletas nas Barcas

Desde janeiro de 2007 os ciclistas das cidades do Rio de Janeiro e Niterói passaram a pagar mais caro para transportarem suas bicicletas nas barcas, tendo somente a opção as barcas para atravessar a Baia da Guanabara transportando suas bicicletas; já que é proibido o trafego de bicicletas na Ponte Rio – Niterói, a empresa responsável em realizar essa travessia reajustou em 135,5% o valor cobrado para o transporte das mesmas nas barcas, aumentando de R$ 2,00 para o abusivo valor de R$ 4,71, causando uma enorme barreira para integração dos ciclistas entre as cidades.
Acreditem: http://www.barcas-sa.com.br/horarios/transporte_de_cargas.asp
O problema é tão grave que chega a afetar os trabalhadores que economizam na passagem usando uma mobilidade sustentável como a bicicleta. Nessa quarta-feira dia 11/01 fomos tentar entrevistar algum ciclista saindo das barcas, mas essa medida desestimulou o transporte alternativo e não conseguimos ver ninguém pagar o valor absurdo. Essa atitude aumenta o numero de pessoas usando o transporte público (já saturado), e o número de carros nas ruas. Causando engarrafamentos extensos no trânsito e o agravamento da poluição atmosférica e sonora das cidades.

Além de prejudicar os ciclistas trabalhadores, a nova política da empresa também atinge o ciclista que utiliza a bicicleta para o lazer; pois antes, nos domingos e feriados o transporte da bicicleta era gratuito, cobravam somente os R$ 2,10 da passagem do ciclista, mas hoje até nos feriados será cobrada a tarifa imposta para a bicicleta; valor esse maior que a tarifa de apenas R$ 3,40 cobrada no pedágio da ponte para o automóvel, caminhonete, furgão, moto com semi-reboque ou triciclo.

Transposição da bacia do São Francisco

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcus Barros, assinou a licença ambiental para o projeto de transposição do Rio São Francisco, informam a assessoria de imprensa do Ministério da Integração Nacional e o site do Ibama.A transposição, que deverá receber investimentos no valor de R$ 4 bilhões, é considerada uma das prioridades do programa social do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O governo esperava iniciar as obras em janeiro deste ano, segundo a Integração Nacional anunciou em dezembro, mas o Ibama ainda não havia concedido a licença ambiental.O projeto prevê o desenvolvimento sustentável do semi-árido setentrional do Nordeste e da Bacia do São Francisco, tendo como um dos focos a fruticultura na região.Entre as obras previstas está a construção de canais com 700 quilômetros de extensão, que levarão água do rio para regiões tradicionalmente secas de quatro Estados (Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Ceará).

Pescadores de Sepetiba processam siderúrgica em R$300 milhões

RIO DE JANEIRO , 10 de abril
Segundo o site Click 21, pescadores da baía de Sepetiba (RJ) vão abrir um segundo processo pedindo uma milionária indenização por causa de um projeto siderúrgico internacional, disse na segunda-feira um representante dos pescadores.
"A associação dos pescadores do Canto do Rio vai abrir nesta semana um processo pedindo 300 milhões de reais em indenizações da ThyssenKrupp CSA Companhia Siderúrgica do Atlântico", disse Sérgio Ricardo, coordenador da ONG Fórum Ambiental da Baía de Sepetiba.
Isso equivaleria a uma indenização de 100 mil reais para cada um dos 300 pescadores que trabalham nos arredores da futura instalação.
"Porém, um total de 5.000 pescadores em toda a baía de Sepetiba está sendo afetado pelo projeto de dragagem da CSA, e outros grupos também estão preparando ações judiciais", disse Ricardo.
A CSA é uma joint venture que tem 90% das ações sob controle da siderúrgica alemã ThyssenKrupp Steel e 10% nas mãos da Companhia Vale do Rio Doce.
O primeiro processo contra a CSA foi movido em março de 2006 pela associação de pescadores da ilha da Madeira, que pedia o cancelamento da licença ambiental dada à empresa e questionava a tecnologia de dragagem usada por ela.
A CSA recentemente obteve uma licença preliminar da agência ambiental fluminense para iniciar as obras de uma siderúrgica com capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de aço por ano em Santa Cruz (zona oeste do Rio) a partir de 2009.
O pedido de financiamento feito pela CSA ao BNDES ainda depende da concessão de todas as três licenças ambientais necessárias, segundo uma porta-voz do banco estatal de fomento.
No final de 2006, a CSA iniciou uma polêmica operação de dragagem na baía de Sepetiba, para permitir a instalação de um terminal de exportação de aço.
Segundo Ricardo, a dragagem agitou resíduos de zinco e cádmio que estavam no fundo da baía desde um acidente industrial há cerca de dez anos.A CSA não quis comentar o assunto na segunda-feira, mas divulgou nota dizendo que o trabalho de dragagem foi precedido por um amplo debate e um seminário queenvolveu a comunidade científica do Rio, a Feema (agência ambiental estadual) e o Ibama.
"A tecnologia escolhida foi identificada como a mais apropriada para a deposição dos sedimentos na baía de Sepetiba, que foi contaminada no passado", disse a nota da empresa.